A mobilização popular conseguiu dar a vitória a Lula nas eleições.
Os ataques do dia 8/1, a pressão dos banqueiros, dos donos do “mercado” e sua imprensa venal contra medidas em benefício do povo, no entanto, mostram que a direita não vai dar trégua. É real a ameaça de golpe dos militares e da direita contra o governo eleito pela maioria dos trabalhadores.
O resultado eleitoral não derrotou de vez o regime golpista de 2016; as articulações com a direita que domina o Congresso Nacional e os desmoralizados partidos da burguesia não são garantia para os direitos democráticos do povo e para o atendimento de suas necessidades. Conquistas efetivas só virão com o povo nas ruas.
É preciso organizar e mobilizar amplamente milhões. Como na luta contra o golpe, pela liberdade de Lula e por sua vitória nas eleições, quem pode resolver essas tarefas é o ativismo dos Comitês de Luta, dos partidos de esquerda, dos sindicatos e das organizações populares. Por isso, realizar um Congresso do Povo, com as grandes organizações de massas como a CUT, o MST, CMP, UNE etc. e partidos de esquerda como o PCO e o PT, anos atrás.
Diante da urgência da situação, a coordenação dos Comitês de Luta acertadamente decidiu convocar para abril um grande encontro nacional, a III Conferência Nacional de Luta contra o Golpe, para avançar em direção a um Congresso do Povo e para impulsionar a luta por questões imediatas e decisivas, como:
- Aumento real imediato do salário mínimo, a ser debatido nos sindicatos e entre os trabalhadores e que ao nosso ver deveria ser de 100%, até 1º de Maio de 2023;
- Reestatização da Eletrobrás e da Petrobrás (100% estatal) para reduzir o preço dos combustíveis e tarifas, criando as condições adequadas para o desenvolvimento nacional;
- Revogação de todas as “reformas” contra o povo dos governos Temer e Bolsonaro: trabalhista, previdenciária, do ensino médio etc. (“revogaço”);
- Reforma Agrária com confisco do latifúndio; atendimento das reivindicações dos povos indígenas e soberania do povo brasileiro sobre a Amazônia (fora o imperialismo!).
A Corrente Sindical Causa Operária se soma a essa iniciativa e se dirige à CUT, os sindicatos e oposições classistas, movimentos de luta do campo e da cidade, mandatos parlamentares vinculados à luta dos trabalhadores, a nos unirmos em torno da luta pela defesa das reivindicações dos trabalhadores diante da crise.
Chamamos a unidade de todos os setores da esquerda e das organizações dos explorados em torno desses objetivos.
Organizar debates sobre esses temas fundamentais nas bases das categorias, nos locais de trabalho e moradia, nos assentamentos e retomadas indígenas etc. Desde já, organizar caravanas para participar da Conferência, em abril, em São Paulo.