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Imperialismo

Comentarista diz que EUA podem invadir o México

López Obrador respondeu às declarações norte-americanas dizendo que as "propostas" são uma grande "ameaça à soberania mexicana"

  • Sputnik News Brasil

Na semana passada, líderes republicanos pediram intervenção militar dos EUA no México e indicaram que o país pode ser visto como um inimigo de Washington. Mas a ideia sairia do papel para realidade? A Sputnik ouviu dois cientistas políticos para saber.
Depois que quatro americanos foram sequestrados na cidade fronteiriça mexicana de Matamoros, e dois dos quatro foram mortos junto a um civil mexicano como resultado da operação, segundo a AP News, lideranças republicanas começaram a pedir intervenção militar no México.
Entretanto, de acordo com as autoridades mexicanas, três desses quatro já haviam sido processados ​​em seu próprio país por delitos relacionados a drogas, incluindo tráfico e fabricação de entorpecentes.
Em seguida, o senador republicano Lindsey Graham prometeu apresentar um projeto de lei para declarar os cartéis de drogas mexicanos como organizações terroristas estrangeiras, segundo a NBC News.
“Se você continuar a dar abrigo seguro aos traficantes de drogas, então você é um inimigo dos Estados Unidos. Se você não se arrumar, nós vamos limpá-lo para você”, disse Graham acrescentando que que era hora de “colocar o México em alerta”.
O congressista Dan Crenshaw divulgou uma mensagem em espanhol no Twitter perguntando ao presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, por que ele se opõe a uma proposta que o congressista apresentou em janeiro autorizando a força militar contra cartéis de drogas no México.
Pare de defender a sus amiguitos narcos y tome acción para prevenir el tráfico de fentanilo. Cálmese con sus mentiras sobre una supuesta “invasión militar.” Solo queremos que nuestras fuerzas militares trabajen juntos.

O acaso prefiere que México sea conquistado por los narcos? https://t.co/sP4ZzPJa2E

— Dan Crenshaw (@DanCrenshawTX) March 10, 2023
López Obrador respondeu às declarações norte-americanas dizendo que as “propostas” são uma grande “ameaça à soberania mexicana” e que “não vamos permitir que nenhum governo estrangeiro intervenha em nosso território, muito menos que as Forças Armadas de um governo intervenham”.

“O que pensam esses covardes interventores e arrogantes? O México é respeitado”, disse o presidente.
Para doutora mexicana em Ciências Políticas Adriana Báez entrevistada pela Sputnik, embora a possibilidade de uma intervenção de Washington no México pareça algo do século passado, a verdade é que os EUA têm uma longa escola de intervencionismo que bem poderia ser aplicada em território mexicano caso as circunstâncias se estabelecessem.
“Seria um caso extremo e vejo como muito remoto, mas já vimos: [nos Estados Unidos] eles são capazes de tudo. Se eles encontrarem um motivo que justifique uma invasão, eles o farão”, avaliou Báez apontando que López Obrador deve levar mais a sério esse discurso republicano, uma vez que, aos poucos, ele encontra espaço na direita americana.
A doutora complementou que López Obrador “é muito espirituoso nas suas declarações e eu acho que ele deveria levar as coisas com mais prudência […] urgente”.

A mesma opinião de Báez também é compartilhada pelo cientista político César Morales Oyarvide, também ouvido pela Sputnik, o qual alertou que existe risco das propostas republicanas ganharem força entre os americanos e se tornarem promessas de campanha no próximo ano eleitoral, assim como o muro de fronteira proposto pelo ex-presidente Donald Trump.
“O muro de Trump, pelo menos materialmente, não foi construído, mas de fato estava lá. Ali está a influência de Trump e do governo norte-americano na política migratória do México diante da América Central. Esse componente xenófobo e violento da supremacia branca contra os imigrantes, não só latino-americanos, mas especialmente latino-americanos e mexicanos nos Estados Unidos. Ou seja, apesar de essa invasão física não se concretizar, seus efeitos, sua ideia permeia o discurso, e as consequências chegarão de uma forma ou de outra”, considerou.
As reivindicações dos congressistas também acontecem devido ao aumento significativo de mortes relacionadas à overdose de fentanil, opioide que em 2021 matou cerca de 71 mil americanos, segundo dados de Washington.
Ao contestar os políticos estadunidenses, López Obrador também perguntou “por que vocês não olham para o seu grave problema de decomposição social e atenua o consumo de drogas?”, disse o presidente em uma coletiva de imprensa.

Segundo estudo da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), o país onde mais se consumiu cocaína no mundo em 2022 é os Estados Unidos, com quatro milhões de consumidores.

Os estadunidenses são seguidos pelo Brasil (2,8 milhões), os demais países sul-americanos (2,4 milhões), Reino Unido (1,1 milhão), Espanha (0,8 milhão) e Canadá (0,5 milhão), de acordo com os dados do Relatório Nacional de Álcool e Drogas da UNIFESP citado pelo portal Terra.

* A matéria não expressa necessariamente a opinião desse jornal

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