O Brasil passou por dois fatos históricos entre o fim de 2022 e o começo de 2023: a morte de Edson Arantes do Nascimento, o rei Pelé, e a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que assume pela terceira vez a Presidência da República no País. Na Análise Política da Terça, a primeira exibida neste ano de 2023, o companheiro Rui Costa Pimenta tratou sobre os dois acontecimentos.
Sobre a morte do rei do futebol, Rui tratou sobre a dimensão dessa perda para o futebol e para o País: “Nós estamos falando do maior fenômeno esportivo da época moderna, que é o Pelé. Veja, eu usei esportivo, não futebolístico. Nós temos que lembrar, inclusive, o Pelé foi considerado o maior Atleta do Século XX pela Comissão Olímpica. Não que isso tenha grande valor, mas mostra a importância. Ele não é o maior jogador de futebol, ele deve ser considerado o maior atleta”. Rui Costa Pimenta ressaltou também o papel essencial de Pelé na construção do que é chamado de futebol-arte: “O Pelé é a culminância daquilo que fez o futebol brasileiro algo diferente do futebol do resto do mundo, que é o chamado futebol-arte, um tipo de futebol, superior ao jogo burocrático, sistematizado dos europeus”.
Durante o programa, o presidente do PCO também abordou a importância política do ídolo do futebol nacional: “Ele colocou a população oprimida do mundo no primeiro plano da existência social da humanidade”. Além disso, lembrou que ele surgiu numa época em que os negros norte-americanos eram proibidos de entrar em determinados locais, adquirindo um papel ainda maior no que se refere às nações africanas. Rui também avaliou a cobertura da imprensa internacional sobre o falecimento do maior jogador de todos os tempos, a qual pode ter recebido mais atenção do que a posse de Lula.
Por falar nisso, o presidente do partido fez uma análise do discurso de Lula e tratou sobre as escolhas dos ministros do novo governo, assim como a reação da imprensa e do mercado financeiro diante das primeiras palavras do petista no poder. Além disso, também comentou sobre a decisão de Lula de restringir a compra de armas por parte de colecionadores, atiradores e caçadores, passando pelo debate sobre a questão do desarmamento.
Rui afirmou qual deveria ser a prioridade do governo neste primeiro momento: “Eu acho que o governo Lula precisaria ter um conjunto de iniciativas de grande impacto político e social. O governo não pode agir como se fosse assim, ‘o governo ganhou a eleição, o PT é dono do mundo agora’, a pessoa imagina a eleição como um veículo, você ganhou a eleição, vai dirigir o veículo e vai fazer o que quiser”. Ele também falou sobre a política nacionalista do PT e se isso estaria em risco a partir da escolha de ministro considerados contrários a essa política.
Além disso, Rui também falou sobre a política econômica do governo Lula, declarando que ela está mais voltada ao que governo de Dilma Rousseff, e comentou sobre como Lula enfrentará o bolsonarismo agora que está oficialmente na Presidência da República.
Com relação ao posicionamento do PT sobre as privatizações, Rui declarou: “Eu acho que o PT deveria ter uma política menos burocrática com as estatais. Acho que estava na hora dos trabalhadores, pelo menos, terem uma participação significativa na administração. Na nossa política, os trabalhadores deveriam ter a administração das empresas estatais. Os administradores deveriam ser eleitos e deveriam ser revogáveis pela assembleia de trabalhadores. Isso garante uma administração mais honesta e muito mais progressista”. Também foi abordado se a escolha dos ministros está ligada à dificuldade de encontrar pessoas adequadas para assumirem as pastas do novo governo e a ausência de nomes como José Genoíno e José Dirceu no comando de alguns ministérios, assim como se o PT deveria rever a situação de pessoas que foram condenadas por processos do Mensalão e da Lava Jato.
A Análise Política da Terça vai ao ar toda semana, no canal da Rádio Causa Operária, sempre a partir das 16h. A última edição pode ser vista por meio do endereço a seguir:
