Na última quinta (26), o companheiro Rui Costa Pimenta esteve presente no canal da Nova Resistência, grupo nacionalista brasileiro, para discutir as principais temáticas da geopolítica, como o conflito Israel-Palestina e a influência das ONGs imperialistas. Dentre as divergências, há um ponto de enorme convergência entre o PCO e a NR: a política internacional.
Rússia e Palestina
“A Rússia fez uma declaração hoje falando que o que está acontecendo na Palestina coloca em risco a segurança russa”, pontuou o companheiro Rui. Confira a continuação de sua fala:
“É uma colocação com implicações muito profundas. Tudo aponta para uma guerra, mas a pergunta é: o imperialismo tem condições de fazer uma guerra nesse momento? Eu acho que não. Eles precisariam preparar o terreno para poderem cogitar uma guerra dessas proporções. A atitude deles com a China e na Ásia é muito agressiva, mas eles têm condições de comprar essa briga toda? Tudo indica que a espiral de crise do imperialismo vai atingir um nível novo. Acho que teremos que passar essa etapa de crise convulsiva que o imperialismo está atravessando, eles vão ter que procurar um acomodamento da situação para cogitar um enfrentamento militar. O imperialismo europeu não tem condição de enfrentar isso daí. Eles estão com cinco metros de língua para fora. É uma situação de impasse difícil de ver como vai se resolver, porque essas situações de impasse são resolvidas na prática: você tem um estouro, uma crise total, que força a ação de diferentes atores do processo político.”
Perseguição bolsonarista contra o companheiro João Pimenta
O companheiro João Pimenta, membro da direção do Partido das Causa Operária, foi alvo de um processo proposto por 27 deputados bolsonaristas por ter “extrapolado os limites da liberdade de expressão”. Os deputados são os mesmos que se queixavam (justamente) de uma perseguição política por parte do Supremo Tribunal Federal.
“Esses 27 deputados bolsonaristas passaram quatro anos esbravejando contra o Alexandre de Moraes porque tava cerceando o direito de se expressar. Na primeira oportunidade, eles vêm censurar o nosso. É uma hipocrisia da parte deles! Mostra que eles não defendem liberdade de expressão coisa nenhuma. É jogo de cena. É oportunismo. Eles agora estão no seu verdadeiro papel: o de perseguição política.”
Política nacional
Sobre a política nacional, foi discutido, sobretudo, sobre a influência das ONGs. Confira a fala do companheiro Rui:
“O pessoal não percebeu que houve uma mudança na qualidade da consciência da maioria das pessoas. O país está mais politizado, mais desconfiado, a oposição às manobras do imperialismo cresceu muito, com muita gente desconfiada e que aprendeu… As pessoas mudaram. O país mudou. A conscientização das pessoas mudou. Quando eles lançaram a campanha da ministra mulher negra no STF, por exemplo, eles estavam trabalhando com a ideia de que o Brasil de hoje teria voltado à época de beatismo político do governo da Dilma, mas eles se surpreenderam muito com a reação. Muita, mas muita gente é contra isso daí. O pessoal está muito desconfiado, não estão mais no discurso do PT de que “o Brasil voltou”, sendo esse um discurso meio besta. A população elegeu o Lula, mas ninguém está dando carta branca. Observe a posição do Lula sobre a Palestina. Nós fizemos críticas muito duras ao Lula sobre sua fala do terrorismo do Hamas. Em vários programas que eu vou, sempre aparece um petista reclamando da crítica ao PT, falando “ai tá criticando o PT”. Ninguém apareceu para criticar. E nós estávamos falando do Lula, não do Dino ou outro ministro. Dá para sentir que a opinião não é mais passiva assim. Foi ontem ou hoje que ele falou de genocídio da Faixa de Gaza, porque o pessoal não aceitou o seu discurso conservador sobre o assunto. Nós não estamos jogando pedra, fizemos uma crítica política, mas é visível que o pessoal não está mais dando essa bola toda para ninguém. O país é muito mais crítico do que antes. Podemos ver que a campanha das ONGs do Gregório Duvivier fracassou total.”
PCO e Nova Resistência
Para concluir, o presidente nacional do PCO afirmou que, ideologicamente, ambos possuem concepções bastantes distintas, mas que para o Partido a politica é a pedra de toque de toda e qualquer ideologia e temos duas coincidências aqui que eu queria destacar. “Uma é o posicionamento em relação à Ucrânia e a outra, agora, em relação sobre a Palestina, que eu reputo como essencial na política nacional e internacional. Fico muito satisfeito de ver essas coincidências. A esquerda vê vocês com maus olhos e acho que é um preconceito meio irracional que eles têm, mas considero que é preciso que a gente vá criando relações que permitam atuar sobre a política nacional. As questões da luta contra o imperialismo são questões essenciais.”
