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Ex-deputado federal

Tony Garcia denuncia mais um escândalo da Operação Lava Jato

Surge acusação de que Moro havia mantido empresário como "prisioneiro" durante quase duas décadas, sendo obrigado a ser um agente infiltrado a serviço da "República de Curitiba"

Na última semana, veio à tona mais um escândalo envolvendo o ex-juiz e agora senador Sérgio Moro (União Brasil). Segundo denúncias de Tony Garcia, empresário e ex-deputado federal, após ter sido alvo de investigação criminal, ele teria sido forçado a realizar uma delação premiada, passando então a agir como agente infiltrado sob o comando de Moro, realizando gravações de políticos e de membros do Judiciário, para que o ex-juiz pudesse aumentar sua influência política, acumulando seus poderes extraordinários que se viu durante a operação.

Garcia foi preso em 2004, acusado de gestão fraudulenta no Consórcio Garibaldi (empresa que lesou centenas de consumidores quando faliu em maio de 1994). O processo criminal que resultou em sua prisão tramitou na 2ª Vara Federal de Curitiba, onde Moro atuava na época. Na ocasião, foi-lhe oferecido um acordo de delação premiada (o qual ainda não era previsto em lei). Conforme denúncia que o ex-deputado federal fez à TV 247 ao jornalista Joaquim de Caravalho, ao oferecer-lhe a delação premiada, Moro estava atrás das relações de Garcia com o advogado Roberto Bertholdo.

Bertholdo era um advogado influente no meio jurídico, que atuava nas instâncias superiores do TRF-4. Em sua atuação, conseguia que os desembargadores sempre revertessem as decisões judiciais de Sérgio Moro, o que era um indicativo de que as decisões do TRF-4 favoráveis ao advogado eram decorrentes de algum tipo de influência política sobre os desembargadores.

Membro da alta sociedade, conforme explica Tony Garcia, Bertholdo se relacionava com desembargadores do TRF-4 trocando favores. Fornecia ingressos para jogos da seleção brasileira realizava festas para desembargadores, com a presença de garotas de programa, etc.

Segundo relata Garcia, foi realizada uma festa em 2003, no Hotel Bourbon, na qual estava presente um sócio de Bertholdo, chamado Sérgio Costa. Por conta de desconfianças profissionais que ele tinha em relação a Bertholdo, Costa teria utilizado uma câmara escondida para gravar a festa e eventualmente utilizar como arma contra seu sócio. Assim, gravou um vídeo em que desembargadores “se divertiam” com garotas de programa.

Ao firmar o acordo de delação premiada, Moro estava através desse vídeo para chantagear desembargadores do TRF-4 e aumentar seu poder político. Assim relata Garcia. Finalmente, com informações fornecidas pelo ex-deputado, Sergio Moro teria conseguido o vídeo.  Contudo, Tony Garcia não ficou livre de Moro e dos procuradores que atuavam em conjunto com ele. A mando do ex-juiz, continuou sendo utilizado como agente infiltrado, realizando gravações ilegais de políticos e autoridades da República.

Isto ocorreu nos anos de 2003 a 2004. O tempo passou e veio a criminosa Operação Lava Jato, arquitetada pelos Estados Unidos para derrubar Dilma, prender Lula, destruir o PT e reorganizar todo o regime político brasileiro para permitir um maior domínio do imperialismo.

Então, Tony Garcia, que ainda era prisioneiro das arbitrariedades de Moro, foi obrigado a colher informações a fim de atacar o PT e seus dirigentes, como José Dirceu e, por óbvio, o presidente Lula. Em entrevista à CNN neste domingo (4), conta o seguinte:

Eles me amarraram nesse acordo durante dez anos. Eles ficaram me usando para obter informações, usaram informações para perseguir o PT, eles usaram da minha amizade com o Eduardo Cunha para eu colher informações de operadores do PT, operadores da Petrobras, operadores do Zé Dirceu, de tudo, eles queriam pegar tudo […] Eu falei que eu era agente infiltrado, que eu recebia as ordens diretas do Moro, que ele pedia para eu ir sem advogado. Eu fui 40 vezes ao MPF, fiquei trabalhando para eles, me fizeram de funcionário”.

Na TV 247, o ex-deputado diz inclusive que foi coagido por Moro e pelos procuradores de Curitiba a forjar denúncia contra José Dirceu, a qual foi veiculada na revista Veja, destacando a cruzada contra Lula e o PT:

O que eles botavam na minha boca… para buscar coisas contra o PT, para tirar o Lula da eleição. Fui instado a procurar coisas contra o PT através do Eduardo Cunha, que era meu amigo. Uma perseguição clara (contra o PT)“.

Diz que métodos de tortura psicológica faziam parte da atuação de Moro como juiz e dos procuradores. Chegou até mesmo a dizer que eles fizerem de Curitiba a Guantánamo brasileira:

Eu estava preso, era pai de uma criança de um ano. Me jogaram num porão da Polícia Federal. Moro fez de Curitiba a Guantánamo brasileira. Ele fazia os mesmos métodos de tortura psicológica para tirar de você, preso, o que ele queria”.

Cansado de ser prisioneiro do Mussolini de Maringá e de seus comparsas, em 2021 Tony Garcia relatou tudo isto a Gabriela Hardt, sucessora de Moro na 13ª Vara Federal de Curitiba.

Por óbvio, a juíza não deu prosseguimento às denúncias, afinal a mesma é uma das principais comparsas de Moro.

Áudio de juíza comprova: não foi só Moro que perseguiu Lula
A relação de Hardt com o roubo de patente da Petrobrás pelos EUA

Apenas dois anos depois, agora em 2023, é que o juízo da 13ª Vara de Curitiba resolveu dar andamento às denúncias, remetendo-as ao STF. Isto só aconteceu, contudo, após Eduardo Appio ter assumido a titularidade da Vara.

Tony Garcia diz acreditar que foi por isto que o TRF-4 ordenou o afastamento de Appio, afastamento este que contou com participação pública de Sergio Moro, agora já senador.

Setor ligado diretamente aos EUA afasta Appio da Lava Jato

Diante dessas denúncias, fica mais uma vez claro o quão criminosa foi e continua sendo a Operação Lava-Jato. Arquitetada pelos criminosos Departamentos de Estado e de Justiça dos EUA, visando à destruição a indústria nacional brasileira, através da perseguição política do PT, Lula e demais dirigentes petistas, é obvio que uma operação judicial dessa natureza só poderia ser feita por uma organização criminosa criada justamente para esse fim. Sergio Moro, Deltan Dallagnol e Gabriela Hardt são figuras centrais nessa organização criminosa, e atuaram diretamente contra os interesses nacionais.

Sempre que há uma investigação a respeito da Lava-Jato e da “República de Curitiba”, um novo podre vem à tona, ainda pior do que todas as revelações já feitas.

Assim, é preciso que seja dito: todos aqueles que contemporizem com a Lava Jato e suas cabeças, que se recusem a reconhecer e afirmar que se trata de uma operação criminosa e vende-pátria dessa operação, que digam que apenas foram cometidos erros pontuais, todas essas pessoas são cúmplices de Sergio Moro, Deltan Dallagnol, Gabriela Hardt e, é claro, do imperialismo. Por conseguinte, são inimigos do povo brasileiro, devendo serem tratados como tal.

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