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Ailton Krenak

Mais um “índio” a serviço de Joe Biden no Brasil

Em entrevista a TV 247, um dos mais proeminentes índios ligados ao imperialismo deixa claro qual o interesse por detrás dessa falsa campanha de defesa do índio

A calamidade dos índios ianomâmi levou a questão indígena aos holofotes nas últimas semanas. As supostas lideranças indígenas identitárias ligadas ao PSDB aparecem constantemente na imprensa, é o caso de Ailton Krenak, o ex-assessor de Aécio Neves, suposto defensor dos índios Crenaque que habitam o vale do Rio Doce. Ele, em entrevista ao Brasil 247, seguiu a linha de outro índio ligado ao imperialismo, Davi Kopenawa, de maior intervenção estrangeira no Brasil como forma de solucionar o problema. O curioso é que essa é sempre a solução dessas “lideranças” que estão com muita frequência nos EUA e na Europa pedindo “ajuda humanitária”.

O interessante da fala de Krenak é que ele começa a levantar a questão da criminalidade, esquema que ficou famoso na Colômbia: “não são apenas os garimpeiros, como historicamente acontecia. Agora tem o braço do crime organizado atuando ao lado deles e contaminando a vida política da região. Uma parte do território brasileiro já está sendo tomada por organizações criminosas, que destroem a floresta e ameaçam o povo ianomâmi”. A repressão ao crime organizado é um argumento interessante, pois já remete ao bolsonarismo, um apelo a setores mais conservadores, como se fosse uma propaganda voltada ao eleitorado do PSDB, o antigo patrão de Krenak.

Ele então continua: “estamos nos acostumando com a violência generalizada, que muitas vezes parte dos próprios agentes do Estado, como foi no governo passado, com militares e civis, com ministro mandando abrir a porteira. A fronteira norte da Amazônia, a partir do Vale do Javari, encostando na Venezuela e Colômbia já está dominada por criminosos.” O ataque à Venezuela aqui é evidente, não há domínio criminoso da Amazônia venezuelana pois no governo Maduro a situação está sob um controle relativo, e além disso o território amazônico da Venezuela não é tradicional de plantio de coca. O mesmo não pode ser dito sobre a Colômbia, que é o grande exemplo de intervenção imperialista e que também está bem distante da terra ianomâmi.

Aqui é preciso destacar o caso mais emblemático de controle norte americano sobre a Amazônia que é a própria Colômbia. O país é uma espécie de colônia dos EUA e inclusive tem bases militares. Por muitos anos o critério para a intervenção imperialista foi o crime organizado, os famosos cartéis da cocaína. O Estado norte-americano atuava diretamente na Colômbia supostamente para combater o tráfico mas na prática detinha o controle político do país. Nos últimos anos, conforme a crise política explodiu, a estratégia mudou, o novo presidente é um esquerdista ao estilo de Boric e sua principal pauta é a proteção ao meio ambiente. Esse é o estilo da maioria dos índios ligados ao imperialismo no Brasil, a política que começa com o “desmatamento zero” e termina em “a Amazônia não é do Brasil”.

No caso de Krenak ele mistura as duas teses, fala do crime organizado, como um bom tucano repressivo e depois também fala da questão do meio ambiente: “Do ponto de vista ambiental, estamos em uma desgraça total. O Brasil é agora o hotpoint da tragédia ambiental. Todos, incluindo ONU, deviam ser convocados a botar o que eles sabem na mesa. No sentido global, estamos instalados numa espécie de caos. Todo consumo, o modo de habitar nossas cidades, a produção de energia, de alimento são uma peste”. Ignorando o fato de que usa um termo em inglês (claro, é comum um índio brasileiro – aliás, qualquer brasileiro – usar termos específicos em inglês!), o índio do PSDB clama pela intervenção da ONU no Brasil, ou seja, por um maior controle do imperialismo sobre o território nacional. Coincidentemente essa é a mesma conclusão de Davi Kopenawa, de Sônia Guajajara e de todos os índios identitários.

O texto do Brasil 247 descreve outra fala de Krenak: “falou da importância do governo brasileiro recorrer às novas relações com a Europa ou Estados Unidos para ajudar a ir a campo, detectar o material, ver a gravidade desse contágio e a possibilidade de ele se disseminar depois da retirada do garimpo.” Por que o Estado brasileiro não teria a capacidade de resolver essa questão? O Brasil tem uma das maiores mineradoras do planeta que inclusive era estatal, tem tecnologia de ponta na mineração e na extração de outros recursos do solo, são 300 anos dessa tradição já. Para Krenak o Brasil é uma espécie de república das bananas que não consegue nem mesmo resolver a questão da poluição e do garimpo, ou na realidade ele quer que esse seja o Brasil.

Logo depois, Krenak mostra a contradição do seu pensamento: “Não é que os europeus subitamente estejam preocupados com os ianomâmi. Estão preocupados com o pulmão do mundo. Os rios e a floresta amazônica prestam um serviço ambiental. Na Amazônia, estão em condição de conservação 120 milhões de áreas de floresta que são áreas indígenas, reservas extrativistas, etc… São habitantes que não destroem a floresta ao viver lá dentro”. Os Europeus estariam preocupados com o pulmão do mundo ou será que estão mais preocupados com os 120 milhões de hectares de floresta? Esses europeus são os mesmos que quando acabou a oportunidade de fazer demagogia com o meio ambiente voltaram a queimar toneladas de carvão após a guerra contra a Rússia.

Krenak então termina atacando o ex-ministro Aldo Rebelo por sua posição em relação à questão indígena: “o comentário de Aldo Rebelo sobre índios trabalhando em garimpo é irresponsável. Só falta dizer que os indígenas estão convidando garimpeiros para montar garimpos nas suas terras. Aldo Rebelo odeia o povo indígena, ele é um mentiroso, escrevia coluna no jornal contra a Marina Silva”. Rebelo é conhecido por ter posições nacionalistas e de defesa da Amazônia e tem uma política de integração do índio à sociedade brasileira e não de massacre do índio, como Bolsonaro. O ataque a Marina Silva é muito compreensível visto que ela é ligada ao Itaú e a Open Society, inimigos declarados de todos os brasileiros.

Ailton Krenak aqui se mostra como mais um dos falsos líderes indígenas, ele mesmo comenta do mal que seu povo sofre no vale do Rio Doce mas foi ligado ao partido que privatizou a Vale do Rio Doce, “ataca” o neoliberalismo mas chama os EUA e a Europa, os maiores neoliberais, para intervir na Amazônia. Ele, junto da Davi Kopenawa, são a expressão mais bem acabada do índio do PSDB, inimigo dos índios e de todos os brasileiros. São a máscara demagógica do imperialismo que se pinta de urucum e jenipapo para saquear ainda mais o povo brasileiro. Esses índios a serviço dos inimigos do povo devem ser desmascarados.

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