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Imprensa golpista

O que os entreguistas querem para o Brasil?

Monopólio das comunicações se manifestar abertamente contra o desenvolvimento econômico do país e defende sua submissão incondicional ao imperialismo.

O Globo publicou em seu site um editorial intitulado “Ampliação do Brics não é interessante para o Brasil” e já no subtítulo apresenta um resumo da sua opinião: “Projeto chinês de aumentar número de participantes visa a criar bloco com viés antiocidental”. A matéria caracteriza a proposta de ampliação dos BRICS como “um projeto chinês” que teria como objetivo “construir uma barreira aos interesses do Ocidente”, acrescentando, como se fosse necessário, que esse tal ocidente é “liderado pelos Estados Unidos”.

Nessa “encruzilhada”, o Brasil teria que se equilibrar entre sua abertura a instituições multilaterais como o BRICS e seus “valores ocidentais” na política externa. Uma argumentação que explicita a posição dessa imprensa de defender a submissão do país aos interesses norte-americanos. Por ter uma postura submissa aos Estados Unidos há muitos anos, o Brasil por algum motivo deveria se esforçar em fortalecer essa relação que impede seu desenvolvimento. Atualmente diversos países solicitam aderir ao bloco, como Argentina, Arábia Saudita e Irã, outros, ao banco dos BRICS, como o Uruguai.

A mesma matéria chama a posição de neutralidade de Lula em relação à guerra na Ucrânia de “eco” do “velho terceiro-mundismo”, que seria um “delírio de uma grande aliança de países pobres e remediados para se contrapor a Washington”. Em seguida, afirma que é preciso ter um “equilíbrio coerente” nas relações internacionais do Brasil, lembrando que o país tem “laços importantes” com instituições “lideradas por potências ocidentais”, citando como exemplos o FMI e o Banco Mundial, duas instituições acostumadas a espalhar miséria econômica para os povos do mundo inteiro. O período de namoro mais despudorado entre essas instituições do imperialismo e o governo brasileiro foi nos governos FHC, com consequências desastrosas para a economia nacional e para as condições de vida da população, incluindo uma verdadeira epidemia de desnutrição. A burguesia brasileira pode até ter saudades disso, mas o povo certamente não.

O jornal O Estado de S. Paulo, por sua vez, dedicou pelo menos dois editoriais atacando diretamente as tentativas de desenvolvimento do país. Com títulos impressionantes como “O obstáculo nacionalista” e “O Brasil perde quando o desenvolvimento ganha“. No primeiro, o objeto da crítica é a resistência do governo Lula em se submeter ao acordo proposto pela União Europeia. Por ocasião da cúpula entre a Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos) e a União Europeia, o editorial argumenta que “cálculos econométricos” provariam que a proposta oferecida pelos europeus em 2019 é “vantajosa para ambas as partes”. E qual a explicação para que a maioria dos países latino americanos se oponha então? Seria “preservar as prerrogativas do Estado de fazer negócios com empresas improdutivas apadrinhadas”. Contra o que, O Estado de S. Paulo convoca os “prejudicados” a “se fazerem ouvir”.

No outro editorial, O Estado de S. Paulo lança um ataque raivoso contra os esforços para desenvolver a economia brasileira no século XX, que seria uma herança do “Estado patrimonialista português” e teria sido “transplantada para o Império”. O Estado impulsionar a economia do próprio país seria algo relacionado à mistura entre os interesses do país e os interesses particulares de um monarca, onde os interesses do rei seriam privilegiados em detrimento dos interesses gerais da população do país. Pareceria até um devaneio, se não fosse a política da burguesia paulistana desde sempre. Burguesia que reafirmar regularmente seu desprezo à figura de Getúlio Vargas por conta de um desenvolvimento industrial que beneficiou setores dessa mesma burguesia. Para disfarçar, o editorial cita apenas o Estado Novo da década de 30, a “ditadura Vargas”, e fecha o período do “nacional-desenvolvimentismo” com a “ditadura militar”. Desenvolvimentismo seria aparentemente uma característica de ditaduras.

O estímulo à industrialização do país seria um pretexto para que “grupos políticos determinados’ se apropriassem do Estado. Segundo o jornal da família Mesquita, o financiamento da indústria seria uma “distribuição de prêmios a grupos de interesse corporativistas, clientelistas e patrimonialistas” e ainda que isso liquidaria as “oportunidades” dos 203 milhões de habitantes do país. Através do “livre mercado”, a economia nacional teria um caminho honroso para através de seus méritos próprios bater de frente com os produtos exportados pelos países capitalistas desenvolvidos. Inclusive os 203 milhões teriam de algum jeito, condições de entrar nessa disputa. É uma ideia tão extravagante que exige um completo desapego à realidade objetiva. O exemplo de sucesso citado pelo editorial não poderia ser outro, os governos lesa-pátria de Fernando Henrique Cardoso.

Os três editoriais mostram que o setor principal da burguesia brasileira, que tem uma relação de subserviência à burguesia imperialista, não tem o mínimo pudor em disfarçar seu caráter anti-nacional e seu desejo de fazer o país andar para trás. O Brasil que eles querem atua como um fantoche dos países imperialistas, em especial dos Estados Unidos, que exerce o que eles chamam de “liderança”. Uma “liderança” que envolve muito armamento pesado e muita chantagem, mas que, ao contrário do que fazemos aqui na América Latina, seria limpo e honesto. O que esses entreguistas querem é que o Brasil abra mão de crescer economicamente, mesmo que isso signifique manter a maior parte da sua gigantesca população vivendo sob condições precárias. Desde que, com isso, mantenham sua posição privilegiada nessa sociedade atrasada. Reacionários incorrigíveis.

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