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Sindicato é para lutar

Conferência Nacional dos Bancários: luta só para inglês ver

Ao contrário da realidade, as direções sindicais defendem como “vitórias”, “conquistas” e “avanços” os minúsculos reajustes estabelecidos nas campanha bianuais

A categoria bancária vem sofrendo no último período um significativo arrocho salarial imposto pelos banqueiros, além das demissões, adoecimento ocasionado pelo assédio moral para que os trabalhadores batam metas de venda de produtos bancários etc.

No último dia dos meses de agosto, como acontecia todos os anos, era o dia onde se encerrava o prazo de validade do Acordo Coletivo da categoria e, como de costume, os meses de julho e agosto eram dedicados à preparação dos trabalhadores bancários, no sentido de organizar as mobilizações e enfrentar os banqueiros e a sua política de ataques aos direitos e conquistas da categoria, através de conferências regionais, assembleias nos respectivos sindicatos, conferência nacional, etc., mas com os tais acordos bianuais, defendido pela burocracia sindical, a categoria ficou amarrada para lutar; com os acordos bianuais, que acontecem desde 2016, de lá para cá a categoria só tem levado prejuízo.

Ao contrário da realidade, as direções sindicais defendem como “vitórias”, “conquistas” e “avanços” os minúsculos reajustes estabelecidos nas campanhas bianuais, nas quais os sindicalistas abandonaram a luta pela reposição integral das perdas e por aumento real dos salários e, mesmo com uma pauta de reivindicação já rebaixada, mantiveram o arrocho salarial para toda a categoria, por exemplo: em 2022 quando aceitaram a proposta miserável dos banqueiros de 8% (a inflação somente nos gêneros alimentícios, que mais pesa no bolso do trabalhador, passou dos 14%), sendo que a inflação oficial foi de 8,83%, ou seja, a categoria já naquele ano saiu perdendo e, em 2023 o INPC mais 0,5% de “ganho real”, nesse famigerado acordo bianual. No frigir dos ovos, somando os 8% do ano de 2022 mais 0,5% deste ano não cobre a inflação do ano passado, consequentemente mais arrocho salarial. 

Nesse sentido, para que as coisas não passasse em branco, a direção do movimento dos bancários a nível nacional, através da Contraf, convocou a 25ª Conferência Nacional da Categoria, que aconteceu no último final de semana em São Paulo, e apresentou como tema central “democracia sempre” cujas discussões foram em cima de pautas genéricas como, por exemplo, a “luta” por “Uma democracia sólida, que garanta direitos e liberdades individuais, assim como a participação ativa dos cidadãos na tomada de decisões. Uma democracia com políticas públicas orientadas para a redução das desigualdades sociais e que proporcionem igualdade de oportunidades para todos, independentemente da origem social, raça, gênero ou religião” (Contraf/Cut 06/08/2023).

Foram também aprovadas algumas resoluções que soam como pautas de lutas, mas como sabemos ficam só na esfera da demagogia, pois são resoluções que ficarão apenas no papel, luta mesmo é só para inglês ver: o “fortalecimento dos Comitês de Luta e das Brigadas Digitais da Classe Trabalhadora, para que o movimento sindical aumente sua participação e sua influência questões sociais, políticas e econômicas em debate na sociedade”, ou mesmo sobre o “fortalecimento da campanha “Menos metas, mais saúde”, pela luta contra a gestão e práticas de assédio moral em decorrência dos programas de resultados vinculados a metas abusivas praticadas pelos bancos, que causam adoecimento dos bancários no ambiente de trabalho” (Idem). 

Na Conferência estiveram presentes como delegados 620 representantes, sendo que 99,99% deles eram de dirigentes sindicais, ou seja, os trabalhadores da base não estavam representados nesta atividade. Na verdade, o que se verificou, mais uma vez, nesta Conferência, foi a falta de interesse e vontade política para implementar uma verdadeira campanha salarial. Os encontros nacionais, que antes eram abertos, tornaram-se burocratizados e divididos. 

Nesse sentido, coloca-se a necessidade de um balanço político claro dessa falta de campanha salarial, das causas dessa ausência de luta, das consequências dessa derrota que a categoria vem sofrendo ano após ano (mesmo a campanha passando ser a cada dois anos) com o arrocho salarial, demissões em massa, etc. e principalmente das novas tarefas que se desdobram dessa situação vergonhosa que esses, que se dizem representantes dos bancários, levaram até agora.

Como é possível que uma categoria que sofre com um dos maiores arrochos salariais, possa ter a sua Campanha Salarial desmontada como vem acontecendo desde 2016 com acordos bianuais.

Os trabalhadores bancários precisam urgentemente superar essa política da burocracia sindical que está impedindo o desenvolvimento das lutas dos trabalhadores. Aglutinar nos sindicatos ativistas combativos que estejam com disposição de lutar pela principal arma dos trabalhadores que é a sua organização de base, aprofundando discussões políticas em cada local de trabalho e na formação de verdadeiros Comitês de Luta que tenham uma direção firme, coesa e unida para lutar.

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