Desde primeiro de janeiro de 2023, a burguesia nacional e internacional têm se colocado contra o governo Lula. O ato do dia 8, logo após a posse do presidente, onde manifestantes invadiram o Palácio do Planalto, o Congresso e o STF e quebraram tudo, mostra que a sabotagem e a tentativa de manipular e controlar a situação politica e econômica no país está em jogo e mais viva do que nunca, e essa disputa cada dia mais pressiona o governo Lula sempre para a direita contra a população e o povo brasileiro.
Desde o início, o governo vem sendo pressionado entre política econômica – colocada em campanha –, para o povo que o elegeu; e aquela dirigida ao chamado “mercado”. A direita pressiona para que o presidente continue fazendo o mesmo que o regime golpista, e colocado em prática pelo imperialismo e os banqueiros a partir de 2016.
A pressão vem de todos os lados, o Ministro do INSS, Carlos Lupi, tentou baixar a taxa de juros para o empréstimo consignado para aposentados, os bancos e a imprensa reagiram suspendendo os créditos para os cidadãos. A medida é uma verdadeira sabotagem contra o governo. Lupi colocou a taxa a 1,7% ao mês – o que já não é baixa – a proposta dos banqueiros foi acima de 2%, considerando que há bancos que chegam cobrar em torno de 8%. Essa sabotagem coloca o país, que tem mais da metade da população endividada, em uma completa crise.
Por outro lado, montadoras de veículos, atuando também em contradição com o atual governo, alegam paralisação da produção por conta da alta de juros praticada pelo Banco Central, impedindo a população de comprar carros no Brasil. Os empresários não vão para cima do BC, atacam diretamente o governo Lula. Tentam colocar em choque o governo e os trabalhadores. Parar a produção quando um governo, que acabou de eleito, assume o poder, é claramente um ataque à economia que já vem capengando desde o golpe de Estado 2016.
Alguns setores da esquerda e certos grupos ligados a Central Única dos Trabalhadores, já perceberam que sem mobilização popular o governo não chegará a lugar nenhum, muito menos irá conseguir governar para aqueles que o elegeram. A política que vinha sendo implementada pelos governos de direita e pelo Congresso, nos últimos anos, oprime cada vez mais a classe operária e tem aumentado a polarização, o que pode levar a uma grande revolta popular.
A burguesia trabalha intensamente para encurralar o governo ou mesmo domesticá-lo em prol de seus interesses. Portanto, não existe outro caminho que o da mobilização popular para levar o governo cada vez mais a esquerda, e a cumprir as promessas de campanha.