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Censura Identitária

“É uma coisa absolutamente antidemocrática […] ditatorial…”

Eduardo Vasco, membro do Partido da Causa Operária (PCO), faz uma dura crítica à política identitária de perseguição e censura ao deputado Nikolas Ferreira

Neste dia 08 de março de 2023, o Dia Internacional da Mulher Operária (data já há tempos desvirtuada pela burguesia), uma polêmica tomou conta do país. O deputado federal Nikolas Ferreira utilizou a tribuna da Câmara para expressar sua opinião a respeito da população trans. Durante seu discurso, utilizou-se de uma peruca, e autodenominou-se Nikole, afirmando sentir-se mulher, para preservar seu “lugar de fala” e poder utilizar a tribuna.

O acontecimento foi analisado no dia 10 de março de 2023 pelo Partido da Causa Operária, no Programa Causa Operária nº 64, veiculado na Radio Cultura, do Paraná.

O Programa, como de costume, foi apresentado pelos militantes do partido, Eduardo Vasco (Autor do Livro “O Povo Esquecido”) e Adriano Teixeira (Membro do Comitê Central do PCO).

Em sua análise do caso, Eduardo Vasco fez uma dura crítica à política repressiva do identitarismo, política esta da direta tradicional e da esquerda pequeno burguesa.

Pontuou que o deputado foi eleito para falar e que não pode ser cassado por ter expressado uma opinião, afinal a Imunidade Parlamentar é um direito garantido ao mesmo pela Constituição Federal de 1988:

Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos.

Vejamos a fala de Vasco:

Seu eu não me engano, ele foi o deputado eleito com o maior número de votos nas últimas eleições, ele foi o deputado mais popular das últimas eleições. Teve milhões de votos.

 A gente, quando vota em uma pessoa, vota acreditando que  aquela pessoa tem as mesmas opiniões ou opiniões parecidas com as nossas; a gente vossa naquela pessoas para que ela represente a gente, as nossas opiniões no Congresso, na Câmara dos Deputados.

 Então, a opinião do Nikolas Ferreira representa a opinião de milhões de pessoas no Brasil, de uma parcela muito importante da sociedade brasileira, e essa opinião precisa ser respeitada […].

 Seria uma coisa, isto sim criminosa, se um deputado eleito por milhões de pessoas, chegasse no Congresso e assumisse uma posição diferente daquela pela qual ele foi eleito.

 Então, se o Nikolas Ferreira acha que pessoas trans não são mulheres, e muita gente no Brasil votou nele por concordarem com ele, e ele chega na Câmara dos Deputados e começa a falar algo muito diferente disto, ele estará cometendo uma espécie de estelionato eleitoral, estará traindo o voto de milhões de pessoas que confiaram nele”.

Adriano Teixeira interviu, concordando com Vasco, e afirmando que mesmo o cidadão comum tem direito à irrestrita liberdade de expressão.

Vasco prosseguiu, apontando que um problema grave dos identitários é que eles quererem que suas opiniões sejam unânimes, que todos se dobrem a elas, o que é algo absolutamente antidemocrático.

De volta para Adriano, o mesmo fez bem em lembrar que a sanha repressiva da esquerda pequena burguesa e dos identitários joga a população nos colos da extrema direita, em especial no que diz respeito à censura de caráter cultural, na repressão referente aos costumes da população.

Tanto é assim que após o discurso de Nikolas Ferreira e a perseguição que se seguiu à sua pessoa, o número de seguidores nas suas redes sociais aumentou consideravelmente.

Eduardo Vasco seguiu na análise. Vejamos mais de sua fala:

“Estas visões (como a de Nikolas Ferreira) são, com relação aos costumes, conservadoras; embora no caso do Nikolas Ferreira, essa fala dele não tenha sido uma fala conservadora, tenha sido uma fala científica, correta e verdadeira; não teve nada de errado na fala dele com relação às pessoas trans; isto é a opinião de milhões de pessoas. A gente pode até falar que talvez seja a opinião da maioria do povo brasileiro, que é uma opinião conservadora com relação aos costumes (a maioria do povo brasileiro tem uma opinião conservadora em relação aos costumes). Então, você querer cancelar isto, censurar, vai contra a maioria da população, portanto é uma coisa absolutamente antidemocrática; uma coisa ditatorial, pois você quer impor sua opinião à maioria das pessoas (e não apenas sua opinião, pois quem não tiver essa opinião é criminoso); é coisa de até mesmo um Estado Fascista, você querer perseguir politicamente a maior parte da população por ela ter essa opinião.

Por fim, foi constatado que os identitários querem impedir que as pessoas sejam o que elas são. Segundo Vasco, os identitários acham que através da censura e da repressão conseguirão mudar a opinião das pessoas.

Ademais disto, estimulam, através de suas atitudes repressivas e intimidatórias, que as pessoas sejam duas caras, hipócritas. Em outras palavras, se a pessoas pensam algo que está em desacordo com o pensamento identitário, a pessoa deveria guardar para si, e professar o dogma identitário. Ou então ficar calado.

Veja mais em:

Programa Causa Operária #64 (10.03.2023)

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