A privatização, marca registrada da direita e dos tubarões da educação, não é o único ataque contra a classe trabalhadora nas escolas e faculdades. No último dia útil de 2022, o direitista Eduardo Leite, uma das piores escórias abraçadas pelo identitarismo e atual presidente do PSDB, editou uma portaria na qual as escolas não poderiam mais reprovar o estudante com menos de 75% de presença no local. A medida, sobretudo, configura um pacote de ataques ao ensino público, precarizando ainda mais o que já é alvo de diversos desmontes do Estado capitalista.
Para que os tubarões da educação possam lucrar ainda mais, a burguesia não se contenta em possuir suas escolas com altas taxas de mensalidade. É necessário, para que não haja uma ameaça tanto financeira, quanto por ter trabalhadores nas escolas, que o ensino público seja desmantelado por completo. A precarização do ensino, como faz Eduardo Leite, prejudica a todos os alunos, incluindo as minorias nas quais diz defender. É notório lembrar, quando nas eleições de 2022, a esquerda eleitoreira capitulou ao não só defender o inimigo dos trabalhadores do PSDB no segundo turno, como inclusive no primeiro, onde setores da esquerda e do próprio PT defenderam o voto no Leite, contra em detrimento de um candidato do próprio PT, sob a defesa do voto útil contra o bolsonarismo.
Contra o fascista e em defesa das minorias, reelegeu-se um fascista ainda pior, mas que fala manso com as minorias – enquanto, inclusive, as ataca. Ao prejudicar os alunos, prejudica, também, as minorias, oprimidas pelo sistema capitalista e consequentemente pelos demais setores da sociedade. Não é elegendo um inimigo dos trabalhadores, portanto, que haverá algum avanço na luta pela igualdade social. Eduardo Leite está para os mais oprimidos assim como Benito Mussolini estava para a luta socialista na Itália do século XX: um inimigo a ser combatido, do começo ao fim, sem capitular em sequer uma pauta.
A política identitária que sustenta Eduardo Leite, por ser autodeclarado gay, não faz dele uma pessoa menos execrável; sendo o fim prático o oposto. A política identitária não passa de um devaneio coletivo impulsionado pelos escritórios de Washington, que encontraram uma pauta onde a esquerda seria cooptada e defenderia posições chave de cadeia, reacionária e políticos burgueses – como o Eduardo Leite. Enquanto os bolcheviques poderiam pensar formas de fazer pinhata com Leite e Tebet, outra figura benzida pelas águas identitárias que transformam inimigos dos trabalhadores em pessoas a serem protegidas, a esquerda brasileira decidiu abraça-los, atacando quem os critica e fazendo sua defesa em nome não da burguesia, mas da democracia, das mulheres e dos homossexuais.
A política identitária é uma farsa assim como Eduardo Leite, que se transveste de democrata mas não passa de um Bolsonaro que sabe falar elegante e combinar a cor da gravata com o sapato.