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Amazônia

“Racismo Ambiental” ou como confundir a luta por moradia e terra

O identitarismo infiltrado no governo faz muito discurso com palavrinhas da moda para esconder uma política nociva

Participando do encontro da Cúpula da Amazônia, a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, anunciou a criação do Comitê de Monitoramento da Amazônia Negra e Enfrentamento ao Racismo Ambiental, em particeria com o Ministério do Meio Ambiente, de Marina Silva.

Anielle Franco ainda citou dados do Censo 2022, que diz que 32,1% dos residentes da Amazônia Legal são quilombolas, para justificar sua política: “São vidas impactadas pelas mudanças climáticas, que provocam desastres de alto risco para quem habita moradias precárias em áreas de alto risco, sem acesso ao saneamento básico, convivendo com a poluição de rios e mares, com a pobreza e a incerteza sobre a vida do amanhã”.

Além disso, ao defender a demarcação de terras e a titulação de territórios quilombolas, ela afirmou: “É preservar a Amazônia. Isso é salvar o mundo. A gente não tem mais tempo a perder.” (as informações são da Agência Brasil).

A formação de um comitê para tratar da questão de moradia e demarcação de terras é uma proposta correta, não fosse um único problema: as declarações de Anielle Franco revelam que o plano não é colocar em prática uma política real de moradia e reforma agrária para a população da Amazônia e de todo o País. O discurso pseudo-ambiental revela que as intenções são outras.

O termo identitário “racismo ambiental” serve apenas para confundir o povo. Ao invés de traçar uma política clara sobre a reforma agrária, a demarcação de terras, o direito à moradia para todos etc, Anielle Franco faz discurso ambiental de acordo com as normas exigidas pelo imperialismo.

O problema da habitação e da reforma agrária no Brasil é gravíssimo, mas a ministra esconde o problema com esse discurso. Ao invés de enfrentar os latifundiários, ela se esconde atrás de uma ideologia imperialista para aparecer bem na foto.

A parceria com o Ministério de Marina Silva, que nesse momento trava uma luta contra o próprio governo e o povo brasileiro na questão da exploração do petróleo, não deixa dúvidas sobre o caráter de tal comitês. O identitarismo infiltrado no governo é um fator de enorme confusão. O uso do termo totalmente vazio de conteúdo do “racismo ambiental” só serve para causar confusão.

Seria preciso perguntar a Anielle Franco e Marina Silva como elas querem resolver o problema de garantir moradia digna para a população da Amazônia sem o desenvolvimento técnico e econômico necessário para tal. Sem energia elétrica, internet, água encanada, saneamento básico, hospitais, escolas etc, ou seja, sem o desenvolvimento não se resolverá o problema das populações pobres, nem da Amazônia, nem de qualquer outro lugar do País. Mas como fazer tudo isso sem a exploração – ainda que racional – dos recursos, como é o caso do petróleo.

A não ser que a “preservação” ambiental pregada por Anielle Franco signifique que o Estado deva deixar a população quilombola e as comunidades dos índios da região sem nenhuma dessa estrutura. Se for isso, seria preciso dizer abertamente.

A população brasileira, de Norte a Sul, quilombolas, indígenas, da cidade ou do campo, precisa de reforma agrária e reforma urbana. Essa é a política que pode resolver o problema do povo. Palavrinhas da moda como “racismo ambiental” só são bonitas no meio universitário, mas só servem para confundir e para fazer a vontade do imperialismo cuja última preocupação é a de resolver qualquer problema do povo brasileiro. Na verdade, com a política pseudo-ambiental, o imperialismo quer deixar o povo na miséria.

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