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Brasileiros presos em Gaza

Rafá: a culpa não é do Hamas, mas dos cachorros loucos sionistas

Diante da impossibilidade de retirar os cidadãos do Brasil de Gaza, o Palácio do Planalto tem recorrido à vassalagem ante a Casa Branca

Mais de 2.700 estrangeiros já conseguiram deixar a Faixa de Gaza, mas os 32 brasileiros que tentam sair da zona de conflito pela passagem de Rafá, na fronteira com o Egito, continuam sendo barrados pelas autoridades sionistas. Desde o último dia 1º, o governo egípcio liberou a travessia de sua fronteira para estrangeiros localizados, atualizando diariamente a lista dos que terão autorização para fazê-lo. Ocorre que desde então, nenhum cidadão brasileiro conseguiu entrar na nação árabe.

Em matéria publicada no último dia 3, o jornal golpista O Globo chamou atenção para o fato de que “somente nesta sexta [3], dos 571 autorizados, 367 são cidadãos americanos e 127 britânicos” (“Aliados de Israel são privilegiados em lista de autorizações para sair da Faixa de Gaza”, Janaína Figueiredo). No dia seguinte, o embaixador do Brasil na Palestina, Alessandro Candeas, informou que a lista do dia autorizava a travessia de 599 pessoas, mas era composta por cidadãos dos Estados Unidos (386), Reino Unido (112), França (51) e Alemanha (50).

Segundo informações do portal direitista Metrópoles, já conseguiram deixar Gaza cidadãos da Alemanha, Austrália, Áustria, Azerbaijão, Bahrein, Bélgica, Bulgária, Chade, Coreia do Sul, Croácia, EUA, Finlândia, Grécia, Hungria, Indonésia, Jordânia, Japão, República Tcheca, México, Itália, Suíça, Sri Lanka, Holanda e Macedônia do Norte.

Diante da impossibilidade de retirar os cidadãos brasileiros de Gaza, o Palácio do Planalto tem recorrido à vassalagem ante a Casa Branca para interceder na questão. “À Folha, Amorim disse que fez o contato [com o conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Jake Sullivan] para reafirmar a preocupação do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com a demora na liberação dos brasileiros e reforçar a ação que já vem sendo empreendida pela gestão oficial do chanceler Mauro Vieira com a sua contraparte de Israel, Eli Cohen”, publicou o supracitado jornal Folha de S. Paulo (“Brasil pede ajuda aos EUA para retirar brasileiros de Gaza; Israel culpa Hamas pela demora”, 4/11/2023).

A discriminação nítida do regime sionista contra os brasileiros levou a parlamentar e presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, a criticar Tel-Aviv, em publicação no X:

“Pela terceira vez o governo israelense negou a saída de cidadãos e cidadãs brasileiros ameaçados pelo massacre contra população civil na Faixa de Gaza. E não apresentou qualquer explicação para essa atitude que discrimina um país, o Brasil, que tem históricas relações com o Estado de Israel. Um país que, à frente do Conselho de Segurança da ONU, fez todos os esforços por uma solução negociada para o conflito. Infelizmente, o governo israelense sinaliza que estabeleceu uma hierarquia política para a liberação de civis, privilegiando alguns países em detrimento de outros”, escreveu Hoffmann.

Em resposta, a Embaixada de Israel no Brasil publicou nota chamando de fake news as críticas da presidente do PT e responsabilizando o Hamas pela demora:

“O Estado de Israel está fazendo absolutamente tudo que pode e que está ao seu alcance para que todos os estrangeiros deixem a Faixa de Gaza o mais rapidamente possível. Qualquer outra afirmação está errada e é fruto de fake news ou desinformação sobre essa complexa e desumana situação criada exclusivamente pelo Hamas.”

A supracitada matéria de O Globo destaca que “fontes do governo descartam que esse posicionamento explique a exclusão do Brasil [das litas de autorização] utilizando um argumento recorrente: a autorização a cidadãos da Indonésia, país que não reconhece o Estado de Israel, e que votou a favor de uma resolução sobre ajuda humanitária no conflito na Assembleia Geral da ONU rechaçada pelo governo de Netanyahu.”

Ocorre que ao contrário do Brasil, a Indonésia é nação mais muçulmana do planeta, o que colocaria Jacarta em situação muito delicada caso o governo adotasse outra política. Em abril desse ano, por exemplo, o país perdeu o direito de sediar o campeonato mundial sub-20 de futebol após um dirigente se opor à participação de Israel no torneio.

O gigante latino-americano, por outro lado, é governado por alguém com grande autoridade entre a classe trabalhadora mundial, tornando a política de Brasília um problema para o imperialismo, na medida em que orienta os trabalhadores a tomarem partido dos palestinos, mesmo que de uma forma extremamente vacilante. De quebra, Israel ganha ainda o poder de chantagear o resto do planeta a apoiarem a limpeza étnica da Palestina, sob risco de serem os próximos a terem seus cidadãos mortos no massacre em marcha.

O Ministério das Relações Exteriores disse que até o dia 8, os brasileiros devem enfim conseguir sair de Gaza. Resta saber se isso foi acertado com os sionistas.

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