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Editorial

Milei anuncia golpe de Estado na Argentina

Nesta quarta-feira (20), acontece a primeira grande manifestação após a posse do novo presidente do segundo país mais importante da América do Sul

Nos últimos dias, tem sido muito comum encontrar declarações como a do argentino Gabriel Solano, dirigente do Partido Obrero: “contra esse ataque, no dia 20 de dezembro, estaremos em todas as ruas ao lado dos sindicatos combativos, das organizações piqueteiras e de luta. A resposta não pode ser outra senão uma greve nacional”. E não é para menos: no dia 10 de dezembro, tomou posse o novo mandatário argentino, Javier Milei, que prometeu uma política “de choque” contra a classe operária de seu país.

As primeiras medidas de Milei, bem como o que vinha prometendo durante sua campanha eleitoral, são tão assustadoras que estão despertando a reação das organizações da esquerda argentina que contribuíram com a vitória do neoliberal, seja por se recusar a lutar contra a ofensiva golpista da direita contra o kirchnerismo, seja por ingressar de corpo e alma em alianças oportunistas com a direita peronista. Essas organizações, inclusive, decidiram convocar uma manifestação nacional nesta quarta-feira (20).

Por mais que as direções por trás da mobilização desta quarta-feira não compreendam profundamente o significado da vitória eleitoral de Milei, as manifestações expressam uma nova tendência na situação política argentina. Expressam o fato de que os trabalhadores veem o governo Milei como uma grande ameaça.

“Sabemos que no curto prazo a situação irá piorar”, disse Milei, sem meias palavras, em seu discurso de posse. “Naturalmente, haverá um impacto negativo no nível de atividade, de emprego, nos salários reais, no número de pobres e indigentes. Haverá inflação, é verdade”, complementou o novo mandatário.

Dez dias após sua posse, Milei não ficou apenas no discurso. A cotação oficial do dólar passou dos 400 para 800 pesos. O novo presidente decidiu não renovar contratos de trabalho de servidores com menos de um ano no setor público, reduziu os subsídios governamentais à energia e aos transportes e cancelou os contratos de obras públicas. O jornal paranaense Gazeta do Povo, entusiasta do presidente neoliberal, chamou seu pacote de “uma espécie de ‘anti-PAC'”, fazendo referência ao programa de aceleração do crescimento implementado durante os governos do Partido dos Trabalhadores no Brasil.

Se fossem mais honestos, os editores de Gazeta do Povo diriam abertamente: se o PAC é um programa de crescimento econômico, o “anti-PAC” de Milei é um programa de devastação econômica. Um programa de ataques sem precedentes contra a população argentina, que, se bem sucedido, servirá de modelo para que os capitalistas massacrem os povos dos países vizinhos.

Um dos grandes problemas dos ataques de Milei à classe operária, e isso, inclusive, é o que limita as manifestações, é que a ofensiva não é puramente econômica. Para o imperialismo conseguir levar adiante a sua política de espoliação da população argentina, será necessário um regime de força, que reprima duramente os trabalhadores.

Uma charge publicada no periódico peronista Página 12 expressa bem esse problema. Nela, Patricia Bullrich, ministra da Segurança Pública e figura de confiança do imperialismo norte-americano, aparece falando a um guarda: “se vir um manifestante pelas ruas, o pegue”. O policial, então, pergunta: “ataco suas pernas?” ao que Bullrich responde: “em todo o corpo… buscamos uma abordagem holística”.

O caráter necessariamente repressivo que o governo Milei deverá ter indica que sua eleição não será apenas uma ofensiva econômica, mas, de fato, um golpe de Estado contra a população argentina.

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