Por quê estou vendo anúncios no DCO?

Contrarrevolucionário

Comparar Hugo Chavez a Stalin é um insulto aos venezuelanos

A campanha reacionária em defesa de Stáalin se frequentou com seu aniversário de morte, é preciso sempre lembrar o que de fato foi o stalinismo, uma força contrarrevolucionária

Dia 05 de março foi o aniversário de duas importantes datas para a esquerda. A primeira, a morte de um grande líder popular que liderou uma luta contra o imperialismo em um país atrasado, Hugo Chávez. A segunda, a morte de um dos maiores inimigos da classe operária da história, o traidor da Revolução de 1917, aquele que iniciou o processo contrarrevolucionário que levaria à derrota final da União Soviética em 1991, Stálin. A coincidência fez com que setores stalinistas tentassem usar a figura de Chávez para melhorar a imagem do grande organizador de derrotas na União Soviética. Um desses foi Luiz Fernando Padullo que publicou no Brasil 247 o artigo: “Eternizando a luta socialista de Stálin e Chávez.”

O texto tenta passar a ideia de que Stálin fora um grande líder operário atacado pelo imperialismo e até hoje difamado, assim como Chávez. “Ainda que a propaganda capitalista tente difamar e deturpar o socialismo e a representatividade que ambos tiveram, usando da máquina da mídia corporativa e sua guerra híbrida, seus legados são uma realidade. Para desespero daqueles que os rotulam como “ditadores”, por mais que tentem influenciar a opinião pública com sua estupidez, não conseguem apagar as conquistas tão valorizadas e reconhecidas pela população.” O problema aqui consiste em que Stálin de fato prestou um enorme desserviço para o comunismo, sendo o maior propagandista anticomunista da história.

A diferença entre Stálin e Chávez é que cotra o venezuelano a direita usa calúnias, assim como fez com os governos do PT. Com Stálin a realidade é a propaganda da direita. É claro que há setores que exageram e também caluniam, mas esses têm menos credibilidade. O governo de Stálin é o suficiente para realizar uma campanha contra a URSS. Antes de Stálin o socialismo era bem-visto por quase todos os trabalhadores, era identificado com a libertação da humanidade, como um regime onde todos teriam suas necessidades satisfeitas e seriam mais livres. Stálin acabou com isso, estabeleceu uma ditadura com centenas de milhares de presos, uma polícia secreta violentíssima, assassinou dezenas de milhares de militantes e dirigentes comunistas e de outras tendências políticas, como nacionalistas dos diferentes povos que existiam na URSS.

Criando esse regime terrível, o imperialismo ganhou a propaganda perfeita: “o socialismo real é uma ditadura”. Algo que não existiu em Cuba por exemplo, onde nunca houve uma dominação do stalinismo. Existe a acusação de a ilha ser uma ditadura, mas sem fundamento. A crítica ao regime stalinista fortalece a luta pelo socialismo, pois diferencia o que existiu no primeiro período da Revolução com Lênin e o que veio após a reação stalinista que tomou o poder. Ligar Chávez a Stálin é na verdade uma campanha contra Chávez, tanto que seu seguidor Maduro, todo ano, elogia Leon Trótski, o grande rival político de Stálin e herdeiro da revolução russa.

Padullo acusa a burguesia de falsificar a história, mas ele mesmo não a conhece: “A desfaçatez é tamanha que, por exemplo, tentam promover o apagamento histórico da vitória do Exército Vermelho frente aos nazistas, “ensinando” que foi o rigoroso inverno o responsável pela derrocada de Hitler, omitindo a bravura e humanismo dos socialistas da URSS.” A vitória da URSS se deu apesar de Stálin, que até 1938 estava ocupado assassinado os principais dirigentes políticos e militares do país, deixando a União Soviética totalmente despreparada para a guerra. Não apenas isso, como após assinar o pacto com Hitler, desperdiçou os 2 anos que teve antes da invasão sem preparar nenhuma defesa. A URSS quase caiu nos primeiros meses da guerra, o que permitiu a vitória foi a resistência da classe operária e a posterior reorganização do exército por meio de líderes como o general Jukov.

A matéria alega que Stálin foi um grande revolucionário internacionalista: “Se hoje ainda estivessem presentes, tenho certeza de que estariam ao lado de países como Irã, Cuba, Rússia, Coreia do Norte, China e Palestina, denunciando e combatendo as mentiras propagadas contra esses países difamados diariamente como “ditaduras” e “terroristas”. Afinal, quando países e lideranças humanistas confrontam interesses do imperialismo, logo recebem rótulos mentirosos para serem desacreditados perante a opinião de um população alienada e ainda ignorante. No entanto, quando essa mesma população se ergue, estuda e aprofunda nas verdades, começa a perceber quem são os verdadeiros criminosos e terroristas.”

O dirigente soviético esteve no poder por quase 30 anos no momento mais revolucionário da história, há dezenas de exemplos que mostram que ele não estaria ao lado desses países hoje. Durante a guerra civil grega, uma guerra revolucionária dirigida pelo Partido Comunista, Stálin se aliou à Inglaterra para esmagar a revolução. Na Iugoslávia, tentou assassinar os principais dirigentes comunistas mas falhou e a revolução foi vitoriosa. Durante a guerra civil da Revolução Chinesa, Stálin não estava ao lado de Mao que, por sua vez, havia rachado com a posição de stalinista. A verdade é que todos os movimentos revolucionários vitoriosos aconteceram apesar do stalinismo. Quando esse era dominante, era contra revolucionário, como na França e na Itália, onde os stalinista mandaram os trabalhadores se desarmarem e aceitarem o governo democrático. Houve também o caso do Irã, quando em meio a uma revolução operária os stalinistas, de tão reacionários, perderam a direção do movimento para os clérigos muçulmanos.

Essa última revela a grande diferença entre Chávez e Stálin. Os líderes nacionalistas tendem a se chocar muito mais com o imperialismo que a URSS sob a direção dos stalinismo. Ela era uma força conservadora no âmbito internacional, de certa forma ajudava o imperialismo a controlar o mundo por meio da sua influência na esquerda. O caso Putin mostra isso, a Rússia atual é um entrave ao imperialismo maior que a URSS. Chávez, nesse sentido, é uma liderança muito mais importante; liderou um movimento de características revolucionárias, mesmo que não socialista, que criou um novo regime na América Latina. Ao contrário de Stálin, pode ser respeitado como um líder popular que lutou pelo seu povo. Stálin por sua vez é a representação do pior que há na esquerda, um burocrata contra revolucionário que vendeu a revolução mundial por seus interesses mesquinhos. Há um abismo entre ambos.

Gostou do artigo? Faça uma doação!

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Quero saber mais antes de contribuir

 

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.