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Isso é fortalecer o fascismo

Criar leis em defesa do Estado é uma política de tipo fascista

Novo governo nao pode ceder ao desespero e colocar mais poder nas maos do Estado

Os ataques deste último domingo (08/01), promovidos pela extrema-direita acendeu o alerta do novo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Milhares de bolsonaristas invadiram e depredaram os prédios do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto e do Supremo Tribunal Federal (STF). Ao longo do fim de semana, vários ônibus e carros se dirigiram para a capital federal, onde se uniram ao acampamento bolsonarista formado próximo ao Quartel General do Exército em Brasília. Todos contestavam o resultado das últimas eleições presidenciais, que foram vencidas por Lula. Dessa forma, ficar atento é necessário, mas ceder mais poder ao Estado a fim de que ele coloque ordem no país é dar um tiro no próprio pé e abrir margem para o fortalecimento do fascismo no Brasil.

O ministro da Justiça e da Segurança Pública, Flávio Dino, é um dos integrantes do governo que tanto falam da necessidade de aumentar as leis e a punição contra os bolsonaristas que participaram da ação desse fim de semana contra os prédios dos Três Poderes. “A Polícia Federal continua e continuará as investigações em relação a todas as pessoas que participaram dos atos terroristas do domingo, inclusive das que não ficarem presas em face de decisões judiciais”, publicou Dino em sua conta oficial no Twitter. Por meio dessa declaração, pode-se ver também que o ministro adotou a expressão ˜atos terroristas˜ utilizada pela imprensa capitalista para se referir à manifestação.

Até o momento, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB) foi afastado do cargo por 90 dias depois de determinação de Alexandre de Moraes, ministro do STF, que também deu ordem de prisão ao ex-chefe da Polícia Militar do Distrito Federal, Fabio Augusto Vieira, e ao ex-ministro da Justiça e Segurança Pública de Bolsonaro, Anderson Torres, que ocupava a função de secretário de segurança pública do Distrito Federal. Além deles, desde então, aproximadamente, 1.500 pessoas foram detidas por envolvimento nos atos. Todos eles, apesar de estarem no centro da situação, não são os responsáveis pelo ocorrido, porém, estão sendo usados para suprir a necessidade de pelo menos aparentar que haverá punição. Além disso, os acampamentos bolsonaristas em Brasília, formados após o fim das eleições, foram desocupados a partir da intervenção das forças de segurança.

Ao ser pego despreparado, o novo governo está tendo atitudes precipitadas, típicas de quem está desesperado, querendo agir ˜de acordo com a lei˜, fazendo uso de métodos truculentos para conter esse avanço, esquecendo-se de que, quando os verdadeiros culpados pelos recentes episódios, ou seja, os militares no comando das Forças Armadas, estiverem no caminho, não será possível usar a metodologia, o que dará mostras de um governo enfraquecido e, pior, dará mais poder ao Estado, cujas engrenagens já funcionam a partir de uma mentalidade fascista.

Nesta quarta-feira (11/01), a Advocacia Geral da União (AGU) alertou o ministro Alexandre de Moraes diante de uma nova ameaça ao Estado Democrático de Direito, já que várias manifestações bolsonaristas pelo país foram marcadas. Entre as medidas sugeridas pela AGU estão a suspensão momentânea do direito à manifestação, a prisão de quem participar do bloqueio de rodovias e vias urbanas ou tentar invadir prédios públicos, além da identificação dos veículos usados na organização dos atos. O comunicado da AGU diz que o Estado precisa “ser salvaguardado e protegido, evitando-se para tanto o abuso do direito de reunião, utilizado como ilegal e inconstitucional invólucro para verdadeiros atos atentatórios ao Estado democrático de Direito”.

O companheiro Rui Costa Pimenta, durante o programa Análise Política da Terça, chegou a comentar sobre esse comportamento da esquerda: “A esquerda parece que foi tomada pelo espírito divino do bolsonarismo. Só fala em cadeia, falaram até em campo de concentração, se dependesse da esquerda eles (manifestantes) iriam pedir para o Alexandre de Moraes estabelecer a pena de morte no país para matar o cara que entrou no Congresso Nacional”, e ele ainda complementou: ”O Estado profundo brasileiro é sinistro como o norte-americano, só que é meio fora de controle, o imperialismo também não controla esse Estado profundo brasileiro, os militares são um poder à parte do país. Tanto que a gente pode ver o pessoal falando `Vamos punir os responsáveis`. Os responsáveis estão no QG das Forças Armadas. Quem vai lá? A Polícia Federal? O comandante da Força Aérea? Por isso a gente fala que a situação é muito grave”.

O melhor caminho para o governo de Lula driblar essa crise, instaurada com os atos de domingo, não está ligado às instituições do Estado que, como foi visto, fazem parte da estrutura para o fortalecimento do movimento bolsonarista, mas, sim, à mobilização popular. Na última segunda-feira (10/01), já aconteceram atos em resposta ao avanço da extrema-direita, porém essa mobilização precisa ser maior. O PT, junto à Central Única dos Trabalhadores (CUT), precisa convocar sindicatos, ir até os locais de trabalho, acampamentos e assentamentos de camponeses chamando todos a participarem da luta para sufocar a direita e desmantelar as autoridades das Forças Armadas. Isso prova que Lula, mais uma vez, não depende das instituições para garantir o seu governo, mas da população que o elegeu, o que prova que só a força do povo nas ruas é capaz de derrotar os golpes premeditados pela direita.

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