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Lava Jato

Áudio de juíza comprova: não foi só Moro que perseguiu Lula

Toda a Força Tarefa tinha como objetivo inviabilizar politicamente o principal opositor do regime golpista, logo, não se trata de suspeição, mas de anular todos os processos

Nesta semana a defesa do ex-presidente Lula apresentou mais um áudio da operação golpista Lava Jato, em que o então coordenador da força tarefa, Deltan Dallagnol, fala aos demais integrantes, no início de 2019, da conversa que teve com a juíza Gabriela Hardt sobre os processos contra o ex-presidente. Segundo Dallagnol, ela disse não ter condições de ler toda “a pilha de papel” relativa aos processos, mas adiantou que condenaria Lula no caso do Sítio de Atibaia, o que ocorreria 2 semanas depois! O caso comprova que não foi apenas Moro que perseguiu o ex-presidente, mas sim todos os operadores  da Lava Jato, uma conspiração quep tinha como objetivo inviabilizar politicamente o principal opositor do regime golpista. Ou seja, escancara que não se trata da suspeição de Moro, mas sim da necessidade imediata de anular todos os processos contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de restituir seus direitos políticos.

O procurador de Curitiba conta sobre sua visita ao gabinete da juíza que substituiu Moro na 13ª Vara Federal de Curitiba:

“Isabel, falei com a Gabriela…, perguntei dos casos… primeiro do caso do sítio, se ela ia sentenciar. É, aí ela disse: ‘Olha, você está vendo isso aqui na minha frente?’ – aí tinha uma pilha de papel grande na frente dela. Eh, eu falei: ‘Tô’. Ela falou: ‘O que você acha que é isso aqui?’ Aí eu sei lá, chutei lá qualquer coisa. Aí ela falou: ‘Isso aqui são as alegações finais do Lula’. É, que estão lá com umas 1.600 páginas. Aí ela falou: ‘Olha, tô tentando fazer isso aqui, tá todo mundo esperando que eu faça isso, mas tô aqui eu e o Tiago, e fora isso aqui – que é uma sentença – eu tenho mais 500 casos conclusos pra decisão. Que horas eu vou fazer isso aqui? Só se eu vier aqui e trabalhar da meia noite às seis. Tem todas as operações. Tem as prisões que vocês pediram. Tem isso, aquilo’…”

Ou seja, o coordenador da Lava Jato, procurador do Ministério Pú0blico Federal (MPF), que era parte acusatória nos processos contra o ex-presidente foi cobrar a juíza dos casos, ou seja, o agente mediador, que deveria ser imparcial para julgar o réu, agilidade na condenação de Lula. Em reação, a juíza alegou que estava tentando, mas que sofria muita pressão para emitir a sentença condenando o ex-presidente: “tá todo mundo esperando que eu faça isso.” E mais, admitiu que sua sobrecarga de trabalho vinha do próprio MPF, ou seja, a parte interessada na acusação ditava o ritmo das condenações dos réus:

“Que horas eu vou fazer isso aqui? Só se eu vier aqui e trabalhar da meia noite às seis. Tem todas as operações. Tem as prisões que vocês pediram. Tem isso, aquilo’…”

Desta forma, Dallagnol relata a reclamação da juíza em cumprir o ritmo esperado pelo MPF, que ela condenaria Lula no caso de Atibaia, mas que em seguida pediria remoção da Força Tarefa:

“Então ela tá assim bem, bem, ela falou de um modo bem cordial, toda querida, com boa vontade, querendo fazer o melhor, mas ela tá bem, assim, bem esticada. Sabe? E aí ela disse que vai sentenciar o caso do sítio, mas o outro ela não tem a menor condição de sentenciar. E já abriu hoje o edital de remoção, hoje mesmo dia 10, e vai estar encerrado dia 22. Então isso aí, certamente vai ficar pro próximo juiz. É, se você tiver alguma ideia, alguma proposta pra fazer algo diferente, a gente precisaria ir lá conversar com ela, mas, assim, eu senti as portas bem fechadas pra isso. Parece bem inviável, mas se tiver alguma sugestão diferente vamos pensar juntos sim. Beijos.”

A visita de Dallagnol a Hardt ocorreu em 10 de janeiro de 2019. Vinte e sete dias depois, em 6 de fevereiro, a juíza emitiu sentença condenando o ex-presidente Lula a 12 anos e 11 meses de prisão no caso do sítio de Atibaia. No entanto, a pressa em condenar fez com que a juíza deixasse no texto trechos copiados da sentença de Moro condenando Lula no caso do triplex do Guarujá. Isto lhe rendeu o apelido de “juíza do copia e cola”.

O ato falho de Hardt era uma evidência de que a juíza condenou o ex-presidente sem prova alguma, mas apenas baseada na sentença de Moro (a qual copiou) e na convicção, insistência de Dallagnol/MPF. Não por acaso ela reclamou a ele a impossibilidade de ler todas as milhares de páginas dos processos e no mesmo dia pediu remoção da Força Tarefa. Ou seja, condenou o ex-presidente sem qualquer base material, apenas pela pressão que era exercida sobre ela e depois mudou de local de trabalho, saindo dos processos da Lava Jato.

 

STF e imprensa burguesa

Diante da grande desmoralização da Lava Jato, o Supremo Tribunal Federal (STF) e imprensa burguesa, passaram a defender que a suspeição do ex-juiz Sérgio Moro só tivesse efeito sobre o caso do triplex do Guarujá, ou seja, que não levasse à restituição dos direitos políticos de Lula. Esta posição foi expressa pelo ministro Gilmar Mendes.

No entanto, diferente do que defendem os golpistas do STF e a imprensa burguesa, o áudio de Dallagnol comprova que não foi apenas Moro que perseguiu o ex-presidente, mas sim que toda a Força Tarefa tinha como objetivo primeiro inviabilizar politicamente o principal opositor do regime golpista: Lula.

A juíza substituta Gabriela Hardt, mesmo não tendo a mesma importância de Moro para a Lava Jato, foi incluída no mesmo modus operandi da força tarefa. O MPF, ou seja, a parte acusatória, coordenava com o juízo da ação os passos para condenar o réu. Um complô de agentes do Estado, que independia do processo e que tinha como único objetivo perseguir e condenar Lula. Portanto, é preciso anular todos os processos contra o ex-presidente. Não se trata do ex-presidente ter um julgamento justo, mas de ter seus direitos políticos restituídos imediatamente!

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