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"Nova concepção" da ópera

“Elite paulista” contrata identitário para destruir “O Guarani”

Eleito pela imprensa golpista e o PSDB como representante dos índios, Ailton Krenak tenta devastar a maior ópera brasileira

Entrou em cartaz, entre os dias 12 de 20 de maio, como parte da temporada 2023 do Theatro Municipal de São Paulo, a ópera O Guarani, de Carlos Gomes. Ao mesmo tempo, apareceram as notícias na imprensa capitalista de que a nova montagem da ópera tinha “concepção” de Ailton Krenak.

No que consiste essa adaptação, ou melhor, essa “concepção”? O Estado de S. Paulo explica no título de sua matéria que se trata de “corrigir ‘dano cultural enorme’”, segundo o próprio Krenak. Logo no início do artigo do jornal, há uma afirmação do mesmo Krenak dizendo que “Peri é uma caricatura de índio ridícula, a que estamos sujeitos há 150 anos”. O maior jornal de Campinas resumiu o que será a tal adaptação: “A ópera ‘O Guarani’ sob a ótica de Ailton Krenak”.

Em suma, os expectadores que compraram os ingressos para assistir à ópera brasileira mais famosa do mundo compraram gato por lebre. Chegam ao Municipal na expectativa de assistirem à obra de Carlos Gomes, mas encontram outra coisa, uma espécie de interpretação da obra. Uma interpretação que ninguém pediu, ninguém aprovou a não ser a cúpula que rege os trabalhos no Municipal.

Além de caracterizar o personagem da ópera como ridículo, Ailton Krenak continua: “Os povos originários se sentem ofendidos pela narrativa da ópera. E ela traz um dano cultural enorme por ter sido perpetuada acriticamente por tanto tempo”. Já que o negócio é interpretar, podemos interpretar da seguinte maneira a frase de Krenak: “eu mesmo e mais meia dúzia de pretensos índios universitários nos sentimos ofendidos pela ópera”.

É disso que se trata realmente. Como é possível afirmar que os “povos originários” se sentem ofendidos com uma ópera? A única explicação é que essa ofensa está restrita ao círculo de identitários que se apoderaram do direito de falar em nome dos índios.

Também é preciso dizer que a ópera no Brasil, infelizmente, é assistida por alguns milhares de pessoas. Com certeza – e também infelizmente – dessas milhares podemos contar nos dedos quantos são índios. Ou seja, quem mais poderia se sentir ofendido senão os pretensos índios de gabinete, como é o caso de Krenak?

Dizemos infelizmente porque, para nós, o povo brasileiro – e aqui estamos falando de todo o povo: índios, negros, brancos, asiáticos etc – deveria ter acesso a uma obra cultural da envergadura de Carlos Gomes. No entanto, o que se vende por aí, inclusive com a ajuda dos identitários, é o mais completo lixo cultural, de preferência se vier diretamente dos Estado Unidos ou influenciado por ele.

Ailton Krenak pode ter a opinião que quiser sobre a ópera. Não podemos deixar de dizer que sua opinião é de um verdadeiro ignorante que não sabe nada sobre o tema, mesmo assim ele tem o direito de pensar o que quiser.

O que chama a atenção é que uma pessoa que não gosta da obra em questão foi chamada, foi contratada (essa é a palavra correta) para fazer uma nova “concepção” da ópera. É como chamar um bolsonarista para fazer a curadoria de uma exposição fotográfica sobre a vida de Lula. Por que isso acontece? A resposta é simples: quem gere o Theatro Municipal é uma organização social obviamente ligada à prefeitura do MDB/PSDB.

A grande preocupação com a “ofensiva” ópera de Carlos Gomes vem dos maiores destruidores do patrimônio nacional. Ailton Krenak, homem que figura nos jornais da imprensa golpista como o grande representante dos índios, é de confiança dessa gente e foi contratado para o serviço. Está aí a prova de que o identitarismo é uma política do imperialismo e levada adiante no Brasil pelos partidos de confiança do imperialismo.

O PSDB e o MDB já destruíram tudo o que podiam da economia nacional. Destruir a cultura, nesse caso, é até mais fácil.

Os identitários não querem saber de arte. Eles querem usar uma posição ou um cargo recebido do PSDB para destruir a obra de arte. Se Krenak não gosta da ópera de Carlos Gomes, o problema é dele. Mas tentar modificar a obra para atender aos seus desejos e de meia dúzia de identitários ignorantes é outra coisa.

A imprensa golpista está adorando a “polêmica” sobre o caso. Na verdade, está adorando a destruição da ópera, com muita propaganda de Krenak como grande “líder indígena”, “filósofo”, “intelectual”.

Os setores mais poderosos da burguesia, desde os que estão organizando a ópera até a imprensa golpista que aplaude a tal “adaptação”, apoiam essa política. Isso é óbvio, não para uma esquerda de classe média que cai no conto do vigário do identitarismo.

Uma reportagem de um portal chamado Itatiaia afirma que A chiadeira da elite paulistana que se deparou com a novidade no Theatro Municipal, que ainda se grafa como no período colonialista, é representativa de um pensamento escravocrata que insiste em manter-se arraigado.”

Essa colocação é de dar pena. Segundo o autor da matéria, a “elite paulistana” – sempre ela – está insatisfeita com a montagem da ópera. Falta discernimento, a “elite paulista”, ou mais especificamente o setor mais poderoso dela, está aplaudindo Krenak e a sua “concepção” da ópera, mais ainda, essa “elite” deu até um cargo remunerada para que Krenak pudesse fazer esse trabalho.

Vejam como o identitarismo cega as pessoas. O autor do artigo não consegue reconhecer o óbvio. Está lutando contra uma “elite” imaginária enquanto a verdadeira “elite”, a burguesia e o imperialismo, está levando adiante uma operação de destruição de tudo o que se produziu no Brasil.

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