Por quê estou vendo anúncios no DCO?

Leonardo Attuch

Campos Neto foi lobo em pele de cordeiro no Roda Viva

A política de Campos Neto é incompatível com o crescimento econômico, a geração de empregos, a harmonia social e o próprio equilíbrio fiscal

  • Brasil 247

Tratado a pão de ló pelos jornalistas que o entrevistaram no Roda Viva, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, se mostrou afável, cordato e disposto a ‘fazer amigos’ durante uma hora e meia de programa. Nas suas falas, ele também disse ‘reconhecer’ os esforços do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em busca do equilíbrio fiscal.

Sobre o fato de ter votado no primeiro e no segundo turnos com a camisa da seleção brasileira, que se tornou símbolo inquestionável da extrema direita, e portanto de sua própria parcialidade política, ele disse que ‘ainda estamos todos aprendendo’ sobre o sistema de autonomia do Banco Central.

Resumidamente, Roberto Campos Neto foi um cordeirinho no Roda Viva.

No entanto, no que realmente importa, ele se manteve absolutamente inflexível. Disse que votará contra a mudança na meta de inflação, o que mantém implícita a aposta na manutenção da taxa de juros de 13,75% ao ano, questionou os argumentos do economista André Lara Resende sobre os erros básicos da política monetária brasileira, mesmo com a atual meta de inflação, e disse que não pretende renunciar ao mandato – o que significa contaminar metade do mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com uma política monetária recessiva num país com economista já estagnada.

Campos Neto disse ainda que sua agenda é social e que o Banco Central não gosta de “juros altos”. Pode ser. Quem gosta de juros altos, na realidade, é quem se beneficia da política monetária de Campos Neto. No Brasil, como demonstrou o economista Eduardo Moreira, é possível dobrar o capital parasitário a cada cinco anos, sem nenhum trabalho, a cada cinco anos.

Sobre seu compromisso social, há sérias dúvidas, pois sua política monetária é a maior causadora do rombo fiscal no Brasil. Em 2023, como demonstra o colunista Jeferson Miola, o Brasil gastará nada menos que R$ 790 bilhões com os juros da dívida interna, R$ 203 bilhões acima do montante registrado em 2022, que já havia sido recorde. Só esta diferença seria suficiente para bancar todos os programas sociais do governo federal e a retomada das milhares de obras paradas.

A questão não é, portanto, se Campos Neto pode fazer amigos no governo e fazer um pouso suave na sua migração da extrema-direita bolsonarista para uma convivência pacífica com a social-democracia petista. Trata-se de uma questão política. A política de Campos Neto é incompatível com o crescimento econômico, a geração de empregos, a harmonia social e o próprio equilíbrio fiscal. E por isso mesmo precisa mudar.

*A matéria não reflete necessariamente a opinião desse jornal

Gostou do artigo? Faça uma doação!

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Quero saber mais antes de contribuir

 

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.