Recentemente, 27 deputados bolsonaristas da Câmara Federal assinaram uma queixa-crime pedindo a prisão de um dirigente do PCO, João Caproni Pimenta, por este haver pedido aplausos para os militantes do Hamas, da Jiade Islâmica e toda a resistência organizada da Palestina.
A atitude dos deputados corrobora a tese que o Partido da Causa Operária sempre advogou que é a de que esses bolsonaristas, assim como o próprio Bolsonaro, nunca foram verdadeiramente defensores, dentre outras coisas, da liberdade de expressão, mas apenas defensores de si próprios, que defendem de forma circunstancial a liberdade de expressão quando se veem eles mesmos ameaçados pela censura e que em verdade são amantes da censura e da mão pesada do Estado.
Um desses deputados a assinar o pedido de prisão foi Bia Kicis, conhecida por já haver processado diversos jornalistas por “calúnia e difamação”, claramente nunca foi a favor do livre pensamento.
Ex -procuradora do Distrito Federal foi eleita deputada em 2018, depois de ter contribuído para o crescimento da extrema-direita no Brasil, por meio da formação, em 2015, de um instituto chamado “Resgata Brasil”, “que tem por finalidade resgatar as instituições republicanas, bem como valores culturais e familiares da sociedade brasileira” e também de uma página na internet chamada “Revoltados Online”, esse último retirado do ar pela justiça paulista, em 2019, depois que um dos fundadores, Marcello Reis exibiu um vídeo no qual ameaçava de morte um advogado enquanto empunhava uma faca com o nome do mesmo escrito na lâmina.
Bia Kicis é apresentada pela imprensa como uma das mais fiéis seguidoras do bolsonarismo e de Bolsonaro.
Grande apreciadora do criminoso do Estado de Israel, Bia Kicis foi “agraciada”, em 2018, pelo Estado sionista de Israel, com a “Comenda de Embaixadora Extraordinária da Paz na Terra Santa”.
Além disso, em 2021, em um encontro com a líder do partido nazista alemão “Alternativa para a Alemanha”, a alemã Beatrix Von Storch, a qual defendeu abertamente que se deveria “atirar para matar” em refugiados na Alemanha, inclusive em mulheres e crianças, Bia Kicis afirmou que ela e Von Storch iriam iniciar uma parceria entre “conservadores do mundo se unindo para defender valores cristãos e a família.”
Entretanto, apesar de ser mais conhecida pela ideologia bolsonarista, Bia Kicis também é muito próxima da chamada “direita limpinha” quando o assunto é a economia neoliberal.
Foi por intermédio de Bia Kicis que Paulo Guedes, ministro da economia do governo Bolsonaro, que ficou conhecido por justamente ser “a garantia” da burguesia de que o governo bolsonarista levaria em frente a política econômica neoliberal, foi apresentado a Jair Bolsonaro.
Não por acaso, durante o seu primeiro mandato, como presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, Bia Kicis blindou Paulo Guedes de ser investigado e interrogado pela comprovada acusação, feita por meio das investigações do Dossiê Pandora Papers, de manutenção de uma empresa offshore no paraíso fiscal das Ilhas Britânicas Virgens.
Fidelíssima ao projeto de destruição do patrimônio público brasileiro e dos direitos dos trabalhadores no país, Bia Kicis, durante seu primeiro mandato, votou favorável a diversos projetos de lei criminosos, dentre eles a independência do banco central, a privatização do saneamento básico, a reforma da previdência, a privatização da Eletrobrás, a privatização dos correios, para ficar apenas nos mais destacados ataques.
Além disso, provando mais uma vez que nunca foi favorável à liberdade de expressão, Bia Kicis é uma das mais ferrenhas defensoras do movimento “escola sem partido”, movimento organizado para censurar os professores em sala de aula.
Provando ser ainda mais fiel ao projeto neoliberal e a Paulo Guedes do que à Bolsonaro, em 2020, contrariando a orientação do então presidente e votando de acordo com o desejado por Guedes, Bia Kicis foi contrária à aprovação do novo Fundeb que requer um repasse maior de recursos do governo federal para o programa, motivo o qual levou, inclusive a ser retirada por Bolsonaro da vice- liderança do então governo no Congresso.
