Desde que pegou a moda de trazer técnicos estrangeiros, principalmente portugueses, para treinar clubes brasileiros, este Diário denuncia a farsa. A maioria dos técnicos estrangeiros do País simplesmente não deu certo.
As exceções são Jorge Jesus, que pegou um Flamengo em evolução desde 2016, batendo várias vezes na trave, e em 2019 tinha controle do elenco mais caro — disparado! — do Brasil; Abel Ferreira, do Palmeiras, que também conta com um dos elencos mais valiosos, e com certeza o mais constante há anos; e os argentinos Vojvoda e Sampaoli, que, de fato, fizeram bons trabalhos com Fortaleza e Santos, respectivamente.
O resto, no entanto, fracassou.
Os técnicos estrangeiros chegam ao Brasil sendo tratados como reis, longe das críticas da imprensa e sendo bajulados pelas diretorias dos clubes. Seriam os melhores técnicos do mundo, muito superiores aos “atrasados” técnicos brasileiros.
Eis que o português Vitor Pereira, com o melhor elenco do Brasil (o Flamengo), conseguiu perder todos os títulos que disputou até o momento! Neste domingo, 8, mesmo tendo a vantagem do empate, o português conquistou mais uma derrota para o Rubro Negro do Rio de Janeiro: a Taça Guanabara — em disputa contra o Fluminense, de Fernando Diniz.
O Flamengo começou na frente, abrindo 1 a 0, com gol de Everton Cebolinha, que está ressuscitando após algumas temporadas ruins na Europa e no Flamengo.
Vitor Pereira, mais uma vez demonstrando que chegou para destruir o excelente trabalho de Dorival Júnior no ano passado, começou com o Everton Ribeiro — um dos cérebros do time — no banco de reservas. Depois, para piorar a bagunça do time carioca, tirou Gabriel Barbosa, artilheiro do Flamengo há anos, e De Arrascaeta, o craque do time.
Ao final da partida, o time de Diniz, que tem se revelado um dos melhores técnicos brasileiros da atualidade, com um estilo de jogo que remonta à ofensividade tradicional do futebol brasileiro, alcançou o gol que deu o título da Taça Guanabara de 2023 para o tricolor. Diniz, ao contrário dos estrangeiros, não é bajulado pela imprensa — mesmo com melhores trabalhos com times mais baratos.
No mesmo dia, outro “gênio” estrangeiro demonstrou a farsa dos técnicos europeus. Luis Castro, do Botafogo, com um dos dez elencos mais valiosos do futebol brasileiro, conseguiu perder para a “poderosíssima” Portuguesa-RJ, por 1 a 0. Para quem não sabe, a Portuguesa do Rio disputa a Série D. O resultado tirou o Alvinegro das semifinais do Campeonato Carioca, mais um vexame que a torcida botafoguense terá de engolir.
Castro, em cerca de um ano do Botafogo, vem acumulando fracassos. No Campeonato Brasileiro do ano passado, acumulou derrotas contra os lanternas da competição. Não caiu para a Série B por causa de atuações heroicas de alguns jogadores em partidas contra adversários grandes.
Este ano, no entanto, o time de Castro, além de perder para a Portuguesa, empatou com o Nova Iguaçu (Série D), com o Sergipe (Série D) e perdeu para o misto de reservas e juniores do Flamengo. Agora, o Botafogo está fora do Campeonato Carioca. Mesmo com bons jogadores, o time de Castro não tem criatividade, assim como time de Vitor Pereira.
Fica claro que os técnicos europeus são formados para reproduzir um esquema, sendo incapazes de adaptar o estilo de jogo ao futebol brasileiro — cheio de surpresas. O caso dos dois mostra a farsa da campanha da imprensa capitalista contra os técnicos brasileiros. Mostra também por que a Seleção Brasileira não deve contratar um treinador europeu.