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"Venaldo" Azevedo

Para atacar Lula, Reinaldo Azevedo exalta filhote de Stroessner

Na tentativa de "domesticar" a política externa de Lula, jornalista golpista ataca governos nacionalistas da Nicarágua e Venezuela

Em vídeo divulgado no canal de YouTube da Rádio BandNews, o pseudo-jornalista e golpista Reinaldo Azevedo resolveu “aconselhar” o governo Lula. Segundo ele, o presidente deveria “ajustar” suas falas sobre Nicarágua e Venezuela, sob o risco de “tomar porrada” tanto de “democratas” como da extrema-direita. Para respaldar suas críticas, citou o atual presidente paraguaio, herdeiro político do ditador Alfredo Stroessner, que governou o país de 1954 a 1989.

Em contraponto à política belicista imposta ao mundo pelos países imperialistas, Lula afirmou que “nossa opção regional deve ser a cooperação e a solidariedade”. O que implica necessariamente em manter o diálogo aberto com Maduro e Ortega. É interessante que a fala tão criticada de Lula não passa por nenhuma exaltação ou defesa explícita de nenhum desses governos, mas simplesmente da sua recusa em virar as costas para as nações vizinhas. O que, além de desvantajoso para o país economicamente, ajudaria a manter o próprio governo Lula isolado diante de uma ofensiva golpista no Brasil. Já que nenhum desses defensores da “democracia” vai mexer uma palha para combater um novo golpe de Estado contra um governo nacionalista.

Para Azevedo, defender os governos da Venezuela e da Nicarágua dá munição, ou “capim”, para a extrema-direita atacar Lula. Ou seja, para defender seu governo Lula teria que se juntar ao boicote imposto pelo imperialismo à tentativa desses países em levar adiante uma política independente. No vídeo, são citadas falas dos presidente de Paraguai e Uruguai, Luis Alberto Lacalle Pou e Mario Abdo Benítez. Ambas fazem referência à inabilitação eleitoral da venezuelana María Corina Machado, uma das mais ferozes incentivadoras das violentas manifestações contra o governo em 2014, que deixou um saldo de mais de 40 pessoas mortas.

Entre as ações impulsionadas pela oposição estavam as “guarimbas”, barricadas com armadilhas nas ruas, como linhas de arame farpado esticadas em algumas ruas, que provocaram acidentes fatais com motociclistas. O tipo de coisa que não é tolerado em nenhum dos países considerados “democráticos” pela imprensa golpista, mas que o governo venezuelano deveria assistir resignado. Aliás, grande parte desses países não tolera nem protestos mais moderados, nem denúncias jornalísticas como as divulgadas por Julian Assange e não respeita nem a privacidade dos seus próprios cidadãos, como ficou provado no escândalo da vigilância em massa levada a cabo pela NSA.

A passada de pano de Azevedo para o presidente paraguaio é natural para um jornalista desonesto como ele. Numa matéria publicada na Revista Veja em 2012, antes da sua atual fase “democrática”, defendeu o golpe de Estado contra o governo de Fernando Lugo no Paraguai. Com o título de “O governo do Paraguai, sim, não teve direito de defesa até agora! Ou: Safra de governos de esquerda quer acabar com a soberania dos países”. O governo fruto de um golpe orquestrado junto ao parlamento seria uma espécie de vítima porque “governos de esquerda” teriam imposto uma suspensão “arbitrária” ao país no Mercosul.

O atual presidente Benítez, entre uma série de medidas pró-imperialistas, chegou a propor em 2006 que o ditador Stroessner fosse homenageado pelo Partido Colorado, pois segundo ele teria feito muito pelo Paraguai. Com a cínica ressalva de não concordar com as violações aos “direitos humanos”, as torturas e perseguições políticas ocorridas sob seu governo. Para quem não sabe, Stroessner comandou uma das ditaduras mais violentas do continente, com requintes de perversidade, como os abusos sexuais contra crianças cometidos diretamente pelo ditador em nível industrial. O pai de Benítez foi secretário particular de Stroessner, provavelmente quem ensinou ao filho a importância da “democracia” e do respeito aos “direitos humanos”.

Sobre Azevedo, quem não conhece esse jornalista venal que o compre. Um dos principais cachorros loucos da imprensa burguesa na sua campanha golpista contra o PT, que gestou essa mesma extrema-direita a qual o jornalista dedica palavras tão duras nos dias atuais. A mudança de discurso se justifica porque o esforço agora é para domesticar o governo Lula e criar as condições para a ressurreição da direita tradicional, “limpinha e cheirosa”. Que não fala tanta besteira como Bolsonaro mas impõe a política neoliberal de terra arrasada com mais eficiência. Tudo o que Lula fizer que se afaste desse caminho, será combatido por essas “prostitutas da caneta” como “Venaldo” Azevedo.

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