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Festival de Cannes

Filme brasileiro que retrata o aborto ganha destaque

Longa Brasileiro, trata questões importantes como aborto e carreira em uma perspectiva feminina, ganha prêmio de "Melhor Filme de Estreia".

Neste sábado (27), o filme Brasileiro “Levante”, recebeu o prêmio na mostra Semaine de la Critique, parte da programação do Festival de Cannes 2023. A produção dirigida por Lillah Halla, foi premiado com o título de “Melhor Filme de Estreia” pela agenda paralela à competição principal pela Fipresci, Federação Internacional de Críticos de Cinema.

O drama se passa no Brasil, contando a narrativa da jogadora de voleibol Sofia (Ayomi Domenica Dias), que dias antes de um jogo importante, descobre que está grávida em um país onde o aborto é ilegal, colocando em risco seus planos de carreira. Decidida a tomar seu próprio destino, Sofia tenta de tudo para fazer um aborto ilegal, mas tem de confrontar um grupo extremista e violento determinado á impedi-la, forçando-a ir até Uruguai junto com seu pai onde o aborto é legal.

O filme explora a questão do direito ao aborto e a realidade das mulheres que arriscam suas vidas indo atrás de procedimentos de abortos ilegais. Também crítica a forma de como países de extrema direita lidam com tal questão.

Os ataques sofridos a Sofia pelo grupo religioso é uma realidade vivida por diversas mulheres em governos de extrema direita, como no caso de 2020, quando uma menina de 11 anos, vítima de estupro, tentou realizar um aborto legal e foi impedida pela ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves.

Personalidades e comunicadores que apoiam o ex-presidente Bolsonaro  também se manifestaram contrários. O pastor evangélico Silas Malafaia chamou o juiz que autorizou o aborto de “desgraçado assassino” e que ele merecia “estar na cadeia”. O blogueiro Bernardo Kuster5 , que aderiu à retórica “pelas 2 vidas”, iniciada por Giromini, afirmou no Twitter que a esquerda fazia de tudo para “matar a criancinha no ventre materno” e acusou o médico do hospital pernambucano de “forçar o aborto”.

Na Polônia, o tribunal constitucional decidiu a lei que determina que a realização de abortos por anormalidade fetal viola a Constituição. A decisão significa uma proibição quase total da interrupção da gravidez em um país que tem as  leis abortivas mais rigorosas da Europa. A decisão para a adoção desta lei está em consonância com a vontade do partido nacionalista ultraconservador Lei e Justiça (PiS), que governa o país,

A OMS (Organização Mundial de Sáude) estima que o número de abortos realizados clandestinamente na Polônia ou por polonesas em clínicas estrangeiras poderia chegaria a quase 200 mil por ano. De acordo com a mesma, no Brasil cerca de 800 mil mulheres praticam abortos ilegais  todos os anos. Dessas, 200 mil recorrem ao SUS para tratar as sequelas de procedimentos mal feitos. Os abortos ilegais são o quinto maior causador de mortes no país.

Fica claro que a extrema-direita se junta contra as mulheres em sua campanha de destruir o direito à saúde pública. Enquanto o chamado “direito à vida” é mais relevante que a qualidade de vida e saúde de sua população feminina, a luta das mulheres contra a opressão da direita pelos direitos reprodutivos de seus corpos continuará até a derrubada do governo de direita e a ressureição de um governo igualitário.

O filme da brasileira Lillah Halla, “Levante”, é uma coprodução brasileiro-uruguaia e é o primeiro longa-metragem da diretora. Ele recebeu no sábado (27), o prêmio da Federação Internacional de Críticos de Cinema, também denominado Prêmio da Crítica Internacional. O longa foi selecionado como a melhor obra das seções paralelas do Festival de Cannes.

Quando a jovem ganha uma bolsa de estudos para o Chile, descobre estar grávida, ameaçando todos seus planos de carreira. Decidida a tomar decisões sobre o seu próprio destino, Sofia tenta tudo para fazer um aborto, entrando em conflito com as leis de proibição no Brasil, o que a torna alvo das pressões de uma sociedade cada vez mais conservadora.

O filme começa a se transformar em um suspense, quando a protagonista começa a ser perseguida por um grupo católico extremista, determinado a impedi-la, além de ter que se defender das acusações e insultos da sociedade em que vive.

O único homem presente na história: o pai de Sofia, vivido por Rômulo Braga, não reage bem a notícia da filha, porém, assim como suas amigas, está determinado em ajuda-la. Então pai e filha, partem para o Uruguai, onde o aborto é legal, mas Sofia não tem os devidos documentos e tampouco pode voltar para o Brasil com os remédios necessários.

O filme explora o tema do direito ao aborto e da autodeterminação de frente, concentrando-se no poder da equipe – que é mais forte junta – para enfrentar a injustiça. O assunto sai do contexto nacional, pois se trata de um problema mundial dos direitos das mulheres que afetam a população feminina em todos os países.

Lillah questiona a sociedade brasileira através desta história, que condena fortemente o aborto. A diretora, através de cada um dos personagens, mostra carinhosamente a união de um grupo de pessoas discriminadas por esta sociedade conservadora, como uma arma de resistência e luta contra a opressão.

A personagem principal Sofia é a representação de muitas mulheres que ainda sofrem nos 5 continentes em que países ainda interditam a interrupção da gravidez. A Atriz Ayomi Domenica, durante a abertura do filme, relata que espera que com esse filme, o assunto possa ser visto com outros olhos por quem ainda não aceita esta liberdade de escolha.

O filme volta para o Brasil com a mala cheia de boas críticas, com boas atuações, desde dos atores principais e secundários, que retratam a história com a delicadeza e franqueza necessários para tratar o assunto principais. A fotografia não deixa a desejar, contando com visuais da cultura pop brasileira sem parecer forçado.

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