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Khan Younis

Israel aprofunda massacre em Gaza: sem lugar seguro para evacuar

Estado sionista busca expulsar os palestinos de suas terras, de uma vez por todas, terminado o processo de limpeza étnica que começou nos anos de 1947 e 1948

Prestes a completar dois meses em que a ação da resistência palestina, liderada pelo Hamas, expôs a debilidade de “Israel” em uma incursão militar por terra, água e ar, o Estado sionista segue a todo vapor em seu genocídio contra os palestinos, em especial os de Gaza.

Já são 16.248 pelo menos palestinos assassinados (7.112 crianças e 4.885). Diz-se “pelo menos”, pois há um mínimo de 7.600 desparecidos. O número de feridos, por sua vez, ultrapassa 43.616 (8.663 crianças e 6.327 mulheres).

As Forças de Defesa já iniciaram um cerco sistematizado à segunda maior cidade da região sul de Gaza, a cidade de Khan Younis. Sim, o Sul, a mesma região para a qual o governo israelense havia dito ser um local seguro para onde os palestinos poderiam se refugiar, quando teve início o bombardeio sistematizado do norte de Gaza, logo após o dia 7 de outubro.

Algo confirmado por declaração expressa do tenente-general Herzi Halevi, chefe do Estado-Maior do exército, dada nessa terça (5):

“Sessenta dias após o início da guerra, as nossas forças estão agora a cercar a área de Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza”.

A ofensiva generalizada contra o sul do enclave foi desatada após o fim da trégua temporária, no dia 1º de dezembro, sob a mesma justificativa do bombardeio sistemático contra Gaza, e da invasão terrestre que já havia sido realizada contra a região norte: combater e eliminar o Hamas. Ainda segundo declarações de Herzi, as FDI (Forças de Defesa de Israel) teriam conquistado objetivos militares importantes no norte do enclave, e agora estariam buscando fazer o mesmo no sul:

“Asseguramos muitos redutos do Hamas no norte da Faixa de Gaza e agora estamos a operar contra os seus redutos no sul […] Quem pensou que as FDI [exército israelense] não saberia como retomar os combates após a trégua estava enganado”.

Conforme já exposto neste Diário, “Israel” não conseguiu conquistar nenhum objetivo militar significativo no norte de Gaza, seja contra o Hamas, seja contra as demais organizações da resistência palestina. Pelo contrário, seu exército sofreu pesadas baixas na guerra de guerrilhas, tamanhas que resultou até mesmo em deserções nas suas fileiras:

Números comprovam situação crítica de Israel: “perdemos o Norte”

Tropas israelenses se recusam a enfrentar resistência palestina

De forma que a trégua representou uma grande vitória para o Hamas e a resistência:

Uma vitória extraordinária do Hamas contra Israel

Assim, a justificativa do Chefe de Estado-Maior do exercito israelense é uma máscara que esconde uma realidade maior. De fato, “Israel” quer eliminar o Hamas; mas o objetivo vai além, sendo também realizar a finalidade máxima do sionismo, a limpeza étnica da Palestina, expulsando todos os palestinos da região.

Por esta razão que agora os ataques se concentram no sul, mesmo após o Estado sionista e as FDI terem, no início do massacre, dito para os palestinos fugirem do norte e se refugiarem lá.

Estão promovendo ataques sucessivos, de forma progressiva, em todas as regiões de Gaza, para que os palestinos não tenham para onde ir, e abandonarem de vez os territórios palestinos. Conforme dito, uma dessa regiões é a cidade de Khan Younis.

Os ataques estão sendo devastadores, demonstrando a intenção inequívoca de “Israel” de provocar uma migração forçada da população, e não de conquistar objetivos militares específicos contra a resistência, como é apregoado pelo comando do exército sionista.

