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Comandante do Exército

General Tomás Paiva não merece a menor confiança

"Infelizmente, foi o resultado que, para a maioria de nós, foi indesejado, mas aconteceu", disse o militar a respeito da vitória eleitoral de Lula

A imprensa noticiou na terça-feira (28) um áudio vazado em que o atual comandante do Exército, general Tomás Paiva, diz a oficiais do Comando Militar do Sudeste sobre a vitória eleitoral do presidente Lula: “infelizmente, foi o resultado que, para a maioria de nós, foi indesejado, mas aconteceu.”
Tomás Paiva deu a declaração no dia 18 de janeiro, três dias antes de ser escolhido para substituir o general Júlio César de Arruda no comando do Exército. Arruda foi demitido do posto após a invasão do Congresso no dia 8 de janeiro, acusado de conivência com aquilo que foi considerado uma tentativa de golpe bolsonarista.
Não se pode dizer que o 8 de janeiro tenha sido um golpe fracassado; mas, isso sim, uma ação desestabilizadora que indica que um golpe real está sendo preparado. E não é pelos bolsonaristas pés-rapados que se manifestaram naquele dia, mas pelos colegas dos generais Paiva e Arruda. De fato, a verdadeira ameaça vem do alto escalão do Exército.
O general Tomás Paiva tinha alguma confiança do presidente Lula e por isso assumiu o posto de comandante. Supostamente ele deveria garantir o fim da ameaça golpista nas Forças Armadas e fazer com que estas agissem estritamente na legalidade. Mas sua declaração, espontânea e sincera, demonstra que ele faz parte, em maior ou menor medida, do jogo que os oficiais estão jogando contra Lula.
Portanto, ele não merece a mínima confiança do presidente da República, assim como não a merece o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro. Múcio já havia sido muito criticado por permitir a invasão dos bolsonaristas no dia 8 e demonstrou incapacidade de agir como ministro da Defesa. A sua resposta à divulgação do áudio de Paiva deixa ainda mais suspeitas sobre a fidelidade do ministro. Conforme reportagem da Folha de S.Paulo publicada ontem (01), os dois conversaram por telefone logo após a publicação do áudio e Múcio teria considerado a fala de Paiva como “legalista”. Trata-se de clara conivência com o bolsonarismo expressado por Paiva.
Após o 8 de janeiro, Lula iniciou um processo de “limpeza” dentro do aparato da Presidência da República, demitindo militares tidos como bolsonaristas. Contudo, esse processo não foi acompanhado pelos outros órgãos do governo e tampouco alcançou os altos cargos dentro das Forças Armadas. De fato, estas não foram minimamente atingidas.
Isso é natural, uma vez que o verdadeiro poder que governa o Brasil desde sempre são as próprias Forças Armadas. O regime sempre esteve sob a sua tutela.
Para se proteger de um eventual golpe apoiado pelos militares, resta a Lula apoiar-se no povo e em sua mobilização independente. Se quiser seu apoio, precisa sinalizar que pretende governar para os trabalhadores, dando início a uma série de medidas populares como o aumento real do salário-mínimo, a construção ampla de moradias e a reestatização de empresas chave como Petrobrás e Eletrobrás.
Ao mesmo tempo, é preciso afastar todos os golpistas do governo. Eles são militares e civis, bolsonaristas reconhecidos e bolsonaristas enrustidos. Tomás Paiva mostrou que não é de confiança e que Lula precisa se livrar dele. Múcio também. Os ministros de partidos de direita como União Brasil de Sérgio Moro, PSD de Gilberto Kassab, MDB de Michel Temer, Cidadania de Roberto Freyre e outros também não devem fazer parte do governo. Todos fazem parte da mesma engrenagem golpista que derrubou Dilma Rousseff em 2016, prendeu Lula, elegeu Bolsonaro e certamente apoiarão um novo golpe contra o PT.

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