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Guerra na Ucrânia

Estados Unidos podem deixar Zelensky na mão?

Opinião pública se afasta cada vez mais da política de guerra por procuração na Ucrânia, o que pode ser decisivo para a queda de Zelensky

Um ano e meio após o início da operação militar russa na Ucrânia, imperialismo dividido a incapacidade de fazer os russos retroceder e a opinião pública contrária ao envio de armas ao governo Zelensky. Nos Estados Unidos, a questão faz parte do debate eleitoral. Até agora, o governo Joe Biden já enviou cerca de 43 bilhões de dólares em “ajuda militar”, política que enfrenta a contrariedade de 55% dos norte-americanos, segundo pesquisa realizada pela CNN no começo de agosto. Para revolta de parte da imprensa imperialista, o índice é ainda maior entre eleitores do Partido Republicano, atingindo 71%.

A crise política no interior da burguesia norte-americana, que se expressa na popularidade do direitista Donald Trump, explica essa maior rejeição dos republicanos à guerra por procuração no leste da Europa. Após um enorme investimento em propaganda em torno da “contraofensiva ucraniana” e seu fracasso evidente, muitos norte-americanos revisaram seu apoio ao que aparece como um baita desperdício do orçamento do país. Em matéria publicada no sítio da CNN Portugal, o republicano Adam Kinzinger expõe um importante motivo para a campanha de perseguição judicial a Trump:

“Com Trump, que abraçou Putin, alguns republicanos estão aprendendo a deixar de lado o papel da América como baluarte da democracia e da liberdade. Estes republicanos estão escolhendo, em vez disso, o trágico isolacionismo daqueles que se opuseram a juntar-se à luta contra Hitler”.

Os povos do mundo sabem o que significa, na prática, o ativismo do governo dos EUA como “baluarte da democracia e da liberdade”. O bombardeio da Iugoslávia, os inúmeros golpes de Estado na América Latina e mundo afora, a Guerra no Vietnã, a invasão do Afeganistão, do Iraque e por aí vai. Independentemente do que Trump fale ou deixe de falar, ele expressa a contrariedade de setores da população do país com esse estado de guerra permanente dos Estados Unidos com o mundo. Não por nenhum humanismo necessariamente, mas por conta do custo econômico arcado pelos trabalhadores e também setores menos ricos da burguesia.

A crise se expressa também no Congresso, que liberou nessa semana apenas US$ 250 milhões diante de um pedido de cerca de US$ 24 bilhões feito por Biden. Caso conseguissem eliminar o fator Trump nas eleições, é provável que o tema Ucrânia fosse secundarizado no processo, pois tanto democratas quanto os republicanos “anti-Trump” estão alinhados em relação à manutenção da guerra. No entanto, mesmo que isso fosse possível, a população seguiria sentindo o impacto dessa política dentro dos Estados Unidos.

Durante um fórum que reuniu conservadores norte-americanos em julho, o jornalista Tucker Carlson rebateu o republicano Mike Pence sobre o tema e foi energicamente aplaudido pelo público. Pence havia criticado a lentidão de Biden no envio de armas à Ucrânia, ao que Carlson que mediava o evento retrucou:

“Você lamenta que os ucranianos não tenham tanques norte-americanos o bastante”, disse Carlson, “mas, nos últimos três anos, todas as cidades de nosso país viram sua situação piorar”. O jornalista então, elenca os problemas que afligem a população dos EUA: “Dê uma volta de carro por aí, é perceptível. “Nossa economia está em declínio, a taxa de suicídio disparou, a sujeira, a desordem e o crime aumentam exponencialmente, e você está preocupado porque a Ucrânia, um país que a maioria das pessoas aqui não seria capaz de localizar no mapa, não tem tanques”, concluindo então:”você se importa com os Estados Unidos nessa questão?”

O que o desenvolvimento dessa crise interna nos Estados Unidos parece apontar é que o apoio econômico e militar à Ucrânia parece estar com os dias contados. E com o fim das remessas americanas, o próprio governo Zelensky.

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