Índios Guarani-Caiouá da retomada Puyelito Kue no município de Iguatemi, no Mato Grosso do Sul, estão denunciando ao Diário Causa Operária (DCO) que lideranças e integrantes da retomada estão sendo intimidados e ameaçados por integrantes das forças de segurança do estado do Mato Grosso do Sul.
Foi-nos relatado que viaturas do Departamento de Operações de Fronteira (DOF) estão rondando a retomada Puyelito Kue a procura de lideranças e de nomes de índios que estão na retomada.
Importante lembrar que o DOF é uma entidade policial da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (SEJUSP), que é mais ligada aos latifundiários do que o restante das forças policiais, e que muitas vezes, como no caso de Puyelito Kue, funciona como um braço armado do estado para defender os latifundiários e atacar principalmente os índios. Tanto que está envolvida em diversos despejos legais e violência contra os índios.
Outro fato a se destacar é que somente a polícia federal está autorizada a lidar com as questões relacionadas aos índios, em particular quando se trata de investigações ou qualquer tipo de informação referente a lideranças indígenas.
De forma que qualquer tentativa de policiais do DOF ou da Polícia Militar em ir atrás de lideranças fica caracterizada como perseguição e intimidação aos índios por parte da polícia.
Ademais disto, é evidente que a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (SEJUSP), na pessoa do ex-delegado da Polícia Civil de Dourados, e agora secretário, não faz nada para controlar a violência policial e o atos criminosos de jagunços e milícias de latifundiários praticados contra os índios.
Nos recentes ataques no dia 22 de novembro contra índios, jornalistas estrangeiros e militante do PCO, policiais do DOF estavam envolvidos e presentes no local no momento em que se deu a violência das milícias organizadas pelos latifundiários e políticos do município de Iguatemi.
É preciso denunciar a atuação da polícia militar, civil e do DOF, como contratados dos latifundiários para cometer crimes e barbaridades contra os índios, em total conluio do governo do estado do Mato Grosso do Sul.