Conforme noticiado pela rede de televisão catariana Al Jazeera, “Tanques do exército israelense avançam em direção ao centro da cidade de Khan Younis após uma noite de bombardeios de artilharia ininterruptos e confrontos em torno de Gaza.” Os bombardeios resultaram na destruição de inúmeras casas, conforme demonstram as fotos abaixo:

Segundo correspondente local da rede, Hani Mahmoud, “Todos pensavam que as áreas orientais de Khan Younis eram o alvo principal, como afirmavam os panfletos que foram lançados sobre os residentes, mas parece que toda a cidade de Khan Younis está sob forte bombardeio neste momento”. O que demonstra que não há qualquer lugar seguro para os palestinos.

De forma cínica, as FDI disse aos moradores de Khan Younis para se deslocarem para uma “zona humanitária”, na cidade beduína de al-Mawasi, na costa sul de Gaza. Ocorre que essa cidade tem aproximadamente a metade da área do Aeroporto de Heathrow, ou seja, 6,5km², onde ficariam espremidos cerca de 1,8 milhões de palestinos:

Novamente uma demonstração do plano de limpeza étnica.

Nesse sentido, Mahmoud declara que “depois deste ponto, não há opções para os palestinos irem a lugar nenhum. A única opção que pode ser viável ou mesmo possível para os palestinos é atravessar para o Egito, mas com a situação atual, parece muito, muito difícil […] Sob bombardeios pesados, as pessoas estavam sendo empurradas primeiro para a parte central [de Gaza], depois para Khan Younis e agora para Rafá […]”.

Assim, já ocorre a migração massiva de palestinos da cidade Khan Younis para mais a sul de Gaza, em direção a Rafá, a um passo de serem expulsos de vez de suas terras.

A situação humanitária em Rafá já é catastrófica. Segundo Tareq Abu Azzoum, correspondente da Al Jazeera na cidade, “o pequeno pedaço de terra já estava abarrotado de pessoas acampadas ao ar livre e sem serviços básicos, incluindo água e saneamento […] “Rafá é agora o último abrigo que resta para os palestinos, [mas] o bombardeio continua também nesta área”.

Detalhando a gravidade da situação na fronteira, e o potencial ainda mais destrutivo da migração forçada que está sendo feita pela ofensiva de “Israel” contra o sul, em especial contra Khan Younis, Thomas White, diretor da Agência das Nações Unidas de Assistência e Obras aos Refugiados da Palestina (UNRWA) em Gaza, declarou que “Rafá normalmente tem uma população de 280.000 habitantes e já acolhe cerca de 470.000 deslocados internos”, de forma que “não conseguirá lidar com a duplicação da sua população de deslocados internos”.

Vale lembrar que mais de um milhão de palestinos foram obrigados a migrar do norte desde o dia 13 de outubro, quando o exército israelense deram um aviso prévio de 24 para que todos evacuassem no sul, senão seriam mortos nos bombardeios.

Agora, o mesmo é feito no centro e no sul de Gaza. Confirmando a ausência de porto seguro para os palestinos em Gaza, e demonstrando a clara intenção de “Israel” em expulsar os palestinos definitiva de suas terras, a Al Jazeera relata que “na sexta feira o exército sionista publicou um mapa online do enclave, no qual dividia a faixa em mais de 600 quarteirões. Então, enviou mensagens, “pedindo” aos residentes para identificarem em qual quarteirão estavam residindo, para então evacuarem quando recebessem as ordens. Ocorre que, de forma inconsistente com tais avisos, panfletos foram distribuídos por aviões israelenses, determinando a evacuação imediata. Ademais disto, vários residentes de Gaza não têm uma forma viável de acessar o mapa, com pouco acesso à eletricidade ou à Internet, uma vez que o bloqueio da Faixa de Gaza resultou no colapso da infraestrutura de telecomunicações”.

Em suma, a ofensiva das forças armadas israelenses sobre o sul de Gaza, em especial sobre a cidade de Khan Younis demonstra que “Israel” busca expulsar os palestinos de suas terras, de uma vez por todas, terminado o processo de limpeza étnica que começou nos anos de 1947 e 1948.

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