Por quê estou vendo anúncios no DCO?

31 de março

Só a mobilização popular poderá fazer frente aos militares

PCO e comitês de luta realizaram uma manifestação rememorando o golpe fascista de 1964 e contra a tutela militar ao regime político

Os militantes do Partido da Causa Operária (PCO) e dos comitês de luta realizaram um ato público ontem (31) na Avenida Paulista, em São Paulo, no aniversário de 59 anos do golpe militar de 1964. A manifestação foi a única convocada por toda a esquerda, por isso a sua importância.

Ainda mais em um momento quando os militares (que, na prática, nunca saíram do poder) procuram deixar absolutamente claro que mantêm uma firme tutela sobre o regime político. 

O 8 de janeiro, não há dúvida nenhuma, foi organizado pelos militares. E foi um escândalo nacional com repercussões internacionais, gerando uma enorme crise política que se abateu sobre o governo Lula. Tudo isso, sem que os militares precisassem colocar os tanques nas ruas, sem que precisassem nem mesmo fazer algum comunicado à nação. Na verdade, o objetivo sequer era dar um golpe de Estado, apesar de toda a histeria que se criou com a ocupação da sede dos Três Poderes da República.

Alexandre de Moraes e o STF, que se proclamam bastiões da luta contra o fascismo, latiram muito mas nada fizeram. O mesmo vale para o ministro da Justiça, Flávio Dino, que acreditou piamente na burguesia e nos militares, de que não haveria risco nenhum de manifestação com ocupação em Brasília, e deixou o terreno livre para os bolsonaristas. Dino quis encarnar Robespierre, mas quando acordou do sonho percebeu que estava mais para Luís XVI após a Queda da Bastilha.

Embora até mesmo a imprensa burguesa tenha informado sobre a participação no 8 de janeiro do alto escalão das forças armadas, os oficiais não foram atingidos pelas investigações. Mais de mil pessoas foram presas por terem aderido à manifestação bolsonarista; nenhuma era general, coronel ou capitão, ou mesmo de escalões mais baixos. E mais: o serviço judicial teve de liberar a esmagadora maioria dos detidos, por pressão dos militares. As “forças da ordem” do Ministério da Justiça, da Polícia Federal, do Ministério Público e do STF não tiveram coragem de manter na cadeia nem mesmo civis que pudessem ser amigos dos militares.

Lula ainda tentou uma espécie de mini-expurgo em setores do governo, como na segurança da Presidência da República, no GSI e na Abin. Ele chegou a trocar o comandante do Exército, substituindo o suspeitíssimo general Júlio César Arruda por Tomás Paiva, que seria, teoricamente, de alguma confiança. Mas Tomás Paiva rapidamente demonstrou ser mais um oficial bolsonarista, ou uma espécie de “bolsotucano”. Em declaração dada de maneira privada a um grupo de militares, e vazada pela imprensa, afirmou que “infelizmente” o vencedor das eleições foi Lula, não Bolsonaro.

Se esse é o homem de confiança de Lula, o governo pode tirar o cavalinho da chuva. O exército é radicalmente antipetista. Não existe nenhum oficial simpatizante do PT. O que há no Exército são generais à direita do próprio Adolf Hitler e generais que poderiam estar à esquerda de Hitler, mas ainda assim fiéis à ideologia do Partido Nazista. Não há a menor possibilidade de relações de confiança com os militares. O 8 de janeiro se comprovou apenas uma preparação, uma espécie de balão de ensaio, de um golpe iminente.

Se o STF, o MP, a PF, o MJ e o Congresso (que tem se mostrado um sabotador de Lula) nada conseguem fazer contra os militares golpistas, que têm claras intenções de derrubar o governo mais cedo do que tarde, então a quem recorrer?

Só resta ao governo a mobilização popular. Mesmo que o ato realizado pelo PCO e os comitês no dia de ontem tenha sido mais uma ação simbólica para que a esquerda não deixasse passar essa data importantíssima em uma situação tão grave como o governo Lula e a esquerda estão vivendo, foi importante para dar o exato recado.

O PT, a CUT, o MST e os movimentos populares precisam agir. É fundamental a sua mobilização para pressionar o governo a colocar em marcha as medidas que Lula prometeu na campanha eleitoral, como a revogação de reformas do golpe, e outras, como um imediato plano de obras públicas para reconstruir o País e ao mesmo tempo empregar os milhões de brasileiros sem trabalho. A execução de tais medidas também é vital para o próprio governo, que assim ganharia ampla aceitação da população, mesmo de setores da classe operária e média que hoje ainda estão ao lado do bolsonarismo. Logo, esse plano atende tanto aos interesses dos trabalhadores e movimentos populares como aos interesses do governo Lula. Com tal respaldo, dificultaria muito qualquer projeto de golpe por parte dos militares e o governo, hoje extremamente fragilizado, ganharia autoridade e força para lidar com os militares.

Gostou do artigo? Faça uma doação!

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Quero saber mais antes de contribuir

 

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.