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Petróleo

“Tendência contemporânea” é explorar o petróleo

É conservadora a ideia de abandonar a exploração do Petróleo, isso é pura propaganda de quem explora esse recurso natural

Um dos jornais mais conhecidos da esquerda, o Brasil de Fato publicou uma reportagem que apresenta uma das teses correntes dentro da esquerda pequeno-burguesa, que é a ideia de que os BRICS, tal como foi anunciado recentemente, seria um retrocesso.

Em primeiro lugar, o que é normal, o texto enaltece a importância dos Brics como uma oposição ao G7 imperialista. “O Brics ganhou musculatura geopolítica com sua expansão, o que deve tirar o sono dos dirigentes das potências ocidentais, especialmente os Estados Unidos. Essa musculatura atende principalmente aos interesses da China, e em certa medida da Rússia, que criam assim um contraponto mais forte ao G7 – grupo das sete maiores economias do planeta”. 

Ficou claro que o passo dado por Lula e os BRICS, na atual conjuntura, é muito importante para a união de países explorados e que vivem sob a ameaça econômica e militar dos países imperialistas. O conjunto da obra revela que na política internacional Lula tem conseguido levar adiante um programa mais progressista. 

Mas o texto do Brasil de Fato não conseguiu escapar da pressão ambientalista e identitária do momento, e afirmou: “todavia, o bloco abraçou países que são conservadores e têm economias baseadas em exploração de petróleo, tendências que vão na contramão de pautas contemporâneas importantes, como direitos das mulheres e combate às mudanças climáticas”.

Além disso, afirma o Brasil de Fato que “a Arábia Saudita, do ministro do Exterior Faisal bin Farhan Al Saud, traz petrodólares para o Brics, junto com a tradição de reprimir as mulheres”. E para corroborar essa tese, apresenta a posição de Giorgio Romano, cientista político, que afirma que a “Arábia Saudita, o Irã e os Emirados”, são três países “cujas economias circulam em torno do petróleo e começam a pensar como vai ser o futuro, porque o petróleo é uma força econômica com prazo de validade”.

Aqui reside uma das principais oposições que o PCO tem com a esquerda pequeno burguesa. O petróleo é, sim, uma “tendência”, melhor dizendo, sua exploração é uma das principais formas de desenvolvimento de um país. Tanto é assim que o imperialismo faz questão de desatar uma guerra em torno do controle dessa área de exploração. Quase toda guerra no Oriente Médio tem como pano de fundo o controle da exploração do petróleo. A vigilância norte-americana no Brasil, especialmente na Amazônia, tem sua justificativa no petróleo e sua exploração. Impedir que um país explore o petróleo é impedir seu desenvolvimento e manter sua colonização.

A questão ambiental é muito secundária diante de tal problema. Afinal, se existem danos ambientais a serem reparados no presente momento são danos causados pelos imperialistas ou grandes capitalistas, não por países atrasados e seus governos e sua economia. 

Por outro lado, surge o debate sobre o direito das mulheres nos países que entraram, agora, no Brics. Como se os países imperialistas respeitassem esse direito em algum momento de sua existência. Todo direito da mulher que hoje existe foi fruto da luta das operárias, das mulheres trabalhadoras, não benesses dos governantes.

Na mesma matéria do Brasil de Fato, Ana Saggioro, diretora do centro de pesquisa Brics Policy Center, da Puc-Rio afirma que “do ponto de vista das lutas sociais, da agenda dos trabalhadores, das comunidades, o que a gente está vendo é um peso enorme de países com base (energética) fóssil. Então toda a discussão de meio ambiente, de mitigação das mudanças climáticas, de saída das energias fósseis, isso vai ficar muito contraditório… Então temos um Brics muito forte na geopolítica, mas muito afastado de qualquer possibilidade de transformação socialista. São países de extrema desigualdade, extrema repressão aos trabalhadores e cujas elites e as burguesias não estão nem perto de permitir qualquer transformação social mais ampla”.

A ideia de saída das energias fósseis só existe por interesse dos imperialistas. É uma política para os países atrasados, sair da energia fóssil, abandonar e entregar o petróleo para os poderosos capitalistas do ramo. Esses, sim, podem continuar com a exploração das energias fósseis, e jamais vão abrir mão disso. 

Por outro lado, as desigualdades dos países do Brics se dão, em grande medida, em razão do atual estágio de exploração que os imperialistas impuseram a esses países. A união deles, na realidade, é uma necessidade e uma das formas de progredir para as transformações sociais. 

Toda medida progressista, e o Brics tal como está o é, não deixa de ser um passo para a “transformação socialista”, como diz Saggioro. O que impede essa “transformação” são as restrições, repressão, controle impostos pelos donos do mundo. A chegada de novos países ao Brics, Arábia Saudita, Argentina, Egito, Emirados Árabes, Etiópia e Irã, é bastante progressista, e o próprio imperialismo já reconheceu isso, e já teme os próximos passos que serão dados pelo Brics.

A questão geral do petróleo, apontada na matéria do Brasil de Fato, deve ser encarada de forma positiva. A exploração do petróleo, uma das principais fontes de energia da atualidade, é uma necessidade de qualquer país em desenvolvimento. Basta ver os feitos energéticos e a importância industrial e energética da Petrobras para o Brasil e para toda a América do Sul. 

É conservadora a ideia de abandonar a exploração do Petróleo, pelo simples fato de que ninguém abandonou essa exploração em detrimento de outra energia “limpa”, como se diz. Ambas coexistem, mas a briga, na realidade, é pelo petróleo. Os planos alternativos de exploração de energia só surgem quando países oprimidos começam a explorar o petróleo.

O debate ou o programa a ser defendido, por fim, deveria ser a reestatização de 100% da Petrobrás, posto que o petróleo por ela explorado e todo o parque industrial da empresa é do Brasil e do povo brasileiro que a construiu. O mesmo vale para os demais países do Brics. O patrimônio do povo deve ser 100% público, bem como sua exploração e seus rendimentos.

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