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CONUNE

PCdoB transforma UNE em palanque para propaganda reacionária

A esquerda pequeno-burguesa mostra-se profundamente desnorteada a receber Dino como alguém de esquerda, ainda aplaudindo-o por sua política de censura das redes

Na quarta-feira (12), teve início o 59º Congresso da União Nacional dos Estudantes, em Brasília, no Distrito Federal, e está programado para terminar no dia 16. Apesar da burocracia direitista que domina a UNE há anos, o que dificulta a mobilização dos estudantes em prol de seus direitos e dos direitos do povo, o congresso permanece sendo o maior encontro político da juventude brasileira.

Fazendo jus à sua política direitista, a direção da UNE convidou ao evento os reacionários Luis Roberto Barroso (Ministro do Supremo Tribunal Federal) e Flávio Dino (Ministro da Justiça).

Como já está claro até mesmo para esquerdistas pequeno-burgueses desmiolados que Barroso é um tremendo de um direitista, inimigo dos trabalhadores e do povo brasileiro em geral, o ministro foi recebido por sonoras vaias dos estudantes presentes.

Inconformado, proferiu seu discurso revoltado com as vaias, equiparando aos bolsonaristas os estudantes que o vaiavam. Segundo o ministro:

“Aqueles que gritam, que não colocam argumentos na mesa, isso é o bolsonarismo”.

Não, vaiar e levantar palavras de ordem contra um ministro do Supremo Tribunal Federal, um antro da reação, não é bolsonarismo. É apenas a manifestação de uma revolta latente contra os carrascos do povo. No caso, o contexto principal das vaias se deve às decisões reacionárias de Barroso no âmbito do processo judicial que trata do piso da enfermagem.

Em outros momentos de seu discurso, o ministro mostra toda a sua hipocrisia, ao dizer que luta contra a ditadura e a favor da democracia. Igualmente, falsifica a realidade dizendo que lutou contra o bolsonarismo:

“ Lutei contra a ditadura e contra o bolsonarismo […] Só ditadura fecha Congresso, só ditadura cassa mandatos, só ditadura cria censura, só ditadura tem presos políticos”, declarou. “Nós percorremos um longo caminho para que as pessoas pudessem se manifestar de qualquer maneira que quisessem”.

Barroso diz que só ditadura cassa mandatos, cria censura e tem presos políticos. Ora, mas é exatamente isto que o STF vem fazendo de forma habitual. Cassa mandatos de deputados, atropelando a vontade dos eleitores. Trouxe a censura de volta ao país, com o Inquérito das Fake News. Visa inclusive a aprofundá-la, com o julgamento do recurso extraordinário que trata da constitucionalidade do Marco Civil da Internet. E, é claro, tem presos políticos. O principal deles foi o próprio presidente Lula, que ficou dois anos presos graças ao apoio do Supremo à Lava Jato, às inúmeras vezes que negou habeas corpus ao presidente e à sua mudança de entendimento a respeito da prisão em segunda instância. E Lula não foi o único, há outros também, tais como o bolsonarista Daniel Silveira e os mais de quinhentos réus acusados no Inquérito que investiga os atos do dia 08 de janeiro.

No ápice de seu cinismo, Barroso diz que lutou para que as pessoas pudessem se manifestar da forma que quisessem. Ora, por que o ministro apoia em toda sua extensão a política de censura realizada por Alexandre de Moraes, através do Inquérito das Fake News? E mais, quando o Partido da Causa Operária teve todas suas redes derrubadas a mando de Alexandre de Moraes, por acaso Barroso se opôs? Não. E o que Partido da Causa Operária fez? Cometeu algum crime? Não, apenas defendeu sua histórica posição democrática de dissolução do STF, por meio de uma reforma constitucional. Uma reivindicação perfeitamente legítima.

E a tal luta contra o Bolsonarismo? Nunca houve. O que ocorreu foi apenas perseguição política contra elementos secundários da extrema-direita. O que o ministro fez quando Bolsonaro mobilizou a PRF para impedir eleitores do nordeste de chegarem aos locais de votação? Nada. O que ele fez diante dos milhares de casos de patrões coagindo os trabalhadores a votarem em Bolsonaro? Nada.

Em suma, a presença de Barroso no congresso serviu apenas para expor sua hipocrisia, seu direitismo e sua falsificação da realidade, falsificação esta no mínimo curiosa para quem diz lutar contra as “Fake News”.

E quanto a Flavio Dino?

Infelizmente, a maioria da esquerda tem uma atitude de adoração quase religiosa perante o Ministro da Justiça. Ainda não perceberam que estão diante de um homem da burguesia, de um direitista.

Segundo relatos, fotos e vídeos, Dino muito bem recebido por grande parte da esquerda pequno-burguesa, em especial a UJS.

Reverberando uma campanha já iniciada pela imprensa pró-imperialista, a revista Fórum disse que Dino foi recebido como “presidenciável”.

Em seu discurso, o Ministro da Justiça mostrou claramente que, apesar de ter deixado a magistratura, a magistratura não o deixou. Assim como vêm fazendo em sua atividade diária como Ministro da Justiça, expôs sua política reacionária de destruição do direito democrático à liberdade de expressão e manifestação do pensamento. Nesse sentido, disse que a internet é uma plataforma da negação de direitos. Em outras palavras, que instituir um regime de controle estrito sobre esse meio democrático de comunicação:

“A gente tem que entender que a internet funciona como uma plataforma das ideias da direita. Funciona como uma plataforma do poder econômico. Funciona como uma plataforma da negação de direitos.”

Contudo, diante da falência generalizada da esquerda, dominada pelo identitarismo, pela política autoritária de censurar a tudo e a todos, negando o direito à liberdade de expressão, Flávio Dino ainda consegue se passar por alguém de esquerda perante muitos.

Quanto tempo ainda durará esse seu disfarce? Quanto tempo a esquerda alimentará suas ilusões nesse direitista? Ainda não se sabe.

Sendo assim, cabe à Aliança da Juventude Revolucionária (AJR) ser um farol, a fim de guiar os estudantes em direção a uma política verdadeira popular, a uma política revolucionária.

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