Na última semana, circulou nas redes sociais um vídeo chocante gravado por uma moradora do no Morro do Turano, no Rio Comprido, Zona Norte da capital fluminense. Na filmagem, uma mulher idosa aparece morta no chão, sangrando, enquanto a pessoa que está gravando grita desesperada contra a polícia.
A responsável pelas filmagens não deixa dúvidas: a senhora foi assassinada pelos policiais militares que estavam no morro naquele momento. Mesmo sendo denunciados ali, os policiais não mostravam qualquer tipo de compaixão. Alguns deles, inclusive, estavam encapuzados e continuaram desfilando pelas ruas com seus fuzis.
Essa fato expressa bem qual é a rotina da população pobre carioca. A polícia está armada até os dentes, com verdadeiras armas de guerra: fuzis, blindados que mais parecem tanques de guerra, atiradores de elite e homens treinados para matar. Não há nenhuma “guerra contra o tráfico” em curso: há, na verdade, uma guerra contra a população pobre, humilhada todos os dias pelas torturas sofridas pela polícia e, muitas vezes, fatalmente vitimadas.
É especialmente assustador o fato de que o ministro da Justiça Flávio Dino, comandante de uma pasta em um governo de esquerda e uma pessoa que até pouco tempo se dizia “comunista”, tenha acabado de fechar uma parceria para aumentar ainda mais o efetivo da polícia carioca.
A polícia é uma máquina de guerra contra o povo, uma instituição que atende somente aos interesses dos poderosos, que fazem uso da força para tentar conter a revolta crescente contra a situação de miséria em que o País se encontra. Aos oprimidos, não resta outra palavra de ordem que não o fim da polícia.