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A nova "pérola" da UP

“Brasil, não se alie com a Rússia e a China imperialistas!”

China e Rússia não são países imperialistas, e sim, nações oprimidas

A Unidade Popular (UP), em matéria publicada em seu jornal A Verdade, cujo o título “O BRIC é uma solução para os problemas do Brasil?”, assinada por Felipe Annunziata, afirma que as relações econômicas do Brasil com a Rússia e China são iguais às que o Brasil tem com os países imperialistas da Europa e os EUA.
Para a UP e seu articulista, a Rússia e China também são países imperialistas e, sendo assim, os investimentos chineses no Brasil teriam o mesmo caráter exploratório que os dos EUA e dos países Europeus, portanto o Brasil não deveria fazer esses acordos, principalmente com a China já que “o capital chinês já tem grande participação na economia nacional. Os russos, por sua vez, têm uma atuação mais modesta…”.
Para os stalinistas da UP, a China não ajuda de modo nenhum no desenvolvimento do Brasil, porque, como país imperialista, implementa uma política tanto quanto parasitária quanto aos países imperialistas europeus e o estadunidense.
“Ora, basta olhar para a África, Ásia e nossos vizinhos na América Latina para ver que este padrão de comportamento do capital chinês se repete em todo o mundo”.
Não é de se espantar as posições antimarxistas dessa agremiação, em caracterizar países atrasados como a China e Rússia como países imperialistas e, de se alinharem com posições dos países, esses sim, imperialistas, como foi nos casos em apoio à operação dos EUA no Irã, em relação à morte da jovem curda, em setembro do ano passo, por exemplo; ou mesmo, no caso da Copa do Mundo do Catar, quando decidiram entrar de cabeça na campanha imperialista e hipócrita contra o regime político do Catar, país sede, fazendo o papel de boneco de ventríloquo dos imperialistas ingleses e norte-americanos que noticiaram que seis mil e quinhentos imigrantes teriam morrido, de tanto trabalhar, no Catar, nas obras dos estádios. A caracterização dos stalinistas de que a Rússia e a China são países imperialistas é absurda. As suas posições não deixam dúvidas de que, ou não leram nada, ou, na melhor das hipóteses, não entenderam absolutamente nada da teoria leninista em relação ao imperialismo.
China e Rússia não são países imperialistas, e sim, nações oprimidas, política e economicamente, pelo imperialismo, sem nenhum controle econômico e ideológico global.
A UP cita um exemplo, que mostra toda a sua ignorância em se tratando do assunto. Segundo eles, “a burguesia (sic) chinesa controla hoje diversos campos de petróleo nas nossas costas, tem participações em empresas de aviação e na administração de alguns portos, como o de Paranaguá, no Paraná”.
Lênin, em seus escritos, “o imperialismo, fase superior do capitalismo”, deixa claro que para se compreender o imperialismo, que ele chamou a fase superior do capitalismo, é o oposto do capitalismo, porque ele é o regime onde predomina os monopólios sobre o mercado capitalista e o predomínio dos monopólios é o oposto da livre concorrência.
No exemplo dado, pelos nossos amigos stalinistas, de que a “burguesia chinesa controla hoje diversos campos de petróleo nas nossas costas”, não leva em conta que, para um monopólio de países imperialistas, aqui no caso do petróleo, não precisa ele tomar conta da totalidade do mercado.
Ele é um mercado monopolizado, dominado por poucas empresas, principalmente norte-americana e inglesas, as famosas irmãs do petróleo, mesmo com a participação de empresas menores de outros países, como a Venezuela, Rússia, Arábia Saudita, etc., empresas essas que não pertencem ao monopólio das empresas imperialistas.
O monopólio não precisa controlar a totalidade do mercado, ou seja, um grupo de 6, 7, 10 empresas controlaria todo o sistema de perfuração, extração, refino, petroquímica, etc., não é assim que funciona o monopólio.
O monopólio significa que um conjunto de empresas, que formam um cartel monopolista, tem o controle do funcionamento do mercado, ou seja, um grupo de empresas controlam os preços daquele mercado. Ele tem o controle da formação de preços do mercado, ele domina a distribuição do preço do mercado e domina, também a margem de lucro para os diversos setores do mercado. Então as grandes empresas de petróleo vão determinar o preço internacional, da gasolina, do refino, etc. É um punhado de empresas que controlam toda a formação de preços e toda a distribuição da margem de lucro para todo esses setores.
E, cá pra nós, tem alguém que acha que os chineses e os russos fazem parte de seleto grupo que determinam esses preços!?
Agora, cabe a pergunta: por que tal posicionamento? O partido que está por trás da UP é o PCR, cuja ideologia é baseada na ideologia do regime da Albânia de Enver Hoxha, que adotou uma ideologia oportunista e sectária sob a desculpa de defender a ortodoxia marxista. Segundo eles, o único país socialista que restou no mundo, quando do rompimento da Albânia com a URSS após a ascensão de Khruschov e depois com a China, no final da década de 1960, era a própria Albânia. A Albânia se isolou do resto dos países oprimidos e dizia que conseguiria se desenvolver sozinha, mesmo sendo o país mais pobre da Europa. Claro que isso não deu certo. Enver Hoxha se considerava o último marxista vivo e herdeiro de Josef Stálin, a quem idolatrava publicamente, e adotou a política stalinista do “socialismo em um só país”, uma teoria antimarxista segundo a qual seria possível estabelecer o socialismo em um país isolado, trabalhando com as próprias forças, enquanto o marxismo sempre considerou que o socialismo só vai se desenvolver realmente com a revolução mundial, principalmente nos países atrasados, pois esses precisam da ajuda dos outros países (assim como no capitalismo os países também precisam um do outro mutuamente). Tanto é assim que logo que os bolcheviques tomaram o poder em 1917 eles buscaram sair do isolamento e procurar investimentos das potências imperialistas, pois a Rússia era um país atrasado (o que também refuta a tese da UP de que a Rússia seria imperialista).
Em relação aos BRICS, sabemos que a sua política é puro reformismo; só que ao contrário da UP nós achamos que os países que o compõem (Brasil, Rússia, China, Índia e África do Sul) são as principais economias entre os países oprimidos e, uma aliança entre eles significa uma aliança dos países oprimidos buscando uma independência do imperialismo – a questão é que essa independência só será possível com a derrota do imperialismo, com o fim de todas as potências capitalistas e a revolução socialista mundial.

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