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Nicolás Maduro no Brasil

ONGs, frente ampla e bolsonaristas juntos em ataques à Venezuela

Nicolás Maduro e Lula são atacados com campanha grotesca de mentiras, mostrando que a imprensa burguesa tradicional é a principal fábrica e distribuidora de "fake news"

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, chegou ao Brasil nessa segunda feira (29) para participar da cúpula de líderes da América do Sul que acontece nesta terça (30).

O chefe de Estado venezuelano estava desde 2015 sem vir ao Brasil, em razão do golpe de Estado de 2016, que colocou no comando do Estado brasileiro governos lacaios do imperialismo, antagônicos ao chavismo. Em razão de portaria editada em 2019 pelo governo Bolsonaro, Maduro e outras autoridades do governo da Venezuela estavam proibidos de entrar no Brasil. À época, o golpista Juan Guaidó era reconhecido como presidente da Venezuela, e não Nicolás Maduro, mostrando o claro caráter pró imperialista do governo Bolsonaro.

Contudo, com a reeleição de Lula, que tem se colocado como um aliado dos países atrasados na luta contra o imperialismo, a situação mudou. Maduro foi devidamente recebido pelo presidente no Palácio do Planalto como um verdadeiro chefe de Estado. Aliás, foi recebido calorosamente com abraços e sorrisos, como um companheiro de luta.

Em declaração Lula mais uma vez assumiu postura nacionalista, anti-imperialista, e de aliança com os países oprimidos, denunciando as mentiras contra a Venezuela. O presidente criticou a “narrativa antidemocrática” contra o país vizinho, denunciando a política genocida do bloqueio econômico, imposta pelos EUA, afirmando ser do país norte americano a culpa pela crise econômica por que passa a Venezuela:

Maduro não tem dólar para pagar suas importações. É culpa dele? Não. É culpa dos EUA, que fizeram um bloqueio extremamente exagerado. Sempre acho que o bloqueio é pior do que uma guerra. A guerra, normalmente, morre soldado que está em batalha. Mas o bloqueio mata criança. Mata mulheres, mata pessoas que não têm nada a ver com a disputa ideológica em jogo”.

Diante dessa situação imposta pelo imperialismo à Venezuela, Lula reiterou suas críticas à dolarização da economia mundial, defendendo que os países deveriam ter o direito de comercializarem com suas próprias moedas. Defendeu ainda que a Venezuela entre para os BRICS, o que seria mais um forte golpe na já enfraquecida ditadura mundial imperialista.

Por fim, caracterizou o reencontro com Maduro como sendo um momento histórico:

Queria dizer aos meus amigos do Brasil, à imprensa brasileira, a alegria deste momento histórico. Depois de oito anos, o presidente Maduro volta a visitar o Brasil, e nós recuperamos o direito de fazer política de relações internacionais com a seriedade que sempre fizemos, sobretudo com os países que fazem fronteira com o Brasil […] A Venezuela sempre foi parceiro excepcional do Brasil, mas por conta das contingências políticas, dos equívocos, o presidente Maduro ficou oito anos sem vir ao Brasil, o Brasil ficou muito tempo sem ir à Venezuela”.

Diante da recepção calorosa e de suas declarações antagônicas ao imperialismo e favoráveis à Venezuela, Lula foi bombardeado por toda a direita como apoiador de “ditadores”. Recebeu ataques da extrema-direita, do “centrão”, da direita “civilizada”, da imprensa burguesa e de personalidades.

Felipe Neto, o golpista que, por hoje jura ser um antifascista, declarou que Lula deu um tiro no pé pela forma como recebeu Maduro no Palácio do Planalto. Segundo o youtuber direitista, Hugo Chavez e Maduro teriam cometidos crimes contra a humanidade, assim como todo o regime chavista, e Lula não poderia “passar pano” para eles. Ao final, disse que a culpa da crise econômica e da pobreza que existe na Venezuela é do chavismo e de seus líderes. Em outras palavras, Felipe Neto aproveitou a oportunidade para se revelar novamente um propagandista dos Estados Unidos, do imperialismo.

Outra personalidade execrável se pronunciou no mesmo sentido. Luciano Huck, o mesmo que puxou o coro mandando a ex-presidenta Dilma tomar naquele lugar, disse que a ditadura na Venezuela não é só uma narrativa, mas sim algo real.

Por óbvio, houve críticas por parte de Sergio Moro, que chamou Maduro de ditador, e que sua visita prejudica a imagem do Brasil e do governo Lula.

No mesmo sentido, tivemos condenações moralistas por parte da ONG Wola (Escritório de Washington para a América Latina) e da Human Rights Watch. Ambas criticaram a fala de Lula, dizendo que na Venezuela há uma ditadura com sistemática violações de direitos humanos. Comprovar essas violações que é bom, nada. Denunciar as violações das ditaduras colombianas e peruanas, ambas bancas pelo imperialismo, estas organizações também não o fizeram. Para elas, violações de direitos humanos só existem em países oprimidos cujos governos são comandados por líderes nacionalistas que se opõem ao imperialismo, em especial aos EUA.

Seguindo a mesma linha, a imprensa burguesa foi unânime em classificar a Venezuela como um regime ditatorial, violador contumaz dos direitos humanos. Também reiterou sua versão cínica de que a pobreza existente no país é de Maduro e de seu antecessor, Chávez. Omitem propositadamente o embargo imposto pelos Estados Unidos. De sobra, reverberam acusação falsa e criminosa feita pela procuradoria geral dos EUA, segundo a qual Maduro seria um traficante internacional de drogas, membro de um cartel chamado Los Soles.

Acima vemos o ápice da hipocrisia. Todas essas personalidades direitistas, organizações e toda a imprensa burguesa fazem campanha diuturna contra as chamadas “fake news”, clamando para que o Estado brasileiro criminalize todos aqueles veiculem notícias falsas. Contudo, quando convém aos seus interesses e, principalmente, aos interesses do imperialismo, a imprensa burguesa e os direitistas são fábricas de mentiras, de notícias falsas. São mentirosos contumazes. E possuem os meios materiais para reverberar essas mentiras paras centenas de milhões de pessoas.

Curiosamente, não aparece ninguém para denunciá-los. A esquerda pequeno burguesa fica calada. Alexandre de Moraes mandou suspender ou cancelar a concessão desses jornais? Flávio Dino mandou a PF atrás de alguém? Não. Nada aconteceu. E nem acontecerá.

Resta a este diário fazer a denúncia e travar a luta política!

A imprensa burguesa tradicional é a maior fábrica de “fake news”! É necessário desmascará-los sempre que surgir a oportunidade!

Voltando às condenações à visita de Maduro, pela extrema-direita o ex-presidente Jair Bolsonaro disse ser triste ver a aproximação do Brasil com ditaduras. Um tremendo cinismo, vindo de alguém que nunca se absteve de se aproximar (ou melhor, fazia questão de ir atrás) da ditadura Sionista de Israel.

Contudo, as condenações à visita de Nicolás Maduro ao Brasil chegaram ao paroxismo com Zé Trovão. Em seu capachismo mor, enviou ofício à embaixadora dos EUA no Brasil, Elizabeth Frawley Bagley, requerendo orientações sobre quais “medidas podem ser adotadas pelo governo americano para captura desse criminoso”.

vista de Maduro mostra, novamente, que Lula não é um serviçal do imperialismo. Sua política externa, em especial, tem mostrado uma propensão do presidente brasileiro ao choque com o imperialismo, o que já está levando a uma crise do governo com setores que se dizem seus apoiadores, mas que não passam de oportunistas, como Simone Tebet e Marina Silva.

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