Eleições em Cuba

Díaz-Canel: povo cubano é protagonista da vitória nas eleições

Presidente cubano comemorou êxito eleitoral e destacou a importância dos trabalhadores no processo

«O povo, o heróico povo cubano, é o mais importante nesta vitória», destacou o primeiro-secretário do Comitê Central do Partido Comunista e presidente da República, Miguel Díaz-Canel Bermúdez na quarta-feira,29 de março, referindo-se aos resultados obtidos nas eleições nacionais do último domingo, 26.

«É ao povo cubano»- insistiu o chefe de Estado durante seu discurso na reunião do Conselho de Ministros, correspondente ao mês de março -«que devemos dar todo nosso reconhecimento por sua coragem, sua dignidade, sua lealdade, como principal protagonista desta vitória».

«Em nome do Conselho de Ministros, do Bureau Político e dosecretariado do Comitê Central, aqui presentes, enviamos uma mensagem de respeito, admiração e imenso afeto ao nosso povo, a quem pertencemos», disse o presidente, perante os aplausos dos presentes.

«Ao povo cubanoserviremos com paixão, com compromisso, sem reticências, até as últimas consequências», reafirmou o presidente.

«Esta vitória deve ser comemorada», disse Díaz-Canel na reunião, que foi liderada pelo membro do Bureau Político e primeiro-ministro, Manuel Marrero Cruz.

Em suas reflexões, motivadas pela apresentação ao órgão máximo do governo cubano dos resultados das eleições nacionais, o presidente considerou essencial, ao fazer uma avaliação dos mesmos, levar em conta três elementos fundamentais.

«Em primeiro lugar,o significado da vitória nestas eleições; depois, as lições a serem aprendidas deste processo, com uma abordagem sem complacência acerca da vitória»; e, junto com estas, ressaltou as prioridades a serem trabalhadas no futuro, para acompanhar este processo, que reafirmou convicções revolucionárias, mas também indicou passos a serem tomados para continuar consolidando a unidade dentro da Revolução.

CONTEXTO ELEITORAL

Díaz-Canel lembrou ao público o contexto eleitoral exigente no qual este processo ocorreu, apesar do qual a maioria do povo expressou seu apoio e confiança na Revolução.

«Ao mesmo tempo, os resultados do domingo, 26, demonstraram, mais uma vez, a transparência e a força de nosso processo eleitoral».

«O cenáriotem sido muito complexo do ponto de vista econômico, porque o imperialismo continua apostando em sufocar nossa economia para provocar desânimo, descontentamento e uma ruptura com o processo revolucionário entre a população, e assim provocar o desejado colapso social ao qual aspiram».

«A comparação que o inimigo tenta fazer entre estes resultados e os obtidos nas eleições nacionais de 2018 é oportunista, pois são contextos eleitorais totalmente diferentes», comentou o presidente, referindo-se, entre outros aspectos, à inflação, à instabilidade do sistema de energia elétrica, à intensificação do bloqueio econômico, comercial e financeiro, à inserção de Cuba na espúria lista de Estados patrocinadores do terrorismo e à campanha para desacreditar a Revolução Cubana por parte do governo dos Estados Unidos na mídia.

«Em meio a tudo isso», lembrou o presidente, «nos últimos seis meses de vida deste país, realizamos três eleições altamente significativas: o Código das Família, as eleições municipais e as eleições nacionais».

Disse que a realização destes três processos, em meio a estas condições, é «um ato de coragem por parte da Revolução. E nós o fizemoscumprindo o que está estabelecido na Constituição da República, superando as implicações que a situação econômica e social poderia ter, confiando no povo e em nossas convicções», disse.

«O fato de que o povo foivotar esmagadoramente para superar os dois processos eleitorais anteriores e que os resultados destas eleições nacionais foram superiores a eles é ainda mais significativo», enfatizou.

«A participação de 76% de nosso povoé um sinal de confiança, porque isso não teria sido possível se o povo não continuasse a ter confiança na Revolução».

«O povo demonstrou civismo, mas também patriotismo, lealdade à Revolução, lealdade à Revolução, consciência política, demonstrando que sabe e sente quem é a verdadeira causa da situação que estamos enfrentando», disse o primeiro-secretário do Comitê Central do Partido Comunista.

«O povo cubanosuperou esmagadoramente esta situação e votou a favor da Revolução». Díaz-Canel também reconheceu que os resultados obtidos foram possíveis porque o povo reconhece que o órgão máximo do Poder Popular e a nova Assembleia que vamos criar com base nestes resultados, é um órgão legítimo e necessário para enfrentar as dificuldades e avançar».

NUNCA DECEPCIONAR A CONFIANÇA DO POVO

«O mais importante agora», salientou Díaz-Canel aos membros do Conselho de Ministros, «é que a confiança do povo não pode ser desapontada, e isso significa que, entre as liçõesque aprendemos, temos que fortalecer e melhorar o trabalho da Assembleia Nacional do Poder Popular, dos órgãos governamentais em todos os níveis e, naturalmente, do Partido, da União dos Jovens Comunistas e das organizações de massa».

«Estes resultados devem comprometer todos nósa nos voltarmos permanentemente para cada um dos territórios para os quais fomos eleitos, nos quais depositaram um voto de confiança em nós e na Revolução, e no que ela representa».

«Como o próprio Fidel nos disse,estes resultados devem nos levar a trabalhar para todo o país, representando toda a Cuba: todos trabalhando para Cuba».

«Se nós deputados trabalharmos sistematicamente em cada um dos municípios ou distritos, e acompanharmos as autoridades locais, sem suplantar suas funções, se continuarmos escutando o povo e a levar os problemas que vão além dos territórios a níveis mais altos para sua solução, vamos tirar cada vez mais pedaços dos problemas a cada dia».

CUBA É UM EXEMPLO PARA O MUNDO

O primeiro-secretário do Comitê Central do Partido Comunista denunciou as campanhas anticubanas - orquestradas por certa imprensa contrarrevolucionária e internacional - que procuram desacreditar os resultados eleitorais em Cuba.

«Estaé a mesma imprensa que está tentando compor os resultados eleitorais das nações do Primeiro Mundo que não são bloqueadas, nem atacadas, nem submetidas a uma enorme campanha na mídia, e onde o comparecimento às urnas mal ultrapassa 60%».

«Por isso devemos nos perguntar por que esta visão tendenciosa e mentirosa de Cuba: simplesmente, camaradas, porque somos um exemplo para o mundo. E esse exemplo deve continuar sendo defendido, e esse exemplo também deve ser defendido com o incentivo dado pelo resultado do povo nestas eleições», disse o presidente.

O presidente cubano considerou que, embora a «campanha contrarrevolucionária insista em apresentar as eleições como faltando transparência, a verdade é que não têm uma única evidência, nem uma única evidência de qualquer irregularidade».

«A transparência de nossas eleiçõescomeçou com as propostas dos pré-candidatos nas sessões plenárias das organizações sociais e estudantis. Em seguida, outro processo ocorreu nas assembleias (governos) municipais do Poder Popular, nas quais as candidaturas foram aprovadas, às vezes fazendo mudanças nas pessoas inicialmente submetidas à consulta».

Díaz-Canel também mencionou como, no dia da votação, as urnas são abertas antes do início da votação, para que as pessoas possam ver que não há nada dentro delas que possa levar à fraude; depois, quando o voto é contado, o que é um ato completamente público, as urnas são abertas e as cédulas são contadas na frente do povo».

«Não precisamos de observadores internacionais. Todo o povo tem o direito, a possibilidade e o poder de ser observador e o faz».

Em suas palavras, o presidente também destacou o sistema de trabalho que foi implantado em nível comunitário, que «demonstrou que, quando interagimos constantemente com as bases, das quais todos fazemos parte e às quais estamos todos endividados, podemos ajudar a resolver problemas, podemos ajudar a compreender, podemos argumentar».

Em relação às viagens realizadas nas últimas sete semanas pelos candidatos a deputados à Assembleia Nacional do Poder Popular, o presidente enfatizou que não se tratava apenas de a população aprovar uma candidatura ou expressar sua vontade e sua compreensão com a estratégia do voto unido. «Eram reuniões onde, além disso, se expunham os problemas que nos foram levantados, foi dada confiança aos candidatos, mas também foi exigido que, ao representar o povo, seus problemas fossem levados à Assembleia Nacional do Poder Popular».

«Há uma mistura de confiança e expectativa em como vamos representá-los; uma exigência de que nos conectemos mais, que tornemos este tipo de reunião mais sistemática, e também uma experiência totalmente enriquecedora para todos nós que participamos dela».

Díaz-Canel falou então de quantos problemas acumulados poderiam ter sido resolvidos naqueles dias; da necessidade de manter e aperfeiçoar este sistema de trabalho como prioridade para a nova Legislatura, e do acompanhamento constante que deve ser feito em todas as propostas.

O principal aprendizado está relacionado a «tudo o que uma ligação próxima, direta, honesta, transparente, direta com a população traz»; daí sua ênfase na necessidade de continuar com esses percursos como um sistema de trabalho, que deve ser um dos elementos incluídos no aperfeiçoamento da Assembleia Nacional na próxima Legislatura.

«E isto,deve ter também uma expressão de melhoria no Conselho de Ministros, nos órgãos da Administração Central do Estado e em todas as nossas instituições, bem como nos municípios».

«Há expectativas, há confiança e acredito que todos nós temos que trabalhar como parte deste processo de aprendizagem para encontrar, acima de tudo, uma resposta econômica para a situação que o país está enfrentando», disse.

QUAIS SÃO AS PRIORIDADES?

Destas contribuições, emergiram também prioridades de trabalho, entre as quais o chefe de Estado destacou a necessidade de uma análise diferenciada dos problemas de cada lugar; empreender de forma mais intensa e intencional ações em termos de melhoria dos municípios; produção de alimentos; atenção às questões fundamentais que a população tem, que estão muito concentradas na água, no transporte e na habitação.

Também listou a importância de melhorar a qualidade dos serviços e, sobretudo, o bom tratamento da população, que, disse, «deve ser respeitada, facilitada, bem atendida e não incomodada, pois a atitude da pessoa que presta um serviço à população não pode ser de incomodar, irritar, ou causar desânimo».

Díaz-Canel também comentou sobre o trabalho que deve ser feito para continuar fortalecendo nossos sistemas de educação, saúde, cultura e esporte; para alcançar uma relação adequada entre os setores estatais e não estatais da economia; para combater a inflação e os preços especulativos; para dar maior participação aos jovens nas tarefas fundamentais; avançar na transformação social dos bairros e no cuidado de pessoas em situações vulneráveis; eliminar qualquer vestígio de violência contra as mulheres e qualquer forma de discriminação; enfrentar direta e efetivamente a corrupção, o crime e a indisciplina social; bem como promover projetos de desenvolvimento local.

«Tudo o que foi feito e os resultados obtidos neste processo eleitoral», disse o primeiro-secretário do Comitê Central do Partido Comunista, «nos dá força, ratifica nossas convicções, nos dá uma tremenda energia para continuar avançando, porque nestas eleições Cuba venceu».

Fonte: Granma

* Os artigos aqui reproduzidos não expressam necessariamente a opinião deste Diário

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