A declaração reacionária e ofensiva, do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), de que “não tem diferença de um professor doutrinador para um traficante de drogas” deu lugar a uma série de declarações demagógicas e está sendo usada por setores da esquerda para defender todo tipo de processo contra o parlamentar ultra direitista.
O PSOL entrou com representação na PGR e no Conselho de Ética (do covil) da Câmara dos Deputados e o ministro da Justiça, mandou a PF investigar o deputado, em uma clara operação repressiva.
Neste momento, seis mulheres parlamentares da esquerda (do PT e do PSOL), entre outros, também são alvos de processos de cassação na Câmara dos Deputados, onde o presidente Arthur Lira, aceitou o pedido de abertura de processo do PL, a pretexto de discursos e manifestações das deputadas, com críticas a parlamentares da direita.
Reafirmamos nossa posição contrária que um deputado (eleito para defender suas idéias, mesmo que reacionárias), bem como qualquer outro cidadão, possa ser punido por expressar sua opinião, sobre seja lá o que for, quando a Constituição Federal estabelece no seu artigo 5º, parágrafo IV que: “é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato”.
É uma posição de princípio que vale tanto para nossos aliados da esquerda, como para nossos inimigos da direita. Defendemos a posição tradicional da esquerda revolucionária, como assinalou a grande revolucionária Rosa Luxemburgo:
“Liberdade somente para os partidários do governo, somente para os membros de um partido – por mais numerosos que sejam –, não é liberdade. Liberdade é sempre a liberdade de quem pensa de modo diferente“.
A cassação da liberdade de expressão até mesmo dos direitistas reforça o poder repressor do Estado reacionário e, com certeza, vai ser usado contra a esquerda, contra a organização dos trabalhadores, seus sindicatos, partidos etc.
Critiquemos e desmascaremos para todos os educadores e para todo o povo o pensamento reacionário de Bolsonaro e de toda a corja direitista e, principalmente, organizemos a luta real (não só de palavras) para mudar as condições de vida e de trabalho dos professores, inclusive, contra os cínicos da direita que não falam como Bolsonaro (“escondem o jogo”), mas fazem pior: fecham escolas, rebaixam salários, ordenam a repressão contra as mobilizações da categoria, impõem a reforma do ensino médio.
Para mudar essa situação, o caminho não é o judiciário e o congresso golpistas, mas a mobilizações dos trabalhadores nas ruas