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Em defesa da Nicarágua

Lula tem quer ser mais Ortega e menos Boric

Lula não deve dar ouvidos às provocações da imprensa burguesa e deve defender o governo nicaraguense contra o imperialismo

Desde a votação do Conselho de Segurança da ONU sobre uma condenação da Nicarágua, no dia 3 de fevereiro, a relação do governo brasileiro com o país entrou na ordem do dia das discussões. Isso porque o Itamaraty, sob o comando de Lula, se recusou a apoiar a resolução das Nações Unidas que condenava o regime do país centro-americano.

Para os diplomatas brasileiros, classificar Ortega como um ditador que não respeita os direitos humanos “fecha canais de diálogos” e, por isso, o Brasil não deveria se juntar aos 55 países que condenaram duramente a Nicarágua. O gesto de não aderir à provocação imperialista contra o povo nicaraguense gerou uma série de críticas dentro da imprensa burguesa, em especial na Folha de S. Paulo, no Estadão e no O Globo.

A imprensa burguesa tratou de atacar duramente o presidente. Em editoriais, os veículos classificaram Ortega como um “ditador companheiro” de Lula e deram um conselho no mínimo inusitado, que consiste em, para não perder o apoio público, passar a condenar as tais “ditaduras de esquerda”, como fazem Gustavo Petro e Gabriel Boric – que seriam esquerdistas incontestes.

Ocorre que Gabriel Boric é um político profundamente alinhado aos Estados Unidos em tudo que é essencial. Representando a “Nova Esquerda”, Boric leva adiante um programa econômico neoliberal enfeitado pelo identitarismo; para o presidente chileno que a Globo gosta, o Banco Central do país ser independente há mais de 30 anos é um fato muito positivo.

Na política internacional, Boric se opõe a Cuba, à Venezuela, à Nicarágua e à Rússia. No entanto, não o faz porque são “ditaduras” – apenas pessoas completamente apartadas da luta política e presas no sentimentalismo burguês mais torpe poderiam acreditar em uma loucura do gênero –, mas porque enfrentam o imperialismo. Esses países são pedras no sapato da dominação que os Estados Unidos exercem, em conjunto com um pequeno grupo, sobre o mundo inteiro, e é por isso que Boric os ataca. 

Não à toa, tanto a Globo, quanto a Folha de S. Paulo e o Estadão recomendaram que Lula seguisse o exemplo de moderação do líder chileno. Tais recomendações vindas do setor mais podre da imprensa burguesa são a prova inequívoca de que Boric é um presidente capacho dos Estados Unidos. Por conta disso, Lula deveria virar as costas a este tipo de conselho e defender o companheiro Ortega contra os ataques do imperialismo.

Mesmo que a política de Daniel Ortega não seja a correta, afinal ele é um reformista, seu governo deve ser apoiado contra o imperialismo. Simplesmente, por o imperialismo ser o maior fator de reação já existente na história da humanidade; confrontado com ele, todo governo e todo regime adquire um caráter progressista. A tarefa de um revolucionário é impulsionar a luta contra essa força reacionária.

Além disso, Ortega é um esquerdista. Apesar de ele não ser um revolucionário, nem apoiar integralmente a mobilização popular em seu país, é evidente que o presidente da Nicarágua é muito superior ao Boric. Se Lula, com sua perspectiva nacionalista burguesa, tivesse de escolher um para se inspirar – apesar de não ser a política correta –, certamente seria muito mais proveitoso para os trabalhadores brasileiros que ele tivesse Ortega como exemplo em comparação a Boric.

De todo modo, deixando de lado as considerações sobre a “dica” de amigo da onça dada pela imprensa a Lula, fato é que a política correta consiste em defender o governo da Nicarágua contra as provocações imperialistas.

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