O ex-jogador e atual colunista do UOL/Folha de S. Paulo, Walter Casagrande Jr. publicou uma coluna com o título “Se o PSG dispensar o mimado Neymar, quem vai querer?” A pergunta, por si só, é um abuso. A pergunta é: quem não vai querer o melhor jogador do mundo jogando em seu time? Neymar escolhe camisa em qualquer time do mundo e, se alguns times não o querem, é simplesmente porque não conseguem pagar ou porque fazem parte da campanha contra o jogador — da qual Casagrande faz parte – cujo objetivo é atacar o futebol brasileiro.
Na coluna, o colunista do Uol comenta a carreira do craque brasileira e aponta que Neymar “escolheu a vaidade e o dinheiro indo para o PSG”, que seria melhor ele ficar no Barcelona. Ele tem uma certa razão, o caminho no clube catalão seria mais fácil para o jogador. No entanto, é louvável o que Neymar fez. Além do dinheiro, o craque brasileiro foi para o PSG para sair da sombra de Lionel Messi, onde foi colocado injustamente pela imprensa mundial. É isso que revela o documentário “O caos perfeito”, produzido pela Netflix sobre a vida de Neymar.
Portanto, para mostrar o seu futebol e calar a boca daqueles que, apesar de suas atuações, sempre o diminuíam para favorecer a boneca de ouro do imperialismo (Messi). Relembremos: em sua última temporada no Barcelona, o PSG, cuja referência era o uruguaio Edison Cavani, perdeu a primeira partida das Oitavas de final para o clube francês por 4 x 0. Na partida de volta, só um milagre poderia classificar o clube catalão, que acabou vencendo por 6 x 1, se classificando para as Quartas de Final. O grande jogador da partida: Neymar, jogou como um verdadeiro mago da bola, parecia um pelézinho destruindo o que era considerado, então, a melhor zaga do mundo — formada pelos brasileiros Thiago Silva e Marquinhos. Na imprensa, no dia seguinte, a capa era Messi, que sumiu no momento da decisão.
Neymar, ao contrário do jogador argentino formado na Europa, é um jogador que cresce em decisões, revelando sua qualidade de jogar em alto nível mesmo sob pressão. Até hoje, o jogador brasileiro é o atleta com mais gols em finais. Para qualquer craque, a irrelevância dada para uma atuação mestral seria um problema. Neymar, então, decidir jogar no PSG, um clube sem tradições, mas que tinha um projeto estabelecido: ganhar, pela primeira vez, uma Liga dos Campeões.
Para Neymar, que deveria ter ganho o prêmio de melhor do mundo da FIFA, pelo menos, em 2015 e 2017, era sua chance de se provar. Não contava ele, no entanto, que seria boicotado de qualquer forma. Como ficou comprovado, esses prêmios não beneficiam os melhores jogadores, mas aqueles que servem para aumentar artificialmente a divulgação das competições europeias. Por isso, jogadores como Benzema e Lewandowski conquistaram o prêmio. Por isso, durante muito tempo, só ganharam Messi e Cristiano Ronaldo. Mesmo sendo o Neymar o melhor jogador do mundo desde a época do Santos Futebol Clube. O jogador brasileiro ainda demonstraria ser o melhor quando, sozinho, levaria o PSG para a final da principal competição europeia, a Liga dos Campeões, em 2020. O título acabaria não chegando, mas Neymar novamente, após duas temporadas recheadas de lesões, que ninguém no mundo chega aos seus pés.
Mas Casagrande desconsidera tudo isso e diz que sua passagem no PSG “foi um fracasso, porque não foi contratado para ganhar a Liga e nem a Copa da França. Mas, sim, para ganhar a Champions League, o que não conseguiu”. Não conseguiu por culpa da gestão do PSG, que, ao invés de montar um time estável, quando poderia ganhar o título após o escorregão em 2020, decidiu minar Neymar para favorecer Mbappé, criando uma situação de crises no clubes francês — motivo pelo qual o mais correto seria Neymar sair desse muquifo.
Casagrande para justificar sua campanha contra Neymar decide, simplesmente, mentir. “Contratá-lo representa um risco não só pelo altíssimo salário, mas também pela péssima imagem que criou nas relações. Sem contar que, além de se machucar demais, não joga em alto nível há um bom tempo”. Se é bem verdade que Neymar ganha um alto salário e se machuca muito porque é perseguido pelos atletas adversários, é falso que ele “não joga em alto nível há um bom tempo”.
