No dia 07 de outubro, em um sábado, o Hamas, partido político palestino, por meio de seu braço armado, levou adiante um dos mais espetaculares feitos do povo oprimido deste século, sem sombra de dúvidas. Feito que trouxe alegria para todos aqueles que desejam o fim do regime de opressão do imperialismo.
O Hamas conseguiu, de maneira muito organizada, deixar em polvorosa – e ainda está conseguindo – as outrora invencíveis forças militares de Israel, desde sempre financiadas pelo todo poderoso senhor da guerra, os Estados Unidos.
O apoio à luta Palestina e sua libertação é algo histórico dentro da esquerda mundial, e somente os muito envenenados pelo imperialismo e sua política é que não conseguiram apoiar a Palestina e o Hamas, mas o fato é que este último é quem tem que ser apoiado, abertamente, sem meias palavras.
Não existe a separação fictícia entre o povo palestino e o Hamas. O Hamas é uma organização que representa esse povo, dentre outras que lá existem. Ou seja, são dezenas de milhares de pessoas (talvez centenas de milhares) que se organizaram, pelos meios que foram possíveis, para tentar impor uma derrota contra o seu histórico opressor, no caso, o Estado de Israel.
Nesse sentido é preciso ter claro que é preciso apoiar incondiconalmente o Hamas, pois é a organização que resolveu tomar alguma providência diante de décadas de martírio contra o povo palestino. É quem está à frente nesta luta de morte. Não basta o apoio genérico ao povo palestino, como muitas organizações de esquerda estão fazendo. Essa política genérica faz parecer que o Hamas é uma organização do aquém, estranha ao que lá acontece, e mesmo oposta ao que pensaria um palestino comum.
Pelo contrário, o Hamas é o resultado direto do que acontece com o povo palestino, do martírio imposto pelo Estado de Israel contra os jovens, mulheres, crianças e trabalhadores palestinos. O Hamas é a expressão organizada da luta do povo palestino por sua liberdade, e, nesse sentido, o apoio à luta do Hamas deve ser público, sem poréns, sem nenhuma condicionante, e o apoio ao que o Hamas fez até agora idem. São os métodos que encontraram para lutar, e devem ser apoiados também.
Assim, é preciso condenar todas as ações do Estado de Israel e apoiar todas as ações do Hamas. Se existe alguma dúvida ou temor pelo que pode acontecer, essas dúvidas deveriam ter sido colocadas à mesa quando da fundação artificial do Estado de Israel. Apresentá-las agora é tarde demais, além de ser um exercício puro de cinismo, pois seria de se acreditar que até ontem, antes da ação do Hamas, tudo estava “bem” na Palestina.
Por outro lado, e o mais importante, é preciso olhar o conflito do ponto de vista de classe, não da ideologia. No momento estão em luta os opressores (Estado de Israel) e os oprimidos, os palestinos, que tem no Hamas sua organização de luta. Não é possível ficar em cima do muro diante de um conflito dessa natureza, e, para qualquer organização que se declare revolucionária, é preciso apoiar o Hamas. Toda derrota do imperialismo é uma vitória da classe trabalhadora mundial.
Todos os mortos e feridos do conflito que agora ocorre na Palestina é de responsabilidade única e exclusiva do imperialismo, especialmente dos Estados Unidos e de seu capanga no Oriente Médio, Israel. Não fosse a ocupação ilegal e brutal do Estado de Israel e seus campos de concentração, não fosse o massacre diário contra os palestinos, não teríamos chegado até aqui.
Se o povo palestino, após décadas de genocídio, torturas, mortes e massacres, criou e desenvolveu uma organização armada de resistência, é essa organização que a esquerda revolucionária e mesmo a democrática deve apoiar, independente de qualquer ideologia. É ela quem representa o povo palestino, é ela quem representa, neste momento, os direitos mais elementares do povo palestino, a ela é que deve ser dado todo apoio, da maneira que for possível. Viva o Hamas, viva a luta do povo palestino!
