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"Violência sexual"

Uma campanha mentirosa e grotesca da BBC contra o Hamas

Acusações são completamente infundadas e revelam o desespero do Estado sionista perante a popularidade do grupo guerrilheiro palestino

Nos últimos dias, “Israel”, Estados Unidos e seus representantes mundo afora se lançaram em uma nova campanha de calúnias contra o Hamas. Os mesmos que outrora acusaram os militantes islâmicos de terem decapitado 40 bebês (!) agora apresentam “testemunhos” de autoridades que teriam ouvido histórias narradas por sobreviventes da Operação Dilúvio de 7 de Outubro. Trata-se, portanto, do testemunho do testemunho: membros do exército israelense disseram que cidadãos israelenses viram outros cidadãos israelenses sendo estuprados e mortos pelos combatentes palestinos. Quem acusa o Hamas de ter “estuprado” israelenses não são, portanto, as vítimas, mas pessoas que ouviram outras pessoas que supostamente teriam visto tudo acontecer!

Apesar da cobertura extensiva da imprensa, “Israel” não apresenta vídeos, fotos, nem mesmo o nome de qualquer uma dessas vítimas. Conforme analisado pelo portal “Eletronic Intifada”, “é uma campanha enganosa baseada não em evidências, mas em manipulação emocional, alegações extravagantes, distorção e um apelo a noções racistas de que os palestinos são inerentemente violentos e cruéis”. O portal ainda alega que “essa estratégia se encaixa em uma longa história de colonizadores retratando pessoas colonizadas ou escravizadas como brutos selvagens predispostos à violência sexual contra mulheres brancas ou colonizadoras”.

As vítimas dos ataques caluniosos, os militantes do Hamas, se pronunciaram na última segunda-feira (4). O grupo islâmico condenou a imprensa imperialista por aderir a “campanhas sionistas enganosas que promovem mentiras e alegações infundadas”, incluindo as alegações de estupro e agressão sexual por seus combatentes.

No embalo da campanha sionista, a emissora britânica BBC publicou um longo artigo com uma riqueza de detalhes dos supostos “crimes sexuais”. A única coisa que faltou, contudo, foram as provas.

Toda a história da BBC já começa bastante suspeita a partir do momento em que a emissora, que é aliada do Estado de “Israel”, teria demorado dois meses para apurar as “informações”. Ora, acaso não estaria Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro israelense, interessado em denunciar desde o primeiro dia a “selvageria” do Hamas? Se estava interessado, e se é justamente a “necessidade” de “exterminar o Hamas” que o move ao conflito, por que esperar tanto para tornar público que seus cidadãos foram mortos da maneira mais brutal imaginável?

Não bastasse a demora, a emissora britânica ainda nos apresenta um método muito esquisito para comprovar um suposto escândalo: “a polícia mostrou privadamente a jornalistas um único testemunho horripilante que filmaram de uma mulher que estava no local do festival Nova durante o ataque”. Ora, mas qual seria o motivo de a polícia israelense reservar tal vídeo a jornalistas? E mais: qual seria a capacidade da polícia israelense, cujo efetivo exporta treinamento de espionagem para o mundo inteiro, de falsificar um vídeo para acusar os combatentes do Hamas de um crime que não cometeram?

O artigo segue, então, descrevendo o que teria sido visto pelos jornalistas no vídeo. A cena é escatológica: a testemunha afirma que os combatentes do Hamas teriam cortado o seio de uma israelense e jogado na rua. “Estavam brincando com isso”, teria dito a testemunha. A mesma mulher ainda teria sido “penetrada” por um “homem fardado”, que teria atirado em sua cabeça ainda durante o coito. “Nem mesmo levantou as calças; ele atira e ejacula”, teria dito a testemunha.

As cenas são tão grotescas e inverossímeis como o caso dos 40 bebês. O Hamas, junto com a Jiade Islâmica e outros grupos armados, organizaram uma operação militar de sucesso, que resultou em um vantajoso acordo de troca de prisioneiros. Eles desafiaram “Israel” e revelaram ao mundo que o enclave imperialista não era impenetrável. Será mesmo crível que essa operação teria sido possível se os militantes do Hamas fossem “selvagens” descontrolados, cujo maior interesse era “brincar” com suas vítimas?

A regra número um para se contar uma mentira é: apresente o menor número de informações concretas possível; caso contrário, será fácil desmenti-la. E é exatamente o que a polícia israelense faz, conforme artigo da BBC:

“A polícia afirma ter ‘múltiplos’ relatos de testemunhas oculares de agressão sexual, mas não forneceu mais esclarecimentos sobre quantos. Quando falamos com eles, ainda não tinham entrevistado nenhuma vítima sobrevivente [grifo nosso]”.

Segundo a ministra do Empoderamento das Mulheres de “Israel”, May Golan, algumas vítimas de estupro ou agressão sexual sobreviveram aos ataques, e que todos eles estavam atualmente recebendo tratamento psiquiátrico. Nada mais conveniente, não? Assim, a imprensa imperialista pode falar por elas!

“Elas não são capazes de falar – não comigo, e não com ninguém do governo ou da mídia. (…) Eu falei com pelo menos três meninas que agora estão hospitalizadas por uma situação psiquiátrica muito difícil por causa dos estupros que assistiram”, disse-me a ministra May Golan. “Elas fingiram estar mortas e elas assistiram, e ouviram tudo. E não conseguem lidar com isto”.

Mas para comprovar que alguém foi estuprado, teve o seio cortado e depois a cabeça estourada com uma bala, não é necessário, May Golan, que suas pacientes falem. Basta o Estado de “Israel” mostrar onde estão esses corpos, quem são essas pessoas! Ou melhor, bastaria, uma vez que não seria de se espantar caso o governo sionista providenciasse, ele mesmo, as suas “provas” necessárias…

A BBC ainda alega – novamente, sem apresentar nomes – que as sobreviventes que não estão internadas se suicidaram! É, de fato, o melhor cenário para criar uma mentira.

E já que não há sobreviventes que possam contar o que de fato aconteceu, sobram, obviamente, a insuspeita imprensa imperialista e… os próprios soldados israelenses – seres tão puros que foram acusados por setores da própria imprensa israelense de assassinarem seus próprios cidadãos.

A outra “fonte” apresentada pela BBC é a Capitã Maayan, uma militar das forças israelenses:

“Vemos vítimas de estupro. Vemos mulheres que passaram por violação. Temos patologistas e vemos hematomas, soubemos de cortes e lacerações, e sabemos que foram abusadas sexualmente”.

A falta de cuidado na produção das mentiras contra o Hamas só reforça que “Israel” não tem nenhuma acusação séria a fazer sobre o grupo islâmico. Tanto o caráter claramente calunioso de suas acusações, como também a amplitude da campanha são uma demonstração de desespero político: para “Israel”, é necessário, a todo custo, jogar a opinião pública contra o Hamas. O que, por sua vez, significa que a opinião pública hoje, majoritariamente, condena os crimes de “Israel”, e cada vez menos aceita as mentiras contra o grupo islâmico como justificativa para os seus ataques contra o povo palestino.

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