“A carta adicional que a União Europeia enviou ao Mercosul é inaceitável”. Declarou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante a entrevista coletiva em Roma nessa quinta-feira (22), após receber o documento da Comissão Europeia.
O documento prevê novas exigências em relações a questões ambientais e estabelece “punições” para os países que não as seguirem, especialmente àqueles que não cumprirem as metas definidas no Acordo de Paris.
“Nem eles cumpriram o acordo de Paris. Os países ricos não cumpriram o acordo de Paris, o protocolo de Quioto, a decisão de Copenhague”, afirmou, referindo-se às decisões tomadas nos últimos fóruns internacionais de debate sobre questões climáticas.
“Então, é preciso ter mais sensibilidade e humildade. Estamos preparando nossa resposta e vamos ver se encontramos um jogo de ganha-ganha, e não de ganha-perde, ou de perde-perde”. Disse o chefe de Estado.
Lula viajou ainda para França, para participar da cúpula sobre o Novo Pacto Global de Financiamento e se encontrar com o presidente francês, Emmanuel Macron.
O presidente francês se dizia esperançoso para ver se o retorno de Lula ao poder permitiria avanços nas questões climáticas e de desmatamento.
“Pretendo conversar com o presidente Macron, porque a França é muito dura na defesa dos seus interesses agrícolas, e é importante a gente convencer a França que é maravilhoso que eles defendam a sua agricultura, mas eles têm que entender que os outros têm o direito de defender a sua”, afirmou o presidente.
“Ou seja, é importante que cada um abra mão do seu perfeccionismo, do seu protecionismo também, para que a gente possa construir a possibilidade de um acordo que melhore a situação da União Europeia e da América do Sul”.
A Comissão Europeia declara que não seria sensato renegociar partes de sua proposta de acordo de livre comércio com o Brasil e outros países do Mercosul, uma vez que foram necessários 20 anos para chegar a um acordo inicial. Ou seja, a União Europeia tão desesperada para manter seu poder em frente aos avanços dos países emergentes que envia uma política “protecionista” disfarçada para subjugar os países latinos.
Lula está certo ao não se calar perante as sanções impostas pela UE. O Brasil deve liderar uma nova governança mundial ao lado dos outros países do BRICS.