Com o objetivo de tornar a discussão política na III Conferência Nacional dos Comitês de Luta a mais democrática e ampla possível, ao final das mesas de debates, foi concedida a palavra aos companheiros que quisessem intervir na tribuna.
Érico, professor de Campinas e militante da Liga Comunista, deu sua declaração após a mesa relativa à saúde e educação.
Confira, abaixo, sua intervenção na íntegra:
“Sou professor em Campinas, estamos em campanha salarial nesse momento. Participamos desde a primeira Conferência Nacional dos Comitês de Luta, em pleno calor da luta contra o golpismo e contra o bolsonarismo.
Represento a Liga Comunista, estamos juntos com os companheiros da Liga Socialista e de outras organizações. Trouxemos delegação para cá do Ceará, como o camarada Luciano, trabalhadores dos Correios de Minas Gerais, operários da construção civil do Espírito Santo, companheiros de várias partes do Brasil. Porque nós temos que dar um basta ao imobilismo, para que a gente derrote a herança maldita do governo Bolsonaro, a herança maldita do governo Temer. O imobilismo das direções sindicais precisa acabar.
Nós não podemos esperar que o Lula sozinho resolva nossos problemas, e nós não podemos esperar que essa burocracia sindical, paralisada do jeito que está hoje, que fez um fiasco no primeiro de maio resolva nossos problemas. O bolsonarismo está aí a
espreita, esperando que o governo que nós elegemos não atenda os interesses da classe trabalhadora, não aumente salários, não revogue a reforma trabalhista, não revogue a reforma previdenciária, não revogue as privatizações. Para que, então, coloque a cabeça para cima e venha contra a classe trabalhadora e repita o que fizeram contra o governo Dilma.Esta conferência tem uma obrigação de acabar com o imobilismo na luta de classe do Brasil. Os golpistas de sempre vem para cima da gente, os golpistas de sempre, desde 1.500, estão estacionados lá no Congresso Nacional. O centrão está lá com o papelzinho preparado cheio de leis contra a classe trabalhadora, cheio de propostas de impeachment contra o companheiro Lula. E se nós não defendemos o que é nosso, eles vão aplicar um novo golpe.
Por fim, eu queria lembrar que a Venezuela sofre uma tentativa de golpe desde o início do século. Todo tipo de bloqueio já sofreram, todo tipo de chantagem já sofreram. No entanto, eles não tomaram nenhum golpe. E por quê? Porque o povo se organizou, porque o PSUV e os camaradas da Venezuela organizaram a classe trabalhadora para que a gente não fique preocupado como estamos agora. Será que o Lula vai sofrer impeachment? Será que eles vão acabar com o direito do povo indígena? Será que eles vão continuar com o feminicídio e o genocídio da população e da juventude? Será que eles vão manter essa famigerada reforma do ensino médio?
Lá na Venezuela eles não estão muito preocupados com isso porque eles derrotaram dezenas e dezenas de golpes. E como foi que fizeram isso? Com o povo na rua! Nós, da Liga Comunista, nós do comitê de ligação, estamos aqui junto com os camaradas do Partido dos Trabalhadores, junto com os camaradas do PCO, junto com todos os lutadores que estão aqui e dizemos um basta ao imobilismo. Temos aqui a CNTE, o sindicato da Apeoesp que é fortíssimo, o maior sindicato da América Latina, e temos que ir para a rua defender o governo Lula, combater o teto de gastos, combater a reforma do ensino médio.
Chega, companheiros! À luta, vamos derrotá-los!”
