Os passos que Lula deve seguir

Exemplo para Lula: como Cuba derrotou golpe da direita em 2021

Presidente de Cuba superou tentativa de golpe semelhante ao que houve no Brasil

No ano de 2021, o governo cubano enfrentou várias manifestações de caráter golpista, as maiores desde a revolução de 1959 na ilha, ou pelo menos desde os anos 90, que explodiram a partir do dia 11 de julho. Os manifestantes reclamavam da falta de alimentos e de remédios, além do crescente aumento no número de quebras das redes de energia pelo país. Vale ressaltar que a ilha sofre com as mais fortes sanções importas pelo governo norte-americano. O bloqueio econômico contra o país já dura há 60 anos e, segundo o ministro de Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez, os prejuízos devido a essa medida são de US$ 154 bilhões. Esse embargo consiste num conjunto de leis que proíbe a ilha de fazer negócios com empresários dos Estados Unidos, estabelece barreiras de crédito e sanções contra nações e bancos que optem por realizar transações financeiras com Cuba, impede a importação de equipamentos e materiais básicos para as mais sensíveis áreas da sociedade, como a saúde, a agricultura e a infraestrutura.

A cada ano, o governo do país faz um balanço dos danos causados por esse bloqueio e leva o documento até a Organização das Nações Unidas (ONU), que há 30 anos tem votação favorável pelo fim do embargo contra a ilha. O chanceler cubano chegou a afirmar o seguinte: ˜”É uma situação de guerra, de buscar o colapso do país, sem medir as graves consequências humanitárias”. O embargo foi estabelecido pelo então presidente norte-americano John F. Kennedy, no dia 3 de fevereiro de 1962, como resposta à  revolução de 1959 liderada por Fidel Castro. Esse bloqueio já faz parte da política do Estado norte-americano que não aceita a derrota na ilha até hoje. Além das limitações já citadas, há também a questão de que Cuba não pode comercializar com o dólar, nem adquirir equipamentos com mais de 10%de componentes vindos dos Estados Unidos. “Dezenas de bancos negam serviços a Cuba por medo de multa dos Estados Unidos. Além da perseguição direta a transportadoras, a companhias de navegação marítima, seguradoras e empresas de logística em geral, o que encarece em até 30% a importação de combustível”, declarou Rodríguez. Além de tudo isso, o governo norte-americano também mantém Cuba na lista de nações que financiam terrorismo, mesmo sem ter provas ou indícios quanto a isso.

Há várias evidências de que as manifestações contrarrevolucionárias na metade de 2021 foram financiadas pelos Estados Unidos. Entre as organizações citadas como agitadoras desses atos estão ADN Cuba, Artigo 19, Fundação para a Democracia Panamericana, Cubalex, Prisioners Defenders, Cuba Decide e Rede de Jovens pela Democracia, todas recebem financiamento de agências de “cooperação internacional”, como o Fundo Nacional para a Democracia (NED) e a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (Usaid). Esses órgãos governamentais não passam de braços da CIA e são financiados diretamente pelo Congresso norte-americano.

Em pronunciamento na TV Estatal, o presidente Miguel Diaz-Canel comentou sobre o bloqueio e ainda destacou que os protestos eram consequência de uma campanha de subversão dos Estados Unidos, chamando todos os cubanos a defender a revolução a saírem às ruas: “Estamos convocando todos os revolucionários do país, todos os comunistas, para irem às ruas, a todos os lugares onde possam replicar essas provocações. A ordem de combate foi dada”. Com isso, foram chamados atos a favor do regime cubano, como o que houve em Havana, no qual compareceram 100 mil pessoas de acordo com dados do governo da ilha.

Além desse ato em Havana, Cuba recebeu solidariedade a partir de manifestações a favor da Revolução de 1959 pelo mundo inteiro. No Brasil, por exemplo, houve um ato em frente ao Consulado cubano, na cidade de São Paulo, onde comparaceram várias pessoas da esquerda mostrando o seu apoio ao governo da ilha. Inclusive, o Partido da Causa Operária (PCO), que participou e liderou a expulsão dos inimigos da revolução da frente do consulado, lançou uma campanha condenando o bloqueio criminosos impostos pelos Estados Unidos, exigindo o fim dessa medida.

Os acontecimentos desse domingo mostram que algo semelhante pode acontecer no Brasil. No entanto, Lula tem o exemplo cubano a seu favor, por isso, assim como Diaz-Canel, ele deve denunciar o teor dessas manifestações e se apoiar nos responsáveis pela sua vitória nas eleições: o povo brasileiro. É preciso chamar os trabalhadores, convocar integrantes de sindicatos e movimentos populares para uma ampla mobilização, a fim de sufocar a desestabilização coordenada pelos militares da extrema direita. Esse é o caminho para manter o governo eleito pela população no país.

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