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Liberdade de expressão

De onde vem a censura sobre a Internet? – Parte 1

Conforme investigação do MintPress News, lobby sionista está por trás da aprovação da lei que poderá banir TikTok dos Estados Unidos

Nesta quarta-feira (24), Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, sancionou projeto de lei que poderá resultar no banimento do aplicativo TikTok do país. Trata-se do Projeto de Lei “H.R. 8038”, proposto na Câmara dos Representantes (equivalente à Câmara dos Deputados) e aprovado na Casa por 360 votos a 58, no dia 20 de abril. Foi enviado para o Senado, que o aprovou no dia 23, por 79 votos a 19.

É o mesmo projeto em que foi aprovado o envio de US$95 bilhões em ajuda, principalmente militar, para “Israel”, Ucrânia, Taiuã e outros. Segundo o que determina o “H.R. 8038”, a empresa ByteDance tem nove meses para vender o aplicativo TikTok (companhia subsidiária da ByteDance) a uma empresa aprovada pelo governo dos EUA, sob pena de ser banido do país. Um Projeto de Lei semelhante (“H.R. 7521”) já havia sido proposto em 13 de março de 2024. Ambos os projetos obrigam a Bytedance a vender o TikTok. A diferença é que o prazo foi estendido de seis para nove meses.

A justificativa dado pelo Legislativo e o Executivo para agir contra o TikTok é que o aplicativo estaria sendo utilizado pelo governo da China e pelo Partido Comunista Chinês (PCCh) para espionar cidadãos norte-americanos. Nesse sentido, o nome da lei sancionado por Biden é Lei de Proteção dos Americanos contra Aplicações Controladas de Adversários Estrangeiros, e faz parte da Lei de Segurança Nacional mais ampla de 2024.

A partir desta edição, o Diário Causa Operária (DCO) inaugura a série De onde vem a censura sobre a Internet?. Diante dos ataques que as liberdades de expressão e de imprensa na Internet vêm sofrendo não só no Brasil, mas no mundo, procuramos explicar quais são as forças políticas que lutam para censurar tudo aquilo que vá contra os seus interesses.

Neste primeiro artigo, com base em um artigo feito pelo portal de notícias norte-americano MintPress News (MPN), mostraremos que essa justificativa é uma farsa. O que está por trás do banimento do TikTok, nesse sentido, é a imensa pressão do lobby sionista contra a luta em defesa da Palestina.

Segundo artigo do MPN, o primeiro fato que demonstra a farsa de que o TikTok seria controlado pelo PCCh é que a ByteDance não é uma empresa estatal chinesa, sendo 60% dela propriedade de investidores estrangeiros, muitos dos quais norte-americanos. Ademais, 1/5 da empresa é propriedade de seus empregados, milhares dos quais também são cidadãos dos EUA.

Apesar disto, e auxiliando na campanha do governo norte-americano contra o TikTok, a imprensa imperialista continua noticiando que o dono da empresa (e da ByteDance) é o governo da China.

Conforme aponta o MPN, por trás dessa iniciativa de roubar o TikTok da ByteDance, ou banir o aplicativo dos EUA caso a empresa não aceite “vendê-lo”, está o lobby sionista, que possui grande influência sobre o imperialismo norte-americano e seus políticos. E a razão desse lobby para atacar o TikTok é a “velocidade e facilidade com que conteúdo crítico às atrocidades israelenses e ao apartheid se espalha em sua plataforma”, o que se intensificou ainda mais desde 7 de outubro, quando “Israel” começou a perpetrar o mais recente genocídio contra os palestinos na Faixa de Gaza.

Comprovando sua hipótese, o MPN cita uma gravação de Jonathan Greenblatt, diretor-executivo da Liga Antidifamação (ADL), uma das principais entidades do lobby sionista nos EUA. Na conversa, Greenblatt, desesperado, expressa enorme preocupação com o amplo número de jovens nos Estados Unidos que manifestaram apoio à Operação Dilúvio de al-Aqsa (a qual ele chama de “massacre do Hamas”), o aumento entre os jovens do repúdio a “Israel”, que não mais são enganados pela propaganda sionista, notando, ainda, a propagação do uso pejorativo do termo sionista. Na gravação divulgada, o diretor-executivo não poderia ser mais claro: “nós temos um tremendo problema com o TikTok”. Abaixo, o vídeo com a gravação completa:

Não coincidentemente, inúmeras celebridades passaram a pressionar executivos do TikTok para fazer algo para conter as mensagens em apoio à Palestina, mesmo que fosse necessário apagá-las, sob alegações de que o aplicativo estaria impulsionando conteúdo antissemita entre os jovens. Dentre as celebridades, estão os atores Debra Messing, Amy Schumer e Sacha Baron Cohen. 

