Segundo o jornal britânico The Guardian, o primeiro-ministro de “Israel”, Benjamin Netanyahu, afirmou a um “alto funcionário do governo Biden” que continuará lutando até alcançar a “vitória absoluta contra o Hamas”. Isto é, aniquilar por completo o grupo islâmico. Contudo, o mesmo jornal também afirmou que Yoav Gallant, ministro da defesa de “Israel”, teria dito a Jake Sullivan, conselheiro de segurança nacional de Joe Biden, durante uma visita a Israel, que seriam necessários muitos meses para derrotar o Hamas na Faixa de Gaza.
Conforme aponta o periódico britânico, Gallant, contradizendo os relatórios otimistas diários do exército israelense sobre o progresso da campanha contra o Hamas, teria afirmado que a guerra “requererá um período de tempo” e destacado que o Hamas havia construído uma infraestrutura tanto subterrânea quanto acima do solo, o que tornaria difícil destruí-los.
Ao mesmo tempo em que um alto representante do governo israelense reconheceu que a situação não era tão fácil, Sullivan afirmou à emissora israelense Canal 12 que a Faixa de Gaza que iria discutir com a Autoridade Palestina estratégias para conter a “violência extremista dos colonos” contra os palestinos na Cisjordânia ocupada. Netanyahu, por sua vez, afirmou estar em “desacordo” com Washington.
No mesmo momento, uma pesquisa entre os israelenses revelou ampla insatisfação com a condução de Netanyahu nas relações entre Estados Unidos e Israel durante a guerra. Cerca de 43% desaprovaram a abordagem de Netanyahu em relação a Biden, enquanto 36% a apoiaram, de acordo com uma pesquisa da Maariv/Jerusalem Post realizada nesta semana.
O que todo esse quadro revela é que, para quem prometeu “exterminar” o Hamas, o governo israelense está reconhecendo que o seu inimigo é, na verdade, bastante poderoso. Benjamin Netanyahu já o havia feito tacitamente ao concordar com o acordo de trégua de sete dias, que permitiu a libertação de mais de 150 prisioneiros palestinos – por que outro motivo teria ele feito isso, se não o reconhecimento de que o Hamas não estaria em vias de ser “exterminado”?
O próprio governo israelense já reconheceu que mais de 1,3 mil soldados estão gravemente feridos pela resistência palestina. Há não muito tempo, um coveiro israelense declarou que o enterro de militares sionistas acontecia a todo momento. Esses dados, apesar de toda a censura imposta por “Israel”, já haviam demonstrado que o governo sionista não está tendo sucesso em combater o Hamas em suas operações terrestres. O massacre do povo em Gaza é, em sua maior parte, realizado por bombardeios – um método covarde que apenas atinge civis, causando um desastre humanitário e sendo muito pouco eficiente para atingir o partido islâmico.
Merece ainda destaque que a declaração de que será necessário “um período de tempo” para derrotar o Hamas contrasta absolutamente com o que o secretário de Estado norte-americano, Anthony Blinken, teria dito a “Israel”: que o seu governo teria “poucas semanas” para encerrar o bombardeio.
Não há dúvidas de que o governo israelense está em uma crise profunda diante da guerra. Essa crise é impulsionada não apenas pela rejeição mundial a seus crimes de guerra, mas especialmente pela resistência armada do Hamas e dos demais grupos armados, que vêm mantendo bravamente o seu território.