A invasão do Iraque completa neste dia 20 de março 20 anos da entrada das tropas norte-americanas no país. A ação, organizada pelo imperialismo utilizou como pretexto a suposta existência de armas de extermínio em massa, no auge da campanha farsesca de luta contra o “terrorismo”. Os Estados Unidos, invadiram o país e colocou abaixo o governo nacionalista de Saddam Hussein, que viria a ser assassinado posteriormente. No entanto, apesar das ditas armas de extermínio jamais terem sido encontradas, e o imperialismo sequer foi capaz de forja-las, a guerra foi responsável pela implementação a força da política neoliberal num dos principais países do oriente-médio.
Até então o imperialismo vinha buscando impor a política neoliberal, ou seja, de privatizações e pilhagem da economia dos países atrasados em todo o mundo. No entanto, os profundos ataques que essa política realizava a economia do país em questão e para própria população local, não havia ainda permitido que o imperialismo pudesse levar ao extremo seus interesses. Contudo, com a invasão ao Iraque, um país chave no oriente-médio, possuidor de petróleo e a partir de 2003 totalmente controlado pelo imperialismo, os EUA puderam pela primeira vez levar às últimas consequências sua criminosa política.
No Iraque, os Estados Unidos formaram um governo próprio, controlado pelo próprio aparato de inteligência norte-americano. O país, divido pela guerra, teve sua economia completamente aniquilada pela ação de rapina do imperialismo. Naquele momento, o Iraque era um dos países mais desenvolvidos industrialmente na região, sobretudo após a política nacionalista do seu governo. Com a ação do imperialismo, isto foi completamente revertido. A política central sempre foi de entregar, independente quem fosse ou caso sequer houvesse comprador, toda as empresas do país.
Em 2003, o escândalo já havia tomado tamanha proporção, que importantes jornais do próprio imperialismo não conseguiam esconder o assunto. “Surgem suspeitas de favorecimento aos EUA” noticiou a BBC, afirmando que “os primeiros contratos para reconstrução do Iraque foram repassados sem concorrência pelo governo americano para empresas também americanas – como a Halliburton, que já teve o vice-presidente dos Estados Unidos, Dick Cheney, como seu presidente.”
Os casos apenas se espalharam, e toda economia iraquiana foi completamente entregue aos capitalistas do imperialismo, sobretudo norte-americano. Na compra e venda de empresas, as próprias foram liquidadas, repartidas e desmontadas, como forma de especulação por parte dos capitalistas. A intensão, a de política de terra arrasada, foi levada às últimas consequências no país, extraindo o máximo de lucro possível para os grandes capitalistas e empurrando o Iraque em uma profunda desindustrialização e miséria.
Hoje, 20 anos após a invasão norte-americana, os crimes cometidos pelo imperialismo ainda colocam em difícil situação a economia e o povo iraquiano, trazendo um retrato completo de a quem serve a política neoliberal.