Segundo MPN, Cohen é um veterano no lobby sionista, especialmente na ADL e em sua campanha para censurar todos aqueles que se opõem ao sionismo. Exemplo disto foi que, em 2020, ele suspendeu sua conta no Instagram para protestar contra suposto antissemitismo que estaria ocorrendo na plataforma e no Facebook. Nessa mesma época, a Liga Antidifamação fez lobby para que mais de 1.000 empresas suspendessem os anúncios no Instagram por um mês. Não é nenhuma coincidência, então, que a filmografia de Cohen é dedicada a difamar o povo árabe e muçulmano em geral, e seus filmes são repletos de simbolismo favoráveis à propaganda sionista, conforme levantamento realizado pelo MPN em janeiro deste ano.

Saindo de Hollywood e voltando para a política norte-americana, Nikki Haley declarou, em dezembro de 2023, que era necessário banir o TikTok dos EUA, citando uma estatística falsa e sem fundamento para dizer que um suposto “antissemitismo” estaria se espalhando pela plataforma:

Nós realmente precisamos banir o TikTok de uma vez por todas e deixe-me dizer por quê. Para cada 30 minutos que alguém assiste ao TikTok todos os dias, ele se torna 17% mais antissemita e mais pró-Hamas com base nisso.

Ressalta-se que Haley foi uma das pré-candidatas do Partido Republicando que concorreu com Donald Trump nas primárias deste ano. Ela suspendeu sua candidatura em 2024. Trata-se de uma pessoa bancada pelo lobby sionista, evidenciado por sua agressiva defesa de “Israel” quando foi embaixadora dos EUA na ONU, de janeiro de 2017 a 2018. Ela foi, inclusive, saudada pelo Instituto de Justiça de Jerusalém como tendo um “espírito sionista”.

Mas o lobby sionista atuou diretamente a favor do banimento do TikTok, e não apenas através de seus lacaios norte-americanos. Durante o mês de março, tanto a Liga Antidifamação quanto as Federações Judaicas da América do Norte (JFNA, na sigla em inglês) fizeram campanha pública pela aprovação do Projeto de Lei “H.R 7521”. Quando o projeto virou a Lei de Proteção dos Americanos contra Aplicações Controladas de Adversários Estrangeiros, a JFNA aplaudiu o Congresso dos EUA pela aprovação:

As Federações Judaicas da América do Norte elogiaram na quarta-feira a Câmara dos Representantes por aprovar um projeto de lei de segurança nacional contra o TikTok, a plataforma de mídia social mais popular que impulsiona o antissemitismo e os sentimentos anti-Israel.”

Ao mesmo tempo, a impressa sionista atacou Arthur Dantchik e Jeffrey Yass, ambos judeus, em razão de possuírem 15% de participação na ByteDance (dona do TikTok). Dantchik, membro do conselho da empresa, foi especialmente criticado por não ter contido a divulgação de conteúdo em defesa da Palestina.

Durante a tramitação dos projetos de lei, houve quem tentasse impedi-los de se tornarem lei, a exemplo do senador Rand Paul. Conforme o Republicano, forçar a venda do TikTok sob pena de banimento seria uma violação à Primeira Emenda da Constituição dos Estados Unidos, que consagra o direito democrático à liberdade de expressão. Contudo, a imprensa imperialista fez campanha favorável à aprovação da lei, citando o representante Mike Gallagher, quem propôs a lei na Câmara dos Representantes.

Ocorre que, segundo levantamento feito pelo MPN, o principal financiador de Gallagher entre os anos de 2021 e 2022 foi o Coimtê Americano-Israelense de Assuntos Públicos (AIPAC, em inglês), a principal organização do lobby sionista nos Estados Unidos. É dito que nenhum presidente dos Estados Unidos se elege sem o aval do AIPAC.

Assim, conforme expõe investigação feita pelo MintPress News, “Israel” está por trás da aprovação da lei que força a ByteDance a vender o TikTok para empresa norte-americana, sob pena de ser banido dos EUA. E a razão para isto é que na plataforma, o apoio à Palestina e às organizações da resistência, entre os jovens, é cada vez maior. A ditadura de “Israel” e do sionismo, então, não é apenas na Palestina, mas também contra a liberdade de expressão de todos que utilizam essa rede social para se informar sobre o genocídio.

Em nota final, até o fechamento desta edição, notícias recentes informaram que a ByteDance negou planos de vender o TikTok nos EUA.

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