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Fora Campos Neto!

Protestos hoje: por um Banco Central controlado pelo governo

Povo irá às ruas em apoio a Lula em sua luta contra os banqueiros

A CUT e o PT convocaram atos contra a Independência do Banco Central para hoje. As manifestações ocorrerão em 10 capitais do país, sendo as principais no Rio de Janeiro, em São Paulo e em Brasília e expressam o apoio a Lula e a sua política econômica. Há duas semanas, o petista começou a criticar abertamente Roberto Campos Neto e sua política de juros altos, chegando a dizer que o presidente da estatal queria levar o Brasil à recessão.

No Rio de Janeiro, a manifestação irá ocorrer às 11h, na Av. Presidente Vargas, 730, em frente à sede do Banco Central e será o principal ato do dia. Em São Paulo, será na Av. Paulista, 1804, no mesmo horário. Em Brasília, o ato ocorrerá 12h30, no Setor Bancário Sul (SBS), Quadra 3, Bloco B. Nas outras capitais, os endereços serão os seguintes:

Belém/PA – Endereço: Boulevard Castilhos França, 708. Campina. Belém – PA 

Belo Horizonte/MG – Horário: 10h – Endereço: Av. Álvares Cabral, 1605. Santo Agostinho. Belo Horizonte – MG 

Curitiba/PR – Endereço: Av. Cândido de Abreu, 344. Centro Cívico. Curitiba – PR 

Fortaleza/CE – Horário: 9h – Endereço: Av. Heráclito Graça, 273. Centro. Fortaleza – CE 

Porto Alegre/RS – Endereço: Rua 7 de Setembro, 586. Centro. Porto Alegre – RS 

Recife/PE – Horário: 9h – Endereço: Rua da Aurora, 1259. Santo Amaro. Recife – PE 

Salvador/BA – Endereço: 1ª avenida, 160. Centro Administrativo da Bahia (CAB) 

Em relação ao conteúdo das manifestações, é importante citar que, respondendo aos chamados de Lula, o povo está saindo às ruas para dar uma resposta aos rentistas. Trata-se, portanto, de uma manifestação contra a alta da taxa de juros definida pelo Banco Central, contra a gestão de Roberto Campos Neto – presidente da estatal, indicado por Jair Bolsonaro para um mandato até 2024 –, contra a independência da autarquia, mas, antes de tudo, em defesa do governo Lula.

O ato contra a independência do Banco Central, isto é, em oposição aos chamados “cargos técnicos livres da ingerência política” é um ato em defesa de Lula por uma peculiaridade especial. Trata-se do fato de ter sido Lula quem começou a discussão sobre o tema, o que acabou gerando uma mobilização.

É particular que tenha sido Lula que colocou o assunto em questão. Lula levantou a questão da política de juros altos, mantida pelo presidente do BC, fazendo propaganda sobre o tema: tal política aumenta os juros do cartão de crédito, diminui o financiamento, inibe o consumo, mas aumenta o lucro dos rentistas, que ganham em cima dos juros. Com isso, arrastou a sua base para as ruas contra a “independência” do Banco Central e contra a política neoliberal. 

Isso deve ser entendido com muita atenção, pois foge à regra, visto que, pela própria natureza do nacionalismo burguês, que é o tipo de fenômeno que descreve o governo Lula, seria natural que o presidente só desse uma guinada à esquerda mais profunda em um cenário de mobilização dos trabalhadores. Afinal, por se tratar de um governo que se opõe ao imperialismo, mas dentro dos quadros do regime capitalista, depende do apoio da classe operária para poder ensaiar tais guinadas.

No entanto, o que se vê no Brasil ainda é uma completa paralisia do movimento operário. Não acontecem grandes greves, nem grandes atos de rua; sequer atos do tamanho das manifestações Fora Bolsonaro de 2021 estão em curso. Não havendo o apoio ativo, isto é, mobilizado da classe operária – apenas seu apoio eleitoral –, tampouco há o apoio da burguesia nacional ao governo Lula. O presidente chegou a chamar os industriais para que criticassem a política antinacional de elevar a taxa de juros para satisfazer os rentistas e recebeu um sonoro eco como resposta. Por medo da ação da classe operária, os capitalistas nacionais não têm a menor tendência de apoiar iniciativas como a de Lula, mesmo que sejam de seu interesse imediato. Se nem nesse setor Lula encontra apoio, o que dizer por parte do imperialismo?

Nessas condições, o governo praticamente pairaria no ar. O normal, para um nacionalista burguês, seria deslocar-se à direita, buscar fazer acordos com o imperialismo; em última instância, com sua base social mobilizada, o presidente iria para a esquerda, mas, sem esse estado de coisas, ele iria para a direita.

Aqui, pode-se observar claramente o fenômeno. Lula está tão à esquerda, que está a frente mesmo de sua própria base social; foi ele quem colocou em questão a independência do Banco Central, mesmo estando completamente débil no Congresso Nacional, sem o apoio mesmo de sua base aliada – composta por PSD e MDB – para levar adiante um enfrentamento com Campos Neto.

Apesar disso, Lula pôs em questão o assunto, discutiu ao longo da semana publicamente, agitou e mobilizou sua base. E ela está respondendo a ele – e não o contrário: as manifestações convocadas para hoje pela CUT são a prova mais marcante disso. Trata-se de um processo de radicalização do próprio Lula: após ter sido preso e ver que, se dependesse do imperialismo, ele apodreceria na prisão pelo resto da vida, certamente deu uma guinada à esquerda.

Ou seja, uma mobilização das bases a partir dos temas que Lula levanta significa uma diferença qualitativa em relação às outras manifestações. Afinal, representa uma radicalização do próprio Lula e um impulso à mobilização por parte do presidente: trata-se de um enfrentamento direto ao imperialismo através do único meio material que o PT dispõe para tal, que é sua base social.

Portanto, é preciso apoiar tais atos e impulsionar esta guinada à esquerda por parte de Lula. É preciso tirar as bases sindicais, operárias, camponesas e também o conjunto do povo da paralisia, mobilizá-los em torno da defesa do governo e de suas reivindicações mais necessárias. Ao chamar o povo à luta contra a independência do Banco Central e contra os sanguessugas do mercado financeiro, Lula abre a possibilidade de evoluir as reivindicações. 

Deve-se exigir já a estatização de todo sistema financeiro nacional e seu controle pelo povo, bem como a reestatização das empresas privatizadas desde o golpe: tais palavras de ordem, bem mais audaciosas, espalham-se graças à mobilização impulsionada por Lula. Visto que, por exemplo, os trabalhadores que vão às ruas apoiar as medidas que o presidente gostaria de implementar, como o fim da independência do Banco Central, têm um caminho aberto para evoluir sua compreensão política e chegar a defesa e a mobilização por essas palavras de ordem mais audaciosas.

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