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Derrocada do futebol popular

Times SAF não ganham nada, quem ganha são seus acionistas

Não interessa mais anseios da torcida ou do clube, mas sim do capitalista, que investe dinheiro para ter retorno

Na temporada do futebol de 2023, pode-se comprovar que o modelo de SAF para os clubes brasileiros é muito vantajoso para os capitalistas e danoso aos clubes e ao torcedor. É preciso que fique claro o engodo capitalista a favor da privatização do futebol brasileiro.

No Brasil, clubes tradicionais e vitoriosos como Cruzeiro, Vasco da Gama e Botafogo foram, durante anos, administrados de forma errada pelos dirigentes burgueses. Muitas vezes, esses dirigentes usaram os clubes em interesse pessoal. Contudo, ainda assim, a torcida tinha forte ingerência nos destinos de seus times. 

Percebendo uma maneira de dominar o mercado do futebol brasileiro, capitalistas internacionais começaram a pressionar a opinião pública a favor da ideia de que privatizar esses clubes seria a solução, o “El Dorado” do futebol brasileiro. Esse é o mesmo pensamento da privatização de empresas pública, que são alvos de grandes desmontes para que seja encaminhada sua privatização.

No Brasil, a imprensa burguesa foi a principal porta-voz da SAF. O grupo Globo, por exemplo, cumpriu o papel de “corretor de clubes”, quase que anunciando em seus “Classificados” quais clubes estavam disponíveis à venda. Os torcedores, desesperados vendo seus times afundados em dívidas, se encantaram e fisgaram a isca das SAF.

Acontece que esse modelo exclui o torcedor do jogo. Não interessa mais anseios da torcida ou do clube, mas sim do capitalista, que investe dinheiro para ter retorno. É exatamente por isso que os clubes citados anteriormente sequer chegaram às finais de seus estaduais, mesmo estando, supostamente, com dinheiro para investir em seus times a partir da SAF. O Vasco da Gama já caiu nas fases iniciais da Copa do Brasil. O Botafogo sequer chegou às semifinais do campeonato carioca, e o Cruzeiro foi atropelado pelo América MG.

Fora isso, outros rumos tomados pelas SAFs mostram sua natureza. Por exemplo, o Botafogo tinha em seu elenco o jogador Jeffinho, destaque do campeonato brasileiro de 2022 pela ponta-esquerda. Um jogador driblador, criativo e de capacidade técnica acima da média. John Textor, proprietário do time da estrela solitária, comprou recentemente o Lyon, um clube de médio porte da França. Milagrosamente, Jeffinho despertou interesse do Lyon, e, numa facilidade incrível, foi parar lá. Ou seja, John Textor usou o Botafogo como barriga de aluguel de seu time na França, levantando suspeitas inclusive em relação à operação financeira, já que, na verdade, Textor vendeu um jogador para si mesmo.

Outro fato curioso ocorreu no Cruzeiro. O tradicional mascote da Raposa foi trocado por Ronaldo Fenômeno, dono do clube (apesar de ser um dos maiores jogadores da história e ter tido sucesso com a camisa do Cruzeiro, hoje é apenas um capitalista da bola). A torcida não gostou da alteração, mas de nada adiantou protestar. Ronaldo, que sequer mora no Brasil (assim como Textor e os donos do Vasco da Gama), manteve a alteração.

Isso tudo mostra como as SAFs funcionam como uma ditadura no futebol. Se o modelo associativo tinha problemas, a SAF só tem problemas. Antes, o torcedor poderia se associar ao clube e, quem sabe, chegar ao posto de presidente. Se não, ao menos ter voz como sócio ou conselheiro. Hoje, o clube pertence a uma pessoa, que manda e desmanda sem ouvir ninguém, sem nem sequer estar no Brasil.

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