Antes de se lesionar, Neymar era o jogador com mais participações em gols no mundo inteiro. Foi o primeiro a chegar a dois dígitos tanto de assistências, quanto de gols marcados na Europa — sem falar nas participações em gols não contabilizadas pela partida. Era o maestro do PSG e estava distribuindo golaços.
Depois, Casagrande diz que “na Copa de 2018, na Rússia, teve uma participação patética, virando meme do mundo inteiro com a imagem do ‘cai-cai’”. Mais uma mentira: já denunciamos a farsa da campanha do cai-cai nesse Diário. No entanto, basta pegar os lances de Neymar na Copa de 2018 que se dirá que, não apenas foi sua melhor atuação em Copas do Mundo, como foi o melhor jogador dessa edição.
Ainda, segundo Casagrande, depois da Copa do Catar, em 2022, Neymar “operou e aí descambou completamente, se enterrando na vida de celebridade de uma vez por todas. Por cinco meses, as únicas notícias eram de festas, crime ambiental, traição, pôquer, Fórmula 1, NBA, mas fisioterapia nada”. Mas é claro, para a imprensa capitalista, não dá em nada acompanhar a evolução do jogador em fisioterapia. É muito mais jogo fazer fofoca que, ao mesmo tempo, dá mais visualização (portanto, mais dinheiro) e serve para tentar desestabilizar o melhor jogador do mundo.
“Surgiram muitas notícias colocando-o como desejável para grandes clubes: Chelsea, City, United, Bayern e Barcelona. Sendo que para esse último, a imprensa espanhola afirmou que ele mesmo se ofereceu, possibilidade que teria levado à pior resposta possível. O treinador Xavi —segundo esta mesma imprensa internacional— teria respondido o seguinte ao ser perguntado sobre um possível retorno de Neymar ao Barcelona: ‘Ele não faria bem para o ambiente que criamos entre os jogadores’. Uma pancada para quem se achava a última ‘bolacha do pacote’”.
Casagrande faz sua análise não sobre o que foi dito ou feito, mas sobre as fofocas do mundo futebolístico que podem muito bem não ser verdade. Isso comprova que a opinião e as análises de Casagrande valem tanto quanto o jornal mijado por um cachorro.
Agora, sobre a crise de Neymar com o PSG — que está colocando todos os seus melhores jogadores (Mbappé, Parede, Verratti) para correr, culpando-os pelas consecutivas derrotas — que bom! O melhor para a carreira do brasileiro é sair do clube extremamente mal gerido.
“Segundo a imprensa europeia, desde o início do ano o clube já não teria mais interesse em contar com o brasileiro. Porém, para se desfazer dele, só aceitaria a venda. Mas agora já aceitaria negociá-lo até por empréstimo. Talvez por empréstimo algum clube se aventure a ter esse pacote totalmente destrutivo no seu grupo de jogadores. Sem dúvida alguma Neymar irá debochar dessa decisão do PSG porque, para ele, o dinheiro é o que vale e não a sua história, seu futebol, as crianças que ainda são fãs dele pelo mundo afora”, diz Casagrande, que se acha no direito de julgar os outros moralmente sendo que 1) trabalha para um órgão golpista que ajudou a jogar milhões de crianças na miséria e na fome; 2) nunca foi exemplo de nada, nem dentro, nem fora de campo, ou de compromisso com o futebol.
“Uma pena porque era um jogador que poderia ter ganho a Bola de Ouro diversas vezes e talvez uma Copa, principalmente a de 2018. Mas preferiu ficar rolando no chão em lugar de decidir algum jogo importante. O que não faz há um tempo já”, diz Casagrande, fingindo estar triste pela carreira de Neymar, e mentido mais uma vez (os números provam: Neymar é o jogador mais decisivo do mundo, tendo feito 21 gols em finais, o artilheiro em decisões de títulos).
A grande pergunta que fica é: por que a imprensa insiste tanto no mimado Casagrande? No mundo do futebol, ninguém gosta de suas opiniões. Os torcedores, muito menos, também odeiam o que ele diz. Então por que ele segue sendo mimado, ganhando voz nos principais portais? Justamente porque ele presta um serviço essencial no ataque ao futebol brasileiro, realizando a campanha mentirosa e moralista da imprensa.
