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Sionistas de Esquerda

Sionistas querem que Padre Júlio Lancellotti defenda o genocídio

Júlio Lancellotti não deve nada àqueles que defendem um dos Estados mais sanguinolentos e assassinos da história

Nessa terça-feira (7), o grupo Sionistas de Esquerda publicou uma nota oficial atacando o Padre Júlio Lancellotti por sua participação no ato em defesa da Palestina que ocorreu no último sábado (4) na Avenida Paulista, em São Paulo.

“Lamentamos profundamente a presença do Padre Lancellotti na manifestação que ocorreu na Avenida Paulista em 04/11/2023 em que se apresentavam bandeiras do grupo terrorista Hamas e também imagens da Estrela de Davi (símbolo que representa o povo judeu como um todo) com uma cruz suástica dentro”, diz a nota.

O grupo faz referência ao fato de que o Partido da Causa Operária (PCO) trouxe centenas de bandeiras, faixas, camisetas, panfletos, botons e mais em defesa da ação heroica do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) contra a ditadura nazista de Israel. Sobre a Estrela de Davi, eles se referem a um cartaz feito por um manifestante que denuncia como o massacre israelense na Faixa de Gaza se assemelha à política genocida do regime nazista de Adolf Hitler.

Em primeiro lugar, os Sionistas de Esquerda estão claramente tentando coagir Lancellotti a não apoiar a causa palestina. Finalmente, a defesa do Hamas é uma política defendida pelo PCO e, como mostrou a manifestação, por amplos setores da população palestina. Nesse sentido, o Padre Júlio não precisa concordar com essa política para participar da manifestação (apesar de ser o posicionamento mais correto na defesa da Palestina).

Em segundo lugar, a política defendida pelos sionistas “de esquerda”, no documento, tem tudo a ver com o sionismo – mas nada de esquerda -, a começar por seu ataque ao Hamas:

“[…] espera-se de uma figura tão representativa e atuante no movimento de Direitos Humanos, que demonstre o mesmo fervor com relação ao massacre de cerca de 1400 israelenses, em sua maioria civis, entre eles bebês, jovens, mulheres, crianças e idosos, contemplando a história em sua totalidade, e não de forma parcial e sobretudo ofensiva, como realizou-se na manifestação mencionada”, afirmam.

O que o grupo pede de Lancellotti é completamente fora da realidade. As supostas 1.400 vítimas da operação do dia 7 de outubro não chegam nem perto de quantos palestinos já foram assassinados por Israel desde a escalada do conflito – isso sem contar as mais de sete décadas de opressão. Basta mencionar que o terrorismo israelense, além de morte de centenas de milhares de palestinos, levou essa população a ser o maior povo refugiado do mundo (cerca de cinco milhões fora da Palestina).

Em menos de um mês, já foram 10.000 palestinos mortos, pelos israelenses. Dentre estes, mais de 4.000 são crianças. Como comparar as duas coisas?

De um lado, o Hamas trava uma luta de libertação contra a ocupação sionista – sua violência, nesse sentido, está completamente justificada, trata-se de uma reação a tudo que o povo árabe já passou pelas mãos de Israel.

Do outro lado, temos uma das maiores máquinas de guerra do mundo bombardeando incessantemente escolas, hospitais, bairros, campos de refugiados, padarias e mais. É um verdadeiro genocídio. O que o Hamas fez até o momento, em termos de violência, não chega aos pés de Israel.

Sem falar que diversas reportagens, como as da MintPress, já estão desmentindo esse suposto massacre feito pelo Hamas, deixando claro que as tropas israelenses foram responsáveis por uma boa parcela das mortes civis do dia 7 de outubro.

“[Defendemos a] dissolução de todos os poderes políticos e militar do Hamas na Faixa de Gaza, liderado por Ismail Haniyeh”, dizem os Sionistas de Esquerda. Os “esquerdistas” deveriam, primeiro, se perguntar quem poderia dissolver “todos os poderes políticos e militar do Hamas na Faixa de Gaza” (lembrando que o movimento islâmico foi democraticamente eleito para governar Gaza). Apenas o Estado de Israel, apoiado pelo imperialismo, tem essa capacidade. Nesse sentido, a proposta da “esquerda” sionista é justamente apoiar o que tem sido feito por Benjamin Netanyahu: o massacre da população palestina através de bombardeios criminosos.

Segundo, seguindo essa lógica, por que eles não exigem, por exemplo, o fim do Exército de Israel, o principal responsável pelo massacre que ocorre na região? Justamente porque eles não defendem a paz, mas sim o fim da resistência palestina, o fim da luta armada de um povo profundamente oprimido pelo imperialismo no Oriente Médio.

Afinal, se os palestinos já são massacrados por Israel apesar do Hamas, o que aconteceria se nem mesmo o principal grupo que defende a Palestina de maneira armada existisse? Um massacre ainda maior.

Além do ataque ao Hamas, o grupo também defende uma política reacionária no que diz respeito à existência do Estado de Israel: “[Defendemos o] início das negociações para a fundação de um Estado Palestino que conviva e coopere com o Estado de Israel, ambos legítimos e soberanos […] Esperamos que Padre Lancellotti se manifeste e denuncie o terrorismo do Hamas, reconheça o direito de Israel a existir em paz e segurança e condene o antissemitismo galopante em todo o mundo, sobretudo no Brasil”, dizem.

Aqui, fica claro que o “Sionistas” fala bem mais alto que o “de Esquerda”. Além de ser algo completamente impossível, tendo em vista que o principal objetivo de Israel é promover a limpeza étnica da Palestina, a política de dois Estado é uma capitulação à política imperialista. A região invadida por Israel é do povo palestino, o Estado de Israel é completamente fictício, foi inventado pelo imperialismo para garantir os seus interesses sobre a região. Nesse sentido, a política progressista é, necessariamente, a do fim do Estado de Israel, em defesa da criação de um Estado único palestino, laico e plurinacional. Qualquer outra alternativa beneficia o genocídio em curso, beneficia Israel.

Mais uma vez, fica exposta a farsa do sionismo “de esquerda”, que disfarça sua frente única com o imperialismo e pelo genocídio promovido por Israel através de fraseologias mais ou menos “democráticas” e esquerdistas.

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