Por quê estou vendo anúncios no DCO?

Congresso do PSOL

Esquerda Online confirma tendência golpista do PSOL

Debates internos para o 8º Congresso do PSOL revelam um partido profundamente dividido, fruto da polarização intensa na política brasileira

O Esquerda Online publicou em seu sítio no começo de agosto um artigo intitulado “Para entender as três principais polêmicas do Congresso do PSOL”.  A matéria polemiza com outro artigo, “Algumas palavras sobre as polêmicas do PSOL”, publicado na Revista Movimento, do Movimento Esqueda Socialista (MES).

Em seu 8º congresso, o PSOL se apresenta como um partido bastante dividido, ou melhor, ainda mais dividido, pois esse partido mais se assemelha a uma agremiação de tendências que se abrigam sobre uma sigla comum.

Já dissemos neste diário que a polarização política faz com todos os movimentos que se pretendem ao centro, estejam na esquerda ou na direita, acabam sendo atraídos para um dos polos e se esfacelam. Na direita, um exemplo didático é o PSDB, que está perdendo seus políticos principalmente para o bolsonarismo. 

Do lado de cá, na esquerda, vemos o PSOL sendo chacoalhado pelas circunstâncias. Esse partido se formou para se tornar uma alternativa a uma derrocada do PT que nunca se realizou. Durante 2021, quando se preparava o lançamento da candidatura de Lula para presidente, o PSOL fez o que pôde para inviabilizar Lula. No entanto, a campanha foi ganhando força na base trabalhadora e produziu uma força de atração irresistível que fez  com que a direção do partido, pensando em cargos, mais pragmática, e entrando em choque com outros setores, se juntasse ao candidato petista.

Em linhas gerais, podemos dizer que o PSOL opõe duas alas: uma que quer independência do PT, e que alega que não se deve pensar apenas em cargos; e outra ala mais ‘pragmática’. que defende algo como “o importante é derrotar a extrema-direita”.

O primeiro parágrafo deixa claro o teor dessa divisão: “Há muito em jogo e um grau razoável de confusão durante os debates nas plenárias do Congresso do PSOL. As milhares de pessoas que dedicam seu tempo participando de reuniões longas, debatendo e votando em diferentes teses merecem de nós nitidez sobre as polêmicas políticas. Este texto está a serviço desse objetivo”.

O Esquerda Online, que concorda que ‘polêmica’ e ‘confusão’ estão presentes na discussão sobre o balanço do PSOL, afirma que “O partido deu um salto positivo na sua inserção nos movimentos sociais e populares, com a presença forte do MTST e a atuação de destaque na Frente Povo Sem Medo. Nas plenárias, dois temas têm sido apresentados como acordos: a importância de apoiar Lula no primeiro turno para derrotar Bolsonaro e de fazer campanha para Guilherme Boulos em São Paulo. Decisões que se deram no marco da luta contra o golpe, da campanha Lula Livre e da rejeição às posições lava-jatistas”. E segue “Mas é preciso expressar os acordos nas resoluções que serão votadas no Congresso Nacional, até para ser consequente com o discurso na base”.

O racha fica muito aparente quando lemos que “esses dois temas foram votados no PSOL contra uma expressiva minoria de 42% (…). No percurso do debate interno do partido em 2022, houve forte polêmica por parte do Movimento Esquerda Socialista e do “campo de oposição” contra o bloco que votou e garantiu ambas as posições, o PSOL de Todas as Lutas. A tese minoritária foi a de que o PSOL deveria lançar um candidato a presidente para demarcar posição, já que o governo Bolsonaro havia derretido e a vitória do Lula era certa”.

A matéria segue dizendo que “que a tática de apoio a Lula no 1º turno seria uma diluição do projeto do PSOL, o que o levaria a eleger menos parlamentares. A mesma lógica valeu na discussão da tática eleitoral de SP, onde Tarcísio Freitas da chacina do Guarujá foi eleito, já que a oposição também estava contra apoiar Haddad no 1º turno”.

O enfoque errado

O debate que o Esquerda Online tenta fazer com o MES é sobre a questão de se derrotar o bolsonarismo. Em outras palavras, em vez de focar sua política na conquista da classe trabalhadora para a esquerda, ou de buscar que os trabalhadores se conscientizem no embate político, fazendo sua experiência elegendo um candidato do operariado, o debate se gira em torno de Bolsonaro.

Vejamos o que defendo o EO: “Afinal, o destino do PSOL está totalmente relacionado ao destino da classe trabalhadora. E sim, o resultado de uma eleição pode fazer grande diferença: estaríamos mais perto ou mais longe de uma derrota histórica com o Bolsonaro eleito novamente?”.

Em seguida, aproveitam para criticar o MES que acusam outras alas de só pensarem em cargos: “A suposta ideia de que a tese 3, do PSOL de Todas as Lutas em São Paulo, ao levantar este balanço nas plenárias estaria “na vala comum da partidocracia que só pensa em eleições” além de errada no conteúdo, também é uma contradição com a ideia seguinte, de valorização do papel da campanha presidencial da Luciana Genro. Quando se trata da Luciana Genro tudo muda e não é eleitoralismo?”.

Mais críticas

“A segunda polêmica e confusão está no debate sobre como enfrentar a extrema direita, com quais táticas. A necessidade de colocar o combate à extrema direita como a primeira tarefa do PSOL se tornou uma visão comum durante as plenárias em 2023. No entanto, o MES e o “campo de oposição” continuam a rejeitar a tática de Frente Única da esquerda no movimento social. Portanto, romperam com a principal unidade que se formou durante o governo Bolsonaro, o operativo de frentes que reunia a Frente Povo Sem Medo e a Brasil Popular, os principais partidos e movimentos sociais da esquerda brasileira e tentaram emplacar uma articulação paralela (Povo na Rua) que não demonstrou qualquer capacidade de mobilização”.

O Esquerda Online diz que esses setores “Desprezam e não participam diretamente das convocatórias das mobilizações unitárias desta Frente com a Brasil Popular e o Fórum das Centrais Sindicais. Explicam que a única tática possível é a da unidade de ação (junto com todos os setores de classe do campo democrático) e que a Frente Única leva a uma “diluição do PSOL no PT” e seria fruto de “ideias do populismo de esquerda”, quando na verdade faz parte da tradição da III Internacional.”.

Finalmente

O texto para uma ‘terceira ala’: “A terceira polêmica e confusão diz respeito ao debate da linha política sobre o governo do PT. O campo PSOL Semente já escreveu uma contribuição que propõe critérios para evitar uma linha sectária ou adesista: nossa independência política e de classe está a serviço de apoiar medidas positivas do novo governo, sempre articular a luta por reformas estruturais, criticar medidas negativas que expressem retrocessos fiscais ou sobre direitos constituídos. O PSOL não é oposição de esquerda ao novo governo Lula, nem é meramente uma “ala à esquerda” que aposta na disputa por dentro do governo”.

As coisas não parecem andar muito bem, para o Esquerda Online, tem-se a impressão de que estão batendo cabeça: “Que os debates nas próximas plenárias possam ser mais generosos com aqueles e aquelas que chegaram agora e ficam horas sentados ouvindo uma plenária com enorme dificuldade de compreender diferenças e polêmicas”.

Na verdade, este é apenas um sinal de como a polarização política vem varrendo o centro político no Brasil, e o PSOL está sofrendo fortes abalos.

Gostou do artigo? Faça uma doação!

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Quero saber mais antes de contribuir

 

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.