A burguesia – e aqui estamos falando do setor imperialista mais poderoso dela – está numa verdadeira caçada contra a liberdade de expressão. Para disfarçar essa política reacionária, cinicamente apresenta todas as medidas de censura como sendo o contrário do que são.
Não seria censura, seria “democracia”, não seria repressão, seria “defesa dos oprimidos” e assim vai…
A esquerda pequeno-burguesa, já com uma programação de computador instalada no cérebro para concordar com tudo o que o imperialismo fala, está servindo de base para essa política reacionário.
No governo Lula, por exemplo, os setores identitários, e consequentemente pró-imperialistas, que se infiltraram em cargos nos ministérios, estão colocando em marcha essa política, o que custará muito caro ao governo. Trata-se de uma política impopular que agrada apenas ao imperialismo, que é quem a formula, e a círculos reduzidos de esquerdistas identitários da classe média universitária.
É importante compreender por que o imperialismo decidiu atacar justamente nesse ponto dos direitos democráticos. Não que os demais direitos sejam respeitados, mas com certeza o direito à liberdade de expressão está quase extinto no País. Já não é possível falar nada no Brasil sem o risco de sofrer algum processo de censura.
É justamente aí onde mora o problema. Sem a liberdade de expressão os demais direitos são limitados. Por exemplo, de que adianta ter liberdade de manifestação política se nela corre-se o risco de dizer alguma coisa e ser censurado e reprimido por isso? Na prática, é o fim da liberdade de manifestação política. Isso aconteceu com Eduardo Bolsonaro que falou a asneira comparando professor com traficante em um ato público e isso está sendo objeto de cassação de seu mandato.
De que adiante, por exemplo, a liberdade de organização se não se pode falar o que se pensa? Por exemplo, deixa de ser possível ter um partido e defender algo que não esteja dentro do que permite os pretensos guardiões do discurso. Nesse caso, teríamos partido de pensamento único. O mesmo vale para uma organização religiosa. Perde-se o direito à livre manifestação de culto se as pessoas são obrigadas a dizer apenas aquilo que alguém definiu como correto. Alguém, no caso, as instituições do Estado capitalista.
Por isso, o imperialismo investe contra a liberdade de expressão. Com essa ofensiva, ele garante que os demais direitos também sejam limitados. É a imposição disfarçada de um regime de exceção. A burguesia precisa disso para impor sua política e seus interesses econômicos sobre o povo.
O lastimável é ver setores da esquerda apoiando essa política que, no final, será a sua própria cova.